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Para o infinito e mais além!

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Elon Reeve Musk, fundador, CEO e CTO da SpaceX; CEO da Tesla Motors; vice-presidente da OpenAI, fundador e CEO da Neuralink e co-fundador e presidente da SolarCity. Creditos: Dr.

Do ataque ao Capitólio nos EUA  às campanhas de vacinação em massa e mudanças climáticas, 2021 deu-nos um prato bem cheio de questões para digerir. Não foi um ano como outro qualquer, antes pelo contrário. A pandemia, que tem estado no olho do furacão, foi uma catapulta para algo muito mais grandioso e que está mesmo debaixo do nosso nariz. Estamos a presenciar um evento histórico, uma nova Revolução Industrial, e 2021 foi parte essencial da sua rampa de lançamento. A primeira Revolução começou em 1780, com as máquinas a vapor e linhas de montagem. Por volta de 1870, a segunda Revolução emergiu com a energia elétrica, aço e motores a combustíveis fósseis. A terceira trouxe o avanço de tecnologias e sistemas computadorizados. Agora, a quarta Revolução está aí e é já conhecida como Indústria 4.0.

É impossível, neste momento, negar o quanto as nossas vidas estão a mudar. Muitos chamar-lhe-ão o “novo normal”, termo que derivou das mudanças trazidas pela pandemia. Mas se observarmos o que tem acontecido ao longo deste ano, veremos que vai muito além. Henrik von Scheel, um dos criadores do termo Indústria 4.0, afirma que a nova revolução vai modificar de vez a vida humana: “vai alterar a nossa forma de viver, trabalhar, consumir, negociar, investir e o modo de nos relacionarmos com os outros”. A Indústria 4.0 é o conjunto de tecnologias que permitem a fusão do mundo físico, digital, virtual e biológico. Apesar das transformações tecnológicas, a base das mudanças decorrentes da quarta Revolução Industrial não são máquinas. “Não são robôs ou inteligência artificial, o ser humano é o centro da Indústria 4.0”, garante Von Scheel.

Prova de que este nosso 2021 revolveu em torno desta Revolução Industrial e não da pandemia, é a capa da revista Time, que elegeu Elon Musk como a pessoa do ano. Pouco depois, o Financial Times fez a mesma escolha. Note-se que a “Person of the Year” não foi um dos trabalhadores da linha da frente no combate a pandemia, já para não dizer que muito menos ouvimos falar da pessoa ou grupo de pessoas que terão criado a vacina contra a Covid-19 – algum de vocês sabe os nomes ou lhes viu o rosto? Não seria lógico que, no contexto atual, estas pessoas fossem as nossas personalidades do ano? É interessante como os media têm absorvido toda a nossa atenção para uma pandemia, hipnotizam-nos a olhar para um céu de números de infetados, mortos, recuperados e vacinas enquanto o cortejo desta Revolução Industrial passa em terra, mesmo à nossa frente. Quando a pandemia acabar e voltarmos a olhar para as coisas com olhos de ver, daremos por nós totalmente integrados nesta nova forma de vida.

Como hoje em dia todo o movimento que se preze não dispensa um bom embaixador, Elon Musk surge como rosto e caráter desta Revolução. Em 2021, Musk emergiu não só como a pessoa mais rica do mundo, mas também como o maior exemplo de uma mudança massiva na nossa sociedade. Citando o editor-chefe da Times, Edward Felsenthal, ele “está a remodelar a vida na Terra e possivelmente fora dela também”. Sem dúvida, o que outrora nos parecia ficção científica está agora a chegar tão rapidamente que se sente dificuldade em acompanhar. O Homem, como ser racional, eternamente curioso e questionador, tem tido a audácia de querer assemelhar-se a uma espécie de Deus. A nossa medicina é capaz de enganar a morte, a nossa ciência pode manipular o clima, a engenharia e mecânica possibilitam-nos os superpoderes da velocidade e controlo da energia… poderia continuar. Neste momento não controlamos tudo, mas quase. Quando falamos da “Pessoa do Ano” de 2021, assim como desta Indústria 4.0, falamos de robôs, criptomoedas, clima, implantes de chips cerebrais e inteligência artificial. Falamos do que marcará esta nova forma de vida: descentralização, automatização altamente inteligente, virtualização e, a longo prazo, um Homem-Deus para quem existem cada vez menos aspetos do universo impossíveis de controlar.

E agora de repente lembro-me também de que ainda há lugares no mundo sem acesso a eletricidade, comida ou água potável… enquanto se pensa em carros elétricos, viagens ao espaço e internet 5G. Talvez sejamos mais felizes no metaverso, vivendo para um “eu virtual” utópico, a flutuar na nossa prancha com a cara coberta de protetor solar. Olá, 2022!

Telma Pinguelo/MS

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