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Regresso ao futuro

É interessante olhar para 2020 e pensar nas expetativas que tínhamos sobre esse ano e essa década. Descobri vídeos e artigos de há 10 anos que faziam previsões sobre o que seria o mundo no ano que, agora, é o nosso presente. À primeira vista, penso que é óbvio que fizemos um cálculo excessivo do quão rápido as coisas iriam avançar. Pensámos que teríamos altas tecnologias, cidades inteligentes e, na perspetiva de muitos, um mundo quase utópico.

Grande parte das tecnologias previstas existem, de facto. Apenas ainda não são acessíveis à generalidade da população. Muitos sistemas têm lacunas que precisam de ser trabalhadas ou a sua implementação no nosso quotidiano é demasiado exigente. Tecnologia à parte, há 10 anos, apesar de se falar no assunto, não estávamos bem conscientes daquilo que viria a ser experienciar as alteraçōes climáticas de verdade. Ouvíamos especialistas abordar o tópico, mas a mensagem chegou-nos como um daqueles filmes de ficção científica que nós vemos, nos aterroriza e, quando termina, desligamos a televisão e continuamos as nossas vidas normalmente, pensando “isto se acontecer, vai ser daqui a muitos anos”. O que não contávamos era que as coisas avançassem tão rápido. Porque todo o futuro se torna presente, ele está a chegar. E já o temos ouvido bater à porta várias vezes. Por isso penso que 2020 virá dar uma espécie de pontapé de saída para um jogo em que somos obrigados a reagir. Há que optar por um caminho. Sabemos que as coisas estão complicadas quando temos os maiores bilionários do planeta (Elon Musk,  um dos mais conhecidos) a estudar lugares no Alaska ou Nova Zelândia para construir bunkers em caso de catástrofe climática, guerra nuclear ou revolução social.

De volta à à tecnologia, o ano de 2020 será, à partida, 95% da realidade que já conhecemos hoje, os outros 5% serão avanços tecnológicos como novos telemóveis, aumento de veículos com inteligência artificial e TV’s mais inteligentes.

No entanto, também em outras áreas temos alguns acontecimentos em vista para 2020. Este ano a SpaceX espera enviar cerca de mais 1400 satélites para o espaço para complementar a rede Starlink e começar a vender seu serviço. Está previsto ainda que, em julho, a NASA lance a sua missão Mars 2020, com vista a estudar os potenciais de habitabilidade em Marte e preparação para futuras missōes humanas. Há ainda a previsão do lançamento do ExoMars Rover, pela ESA. Entretanto, a qualquer momento do ano, é expectável que tanto o Voyager 1 como o Voyager 2 deixem de funcionar. E a NASA tem ainda planeado o lançamento da missão Artemis 1, com o objetivo de chegar à Lua e testar o Space Launch System Rocket.

Na política, prevê-se que no final de janeiro o Reino Unido termine oficialmente o seu vínculo com a União Europeia, de acordo com o Artigo 50, a menos que outras extensões sejam solicitadas e aprovadas. A impugnação do Governo de Donald Trump continuará a desenrolar-se e é importante lembrar que no dia 3 de novembro há eleições presidenciais nos Estados Unidos. O Governo português continuará a tentar remar contra a maré de previsões que dizem que nao tem estabilidade para se aguentar até ao final do mandato e por um caminho idêntico segue o Canadá, que foi também reeleito para governar com minoria.

Na saúde antevê-se que será testada uma cura para a malária e no Egito, que tem a taxa mais elevada de hepatite C do mundo, espera-se conseguir erradicar a doença depois de uma ambiciosa campanha de sensibilização nacional.

Ambientalmente, destaque para a Libéria que se tornará a primeira nação do mundo a parar completamente de cortar as suas árvores em troca de ajuda ao desenvolvimento – a Noruega pagará ao país $150 milhões para parar o desmatamento. A China vai lançar a sua primeira cidade autossuficiente e livre de carros. Entretanto, do outro lado da moeda, a Polónia prevê completar a base de defesa de mísseis Aegis Ashore.

No âmbito da cultura e desporto, lembramos que o festival Eurovisão 2020 será realizado em Roterdão. O Euro 2020 acontecerá em 12 países europeus e a Copa América realizar-se-á na Argentina e na Colômbia. Por fim, os Jogos Olímpicos terão lugar este ano em Tóquio.

Aparte os grandes eventos mundiais, eu faço votos de que o nosso 2020 seja um ano em que realizem os vossos objetivos, que possamos ser quem queremos ser e que nos lembremos que a felicidade não está no destino, mas sim na caminhada.

Telma Pinguelo/MS

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