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Os “novos” media, a Dark Web e o cibercrime

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Crédito: DR.

A comunicação mudou muito nos últimos anos e essa mudança, tal como qualquer outra, trouxe prós e contras. Se antes os jornais, rádios e televisões eram os nossos media de excelência, hoje a internet, as redes sociais e o streaming ocupam um espaço cada vez mais relevante na arena da comunicação. São eles os protagonistas de uma nova história que vem sendo contada e construída junto a audiências no mundo inteiro.

Hoje o público é cada vez mais seletivo e quer saber qual o desenvolvimento de uma determinada história o mais rápido possível.  Um exemplo desta seletividade é o rápido crescimento dos serviços de streaming, inclusive no Canadá. No campo da informação o Twitter assume um papel importante sobretudo em notícias de última hora.

Na Netflix, o maior serviço de streaming do mundo na área de filmes e séries de TV, não existe publicidade e o público pode escolher o tipo de conteúdo a que quer assistir e quando quer assistir. Fenómenos recentes de popularidade como o “Squid Game”, uma série sul-coreana que mostra um grupo de pessoas que para pagar as suas dívidas tenta ganhar um elevado prémio em dinheiro, têm captado cada vez mais subscritores. A série tem estado envolta em polémica porque alunos de vários países começaram a copiar o jogo onde quem perde acaba por morrer. Apesar de ter sido escrita em 2008, só dez anos depois é que chegou à Netflix e agora pais, professores e especialistas estão divididos e muitos defendem que deveria ser banida devido à sua violência. Apesar de tudo isto, tornou-se num fenómeno de audiências e fez aumentar o número de subscritores do serviço em vários países.

O Canadá tem sido um dos países mais rápidos a abraçar essa tendência, seguindo apenas os EUA em termos de taxa de penetração do serviço de vídeo streaming. Estudos recentes sugerem que cerca de 73% dos canadianos transmitem vídeo, TV, ou filmes pelo menos uma vez por mês, enquanto 46% utilizam a transmissão de música em linha numa base mensal. Tanto o streaming de música como o de vídeo fazem parte do dia-a-dia dos canadianos e cerca de 41% admite que utiliza este tipo de serviço para ver TV.

Em 2020, cerca de 18 milhões de canadianos utilizavam a Netflix através de app ou website uma vez por mês. Em 2019 eram pouco mais de 16 milhões. Entre 2018 e 2019, o número de utilizadores do Netflix no Canadá aumentou quase 3 milhões. Em 2021 a Netflix tinha 209 milhões de subscritores em todo o mundo e cerca de três quartos, cerca de 74 milhões, vivem nos EUA e no Canadá.

Os jornais, a rádio e as televisões tradicionais tentaram adaptar-se à internet e às redes socias para conseguirem chegar a cada vez mais público. Hoje a notícia sai primeiro no jornal online e depois é publicada no suplemento de papel diário ou semanal, às vezes com um ângulo diferente ou noutro género jornalístico como a entrevista ou a reportagem. As rádios adotaram os podcasts para a sua grelha de programação e o ouvinte já não precisa de sintonizar a rádio para ouvir a sua estação preferida, basta fazer o download da app no seu smartphone. Os programas de TV são cada vez mais antecipados nas redes sociais para conseguirem chegar a um número maior de telespectadores. Na área da música o Spotify é o líder mundial de streaming. Com cerca de 381 milhões de subscritores mensais ativos em setembro de 2021 a empresa sueca tinha 172 milhões de assinantes que pagam a subscrição.

Mas nem tudo são vantagens:  um neurocientista francês publicou no ano passado o livro “Fábrica de Cretinos Digitais” onde conclui que, pela primeira vez na história, os filhos têm um QI menor do que o dos pais. No livro que se tornou num best-seller em França Michael Desmurget alerta que os nativos digitais têm QI’s inferiores devido, entre outros fatores, ao elevado tempo de exposição a aparelhos digitais. O fenómeno foi identificado em países como Noruega, Dinamarca, Finlândia, Holanda e na própria França e alerta para os perigos desta nova tendência.

Tanto nas redes sociais como nos serviços de streaming quando criamos uma conta submetemos informação pessoal como nome, morada, número de telemóvel, cartão de crédito, etc., informação essa que pode acabar por ser vendida na dark web a outras empresas que tentam fazer dinheiro connosco.

Estatísticas de utilização global da Internet sugerem que em média cada utilizador da internet gasta 135 minutos por dia em aplicações de redes sociais. Hoje, tal como no passado, estas mudanças alteram a forma como percecionamos a realidade, como nos relacionamos uns com os outros e as nossas expetativas individuais.

Uma das várias camadas da Internet é conhecida por Dark Web e é palco de diversas atividades ilegais. O cibercrime é investigado no Canadá pela polícia federal canadiana que está atualmente a desenvolver um software que vai ser capaz de monitorizar a atividade ilegal. O governo federal autorizou duas empresas de tecnologia e a RCMP a desenvolver este tipo de software. Segundo Otava, o principal objectivo do software é detectar comportamentos criminosos na Dark Web, impedir a pornografia infantil e limitar os sites onde se faz tráfego humano.

A deep web normalmente é confundida com a dark web. A deep web foi criada nos EUA nos anos 70 para esconder locais e endereços IP das operações militares dos americanos para fins de segurança. Organizações militares, governamentais e policiais ainda são os principais utilizadores da Deep Web. A deep web inclui conteúdos cujo acesso não é permitido através dos tradicionais motores de busca. A rede inclui bases de dados gigantes e bibliotecas a que só alguns podem aceder.

Joana Leal/MS

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