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Portugueses, a nossa cultura, e a Diáspora

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Foto: DR

Caros leitores olá.

Uma excelente sexta-feira para vós.

A passo e passo, cá vamos sentindo as pulsações deste nosso mundo que anda estranho, cansado e sem rumo. Pelo menos por enquanto. Espero-vos bem. Com muita saúde e, principalmente, com fé e coragem para continuar esta árdua caminhada que estamos a fazer.

Esta semana o jornal Milénio propõe que se opine sobre o modo e o estado da nossa cultura fora de Portugal. Quem olha por nós? A quem pertencemos afinal?

Já alguma vez se interrogou quantos conterrâneos nascidos na Pátria-mãe, tal como nós, saíram do berço? Estima-se uma vasta percentagem – 22.3%. Grande parte na Europa.

Somos cerca de 2.2 milhões de portugueses espalhados pela Diáspora. O que significa isso mesmo? Diáspora. O dispersar de uma comunidade fora da terra-mãe.

Somos muitos e, por este ou por aquele motivo, procuramos algo diferente. Algo de melhor. Alguns encontraram. Outros acomodaram-se. Pela Europa. Os países que mais portugueses acolheram ao longo de décadas, foram precisamente: a França primeiramente, depois a Suíça, Alemanha e também a Espanha.  Fora do espaço Europeu: Estados Unidos, Canadá, Venezuela, também Austrália, Bermudas, entre outros.

Agora pergunto eu… que faz Portugal por nós?

E atenção, sou Portuguesa a 300%, mas não quer dizer que não entenda o que nos querem dar a ver. Apesar de já viver por estas terras há várias décadas. Com dupla nacionalidade. Já entrei nesta bendita terra com estatuto de residente permanente. Mas e quem isso não consegue? Como é acolhido e acompanhado pelas entidades consulares que, como representantes da nossa Pátria, deveriam estabelecer acordos para que, quando há deslocações para um país com representação consular, a vida desses cidadãos/cidadãs, fosse menos complicada? E também receber melhor os conterrâneos e não os tratar com desdém, mas esse assunto fica para uma próxima oportunidade.  Só assim poderiam ajudar a evitar que muitos indivíduos não usufruíssem e abusassem de quem sai de “casa” para se aventurar noutro país. Com falsos pretextos de os legalizar. Enfim, mais à frente. Concorda que a nossa cultura está bem representada aqui onde habitamos? Temos apoio e veracidade do nosso lado? Ou tornamo-nos individualistas e gananciosos? Quando regressa a Portugal, que leva daqui consigo?

Que costumes tomou como princípios na terra que o acolheu? Será que se esquece assim que pisa em Portugal? Por exemplo na educação. O pedir licença e respeitar o espaço alheio. São costumes que não se deviam aprender noutro país. Mas sim já sair de “casa” com eles no regaço.

Outro exemplo – que idioma fala quando chega ao “berço”? Respeita a tradição ou quer que saibam que também domina outro idioma, em tom de gozo para com quem ficou atrás?

França e Alemanha praticam muito esse hábito de não falar português quando chegam a “casa”. Não entendo porquê.  Até porque o português é o idioma mais bonito do mundo. Não descurem. Já que os nossos governos só nos servem para subsequentemente se servirem a si próprios, não descure do bem falar. Da nossa língua. Da nossa pátria que nos deixa uma eterna saudade.

Falo apenas por mim, claro está. O ar que se respira na Pátria-mãe, sabe a tudo aquilo que nos pertence e, não deveria ser escondido, ignorado e muito menos menosprezado por alguns. Porque nem todos os habitantes deste planeta tiveram o privilégio de ter nascido naquele jardim à beira mar plantado. 

Fiquem bem, Muita saúde e fé.  Ao dobrar da esquina ainda há esperança.

Até já,

Cristina Da Costa/MS

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