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Paula Medeiros apela ao voto da comunidade portuguesa

Créditos: DR.

Com as eleições legislativas antecipadas marcadas para 18 de maio, Paula Medeiros, número 3 da lista da Aliança Democrática (AD – coligação entre PSD e CDS) ao Círculo Fora da Europa, lança um apelo claro à comunidade portuguesa residente no estrangeiro: votem, porque o voto é o primeiro passo para serem ouvidos e representados. “O meu apelo ao voto tem sido feito desde 2013, quando comecei o meu percurso na política”, afirma Paula Medeiros, que tem desenvolvido uma ação ativa junto das comunidades portuguesas, nomeadamente no Canadá. “Sempre incentivei as pessoas a votarem, sobretudo quando residem fora do país. O voto demonstra a nossa opinião e todos têm direito à mesma.”

Segundo a candidata, a participação eleitoral tem efeitos concretos: “Todos os países onde os portugueses votam de forma expressiva conseguem ter respostas diferentes por parte de Portugal.” Um dos exemplos mais evidentes, na sua opinião, é o Canadá: “Pela primeira vez, logo a seguir ao Brasil, o país que mais apresentou participação política foi o Canadá. Para mim, foi uma das maiores alegrias.” Paula Medeiros salienta que esta expressão eleitoral foi essencial para que o Canadá ganhasse visibilidade junto do governo português. “Quando uma comunidade se mostra interessada na sua terra natal, nunca poderá ser esquecida. Através do voto conseguimos decidir o que queremos manter e o que queremos mudar.”

Paula Medeiros. Créditos: DR.

A candidata da AD reforça que o voto tem implicações diretas nos serviços consulares: “Se a pessoa não votar, não consegue dizer ao Governo se as coisas estão bem ou mal.” Como exemplo, aponta os problemas com os pedidos de cidadania e a falta de recursos humanos nos registos centrais: “Nos países onde o número de votos é baixo, passa-se a ideia de que está tudo bem, e acaba-se por cair no esquecimento.”

O impacto da votação também se mede pela presença institucional, na opinião de Paula Medeiros: “Temos atualmente, em 11 meses de governação, um Secretário de Estado que já veio ao Canadá mais de três vezes. Em legislaturas anteriores, quando a expressão do Canadá não era tão grande, houve secretários que vieram uma vez ou nem isso.” A instabilidade nos serviços consulares em Toronto, com sucessivas mudanças de chefias, é um problema que, segundo Paula Medeiros, só começou a ser resolvido recentemente: “Foi uma autêntica calamidade. Só agora as coisas estão a normalizar com mais recursos humanos e com o regresso das presenças consulares.”

Sobre as propostas da AD para a próxima legislatura, Paula Medeiros é clara: “É um trabalho a continuar.” Em apenas 11 meses, a atual equipa conseguiu reativar presenças consulares em zonas como London, Kingston, Leamington e Winnipeg. “Nunca nos esquecemos de Winnipeg”, garante. Outras medidas incluem a manutenção de sistemas de agendamento mistos nos consulados, de forma a evitar o aproveitamento de terceiros para cobrar por serviços gratuitos: “Nem todos sabem fazer agendamentos online e há quem se aproveite disso para cobrar fortunas. Somos totalmente contra isso.” A AD pretende também reforçar o apoio às pessoas com carências económicas e manter programas que aproximam os luso-descendentes da sua origem. “Este ano tivemos 75 pessoas no programa de líderes do movimento associativo. Vieram de Toronto, Otava, Montreal e outros pontos do Canadá. É essencial continuar esse trabalho.” Outro objetivo é melhorar o “Programa Regressar”, que, segundo a candidata, está desajustado: “Ninguém teve coragem de avaliar se é exequível, se está a resultar, se vale a pena manter ou mudar.”

Paula Medeiros sublinha ainda a competência técnica da equipa que se apresenta como candidata na lista da Aliança Democrática, destacando o seu cabeça de lista, o atual Secretário de Estado: “Temos, na Secretaria de Estado, a pessoa mais conhecedora do sistema que envolve as comunidades portuguesas. Isso é de um valor incalculável.”

Questionada sobre a estratégia do Partido Socialista, que apresenta uma lista composta apenas por emigrantes, Paula Medeiros responde com firmeza: “Com exceção do nosso Secretário de Estado, todos os outros elementos da nossa lista são ou foram emigrantes. Eu sou emigrante. O nosso número dois, o Dr. Flávio Martins, reside no Brasil.” Para a candidata da AD, a aposta do PS no Canadá é, no mínimo, curiosa: “É estranho que tenham apostado no Canadá e não no Brasil, que é o país que mais votos dá. Talvez porque o Canadá ganhou expressão política graças ao trabalho da AD.” Sobre o candidato socialista, Paula Medeiros considera que “é uma pessoa simpática e acessível, mas não tem os conhecimentos profundos do sistema administrativo português, nem a rede de contactos necessária, que demora anos a construir.” Paula Medeiros relembra que trabalhou sete anos no Consulado de Portugal em Toronto: “Hoje, se alguém precisa de interagir com serviços em Portugal, eu consigo desbloquear a situação facilmente. Mas isso levou-me anos.” A candidata teme que o critério financeiro esteja a sobrepor-se ao mérito: “Espero que não estejamos a voltar a um sistema onde quem tem mais recursos é quem consegue visibilidade. Precisamos de valorizar a meritocracia e a tecnocracia.”

Por fim, Paula Medeiros alerta para aquele que considera ser o verdadeiro adversário da AD: “O nosso maior oponente é o Chega, cujo candidato cabeça de lista reside no Brasil. Nas últimas eleições, foi a AD e o Chega que conseguiram eleger deputados.”

Apesar dos desafios, Paula Medeiros termina com uma mensagem de confiança: “Queremos dar continuidade ao trabalho iniciado. Se esse for o desejo da comunidade, terei todo o gosto em continuar a servir. Se não for, também saberei respeitar.”

MB/MS

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