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Servir e proteger

 

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Episódios recentes de diversos tipos de ataques dentro do sistema de trânsito de Toronto têm deixado passageiros e trabalhadores em sobressalto e a temer pela sua segurança. Duas pessoas esfaqueadas em veículos do TTC, um homem preso por supostamente tentar empurrar outro indivíduo para os trilhos do metro, uma mulher que caiu de umas escadas depois de alguém a tentar roubar e um grupo de trabalhadores que foi perseguido na estação de Dundas por um indivíduo com uma seringa são apenas alguns exemplos.
A cidade reagiu a este escalar de violência com o aumento da presença policial dentro do sistema de transportes, mais seguranças e aposta em embaixadores de segurança comunitária, que trabalharão diretamente com pessoas sem-abrigo, numa abordagem direta àqueles que são vistos como mais vulneráveis.

Os 50 seguranças designados para atuar temporariamente no sistema TTC, a título de exemplo,
possuem formação em primeiros socorros e assistência em saúde mental, prevenção e resposta a overdoses e ainda em intervenção não violenta em situação de crises, conforme foi explicado em comunicado pela cidade de Toronto.

Já a Metrolinx anunciou a criação de um serviço de mensagens de texto, onde oferece aos passageiros do GO Train “uma maneira mais discreta de relatar preocupações de segurança” ou situações em que alguém se sinta mais vulnerável.

Em comunicado, a Metrolinx diz que assim que a mensagem de pedido de ajuda for enviada, a equipa de serviços de proteção ao cliente responderá dentro de 90 segundos, enviando, se necessário, “suporte ou serviços policiais locais”.

Estas são algumas das medidas anunciadas para lidar e tentar reverter a situação… mas a questão que se impõe é: serão suficientes? E, afinal, o que estará por trás deste número crescente de episódios violentos? Quem tem, realmente, a obrigação de promover um ambiente seguro e garantir que aqueles que apenas querem chegar a casa ou ao trabalho o possam fazer sem qualquer tipo de receio?

O PAPEL DA POLÍCIA

São muitas perguntas e as respostas, neste momento, parecem escassear… E por isso mesmo quisemos ouvir o lado da entidade que tem como um dos seus maiores propósitos a garantia dos direitos e segurança dos cidadãos: a polícia. Embora não nos tenha sido possível ver respondidas as questões que colocámos ao Toronto Police Service (TPS), Stephanie Sayer, do setor de comunicação corporativa e relações com os média do TPS, esclareceu-nos que o Chefe da Polícia, Myron Demkiw, “anunciou, a 26 de janeiro, um plano que visa ter mais de 80 agentes da polícia distribuídos pelos vários pontos TTC da cidade, em todas as 16 divisões”. Para além de se apresentarem de uniforme para que a sua presença seja facilmente identificável e visível, os profissionais destacados prestarão serviço ao longo do dia e ao fim da tarde de cada dia.

O objetivo passa assim por aumentar a segurança proporcionada pelo sistema do TTC, face ao “aumento da violência e outros atos criminosos, e, em última análise, para fazer com que as pessoas se sintam seguras enquanto viajam”.

“Ninguém deve sentir medo no trabalho e os torontonianos merecem sentir-se seguros enquanto viajam e se deslocam nas suas vidas”, acrescentou.

“É PRECISO FAZER MAIS”

Tal como se pode perceber no comunicado de imprensa divulgado no passado dia 26 de janeiro, fruto de um encontro entre o Chefe da Polícia, Myron Demkiw, o presidente da Câmara, John Tory, o presidente do TTC, Jon Burnside, o diretor executivo do TTC, Rick Leary, e a subchefe interina, Lauren Pogue, que teve como propósito “abordar as preocupações de segurança no sistema de trânsito da cidade”, existe um esforço que se está a ser feito para se encontrar uma solução para este flagelo. Ainda assim, tal como sublinhou Demkiw, “É evidente que mais tem de ser feito para aumentar a segurança do público e dos trabalhadores de trânsito da cidade que prestam um serviço vital para todos nós”.

Ainda assim, o Chefe da Polícia de Toronto não quis deixar de lembrar as pessoas “que vivemos numa cidade segura. Isso não significa que não vamos exigir que a polícia e outras pessoas respondam a actos violentos e criminosos”. Ainda assim, realçou que centenas de milhares de pessoas percorrem a cidade diariamente em transportes públicos… e fazem-no em segurança.

“Vamos trabalhar com os nossos parceiros para fazer tudo o que pudermos para garantir que as pessoas não só estão seguras, mas também se sentem seguras”, assegurou.

O PLANO

Os cerca de 80 agentes da polícia espalhados pelas 16 divisões do sistema de trânsito estarão, sobretudo, num regime em que os turnos serão preenchidos por agentes fora de serviço numa modalidade de horas extraordinárias, de modo a que os agentes da linha da frente permaneçam disponíveis para responder a chamadas prioritárias e de emergência.

“Os destacamentos irão concentrar-se na redução da vitimização, na prevenção de crimes de oportunidade e no aumento da segurança pública. Estes destacamentos serão dinâmicos e poderão mudar no dia a dia”, explicou Demkiw, acrescentando: “Os agentes do outro lado da cidade participarão nesta melhoria, e aqueles que andam no sistema de trânsito notarão imediatamente um aumento da presença de agentes da Polícia de Toronto nos metros, nos streetcars e autocarros”.

Inês Barbosa/MS

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