Saúde na província de Ontário: Há muito a fazer!

A escassez de médicos de família em Ontário é uma questão crescente que tem afetado o sistema de saúde da província, com consequências diretas para o acesso a cuidados médicos, especialmente nas zonas rurais e suburbanas. Esta problemática, que tem sido muito usada nas narrativas de campanha eleitoral, é multifacetada e resulta de vários fatores, como: as elevadas taxas de reforma entre os médicos, a complexidade crescente dos cuidados necessários e um financiamento e apoio administrativo insuficientes. A pressão sobre os médicos de família tem aumentado, com muitos a considerarem a reforma precoce, enquanto a formação de novos profissionais nesta área não tem acompanhado a procura.
O impacto desta falta de médicos de família é particularmente visível nas regiões mais afastadas, onde a escassez de profissionais tem levado a tempos de espera mais longos e à sobrecarga dos serviços de urgência. O acesso a cuidados de saúde tem-se tornado cada vez mais difícil para muitos residentes, afetando, assim, a saúde geral da população. Embora o governo de Ontário tenha implementado algumas medidas para resolver este problema, como o aumento de financiamento para cuidados de saúde em equipa e a simplificação de processos administrativos, segundo a Ontario Medical Association ainda há muito a fazer.
Milénio Stadium: Quais são os principais fatores que contribuem para a escassez de médicos de família na província de Ontário?
Ontario Medical Association: Os principais fatores que contribuem para a escassez de médicos de família no Ontário incluem as elevadas taxas de reforma, a crescente complexidade dos cuidados prestados aos doentes e um financiamento e apoio administrativo inadequados para os médicos. Muitos médicos estão a considerar a reforma e há menos médicos novos a entrar na área.
MS: Como é que a falta de médicos de família tem afetado o acesso à saúde para os residentes de Ontário, especialmente nas áreas rurais e suburbanas?
OMA: A escassez conduziu a um pior acesso aos cuidados de saúde, particularmente nas zonas rurais e suburbanas, onde os longos tempos de espera, a falta de disponibilidade de médicos de família e a sobrecarga dos serviços de urgência pioraram os resultados em termos de saúde.
MS: Que medidas o governo de Ontário tem tomado para resolver a escassez de médicos de família?
OMA: O governo implementou medidas como o aumento do financiamento para os cuidados de saúde em equipa, a resolução dos encargos administrativos e a simplificação dos processos para que os médicos possam passar mais tempo com os doentes. No entanto, estas medidas ainda estão em curso.
MS: Há iniciativas específicas para atrair médicos para regiões mais carentes?
OMA: As iniciativas destinadas a atrair médicos para regiões carenciadas incluem estratégias específicas como a Northern Physician Workforce strategy e sistemas regionais de credenciação para que os médicos possam trabalhar em várias instalações sem barreiras.
MS: Quais são as consequências a longo prazo da falta de médicos de família para o sistema de saúde de Ontário e para a saúde da população?
OMA: As consequências a longo prazo da escassez de médicos incluem a desorganização da prestação de cuidados de saúde, o agravamento dos resultados em termos de saúde e a pressão sobre os serviços de urgência, o que poderá conduzir a um declínio da saúde geral da população.
MS: A pandemia de COVID-19 impactou ainda mais a disponibilidade de médicos de família em Ontário, ou seja, houve alguma mudança significativa nas taxas de reformados ou no número de médicos ativos?
OMA: A pandemia de COVID-19 exacerbou a escassez, com taxas de reforma mais elevadas e mais médicos a abandonarem a profissão. A pressão sobre os sistemas de saúde só se intensificou durante a pandemia.
MS: Existem alternativas ou soluções inovadoras que estejam a ser exploradas, como o uso de telemedicina ou clínicas comunitárias, para mitigar os efeitos da falta de médicos de família?
OMA: As soluções alternativas que estão a ser exploradas incluem cuidados baseados em equipas de médicos, telemedicina e maior disponibilidade de clínicas comunitárias para reduzir a pressão sobre os médicos de família e melhorar o acesso aos cuidados.
MB/MS
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