Quem somos nós?

Caros leitores. Sejam bem-vindos. Um gosto e um grato prazer poder escrever para vocês. Semana após semana.
Espero-vos bem e, principalmente, com muita saúde.
O jornal Milénio tem uma equipa, liderada pelo Manuel DaCosta, que todas as semanas nos surpreende com o tema que escolhe para nos apresentar depois toda a informação que é recolhida e tratada, através de entrevistas, reportagens e artigos diversos. É que não lhes falta criatividade. Bem hajam. Esta semana lembraram-se do seguinte tema – como é que as outras comunidades nos veem, a nós portugueses, enquanto sociedade?
Esta semana vou fazer uma introspeção tipo relatório escolar, “report card”, analisando e avaliando a nossa comunidade como sendo não lusa. Parece-vos bem?
Então bora lá.
Como comunidade radicada no Canadá é sabido que quando o primeiro navio “O Saturnia ” chegou a Halifax, a 13 de maio de 1953, curiosamente Dia de Nossa Senhora de Fátima, nele vinham 69 homens portugueses com a alma repleta de sonhos e desejos de procurar uma vida melhor. Deixando para trás famílias e o que lhes era mais familiar para desembarcarem num país longínquo e estranho, onde se falava outro idioma que muitos até hoje ainda não dominam. Não obstante. A “raça“ lusa tem “aventura” nos genes, no sangue. Descendentes dos navegadores mais famosos que até hoje a história jamais conheceu. Chegavam e foram-se instalando até onde os deixavam ir. Para onde havia trabalho e necessidade de mão de obra.
Tempos difíceis sem qualquer sombra de dúvida. Homens e mulheres de louvar. Estas gentes, e muitos outros como eles e após eles, aventurarem-se mar dentro com uma “mala de cartão” tipo Linda de Souza, em busca de algo sem saberem se seria, ou não, melhor. Os anos passaram. A evolução aconteceu e gratos estamos, ou deveríamos todos nós estar, a estes guerreiros e valentes homens que “furaram” e “abriram” caminho para todos nós. Avós, pais, tios. Homens de coragem. Sem egoísmo e muita vontade. Com o passar das eras, mudaram-se os tempos e vão-se mudando as vontades. Continuamos na luta. Cada um da melhor forma que sabe. Nem todos doutores, mas todos dignos. Continuando esta comunidade de quem tão bem se fala neste país. A inovar e a construir. Sobretudo continuando a ensinar às gerações existentes e vindouras, o valor do trabalho árduo e do precipício que é a vida, embora em tempos diferentes. O poder pertencer a um grande país como este onde vivemos, que nos deu asas para sonhar até onde queiramos. Com regras e democracia. Bem hajam todos os membros desta comunidade lusa por continuarem a erguer a nossa bandeira portuguesa e canadiana em mastros bem altos, repletos de orgulho e boa vontade.
É o que é e vale o que vale.
Nunca se esqueçam de onde vieram. Onde estão e para onde querem ir. Sempre a pensar que o respeito para com o próximo é imperativo. Ao fim ao cabo, lutamos todos os dias por um lugar ao sol.
Protejam-se e muita saúde.
Até já,
Cristina Da Costa
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