O sonho “acordado”

Caro leitor, olá,
Mais uma sexta-feira e, num ápice, mais um final de mês. Este ano foi rápido e esta ideia, para mim, é desassossegante. O tempo voa. Água límpida a escorrer-nos por entre as mãos. Menos mal, com saúde, que é a nossa maior riqueza. Tantas pessoas com quem eu lido que se julgam ricas, mas no dia em que caírem numa cama vão perceber que a maior riqueza, aliás, duas das maiores riquezas são a nossa saúde e quem realmente nos quer bem, pelo que somos e não pelo que temos. O tal sonhar acordado a que chamei a esta crónica. Muito se falou e fala, agora nem tanto, mas nos inícios da imigração, no American Dream e no Canadian Dream. Onde as portas de um novo país se abriam, de par em par, para nos receber.
Sim. Um sonho lindo, também ele recheado de dissabores. Muitos obstáculos e lágrimas. Nem tudo o que brilha é ouro, já lá diz o velho ditado. Não obstante, os nossos pais e, nalguns casos, os avós arriscavam – não o meu porque até do luxo de conhecer os meus avós fui “roubada”. Sim! É um luxo ter quem nos afague os cabelos, nos seque as lágrimas e nos diga, “minha querida, vai ficar tudo bem”. Luxo mesmo. Mas, voltando ao assunto, os primeiros a cá chegar, os que nos antecederam, vieram em busca de uma vida melhor. E o Canadian Dream pode ser definido assim mesmo – o sonhar com algo melhor. Esse foi o verdadeiro motor para a decisão que um dia tomaram – sair do seu país e partir para um ambiente desconhecido. A liberdade de expressão e a liberdade cívica são bens adquiridos na América do Norte. Já fizeram mais sentido, já criaram muitas fortunas, mas também muita miséria.
Em alguns casos, a ganância foi e continua a ser dominante. O ego, ai o ego… Eu sou e tenho mais do que tu. Cria e há-de sempre criar miséria humana. O tal Canadian Dream, está dentro de cada um de nós. Respeitar onde se vive, a cultura e trazer tradições. Este nosso país é composto por um conjunto de etnias, conjugando as suas tradições e costumes. Esta multiculturalidade tão atrativa, mas ao mesmo tempo desafiante, marca profundamente este país que acabou por permitir que muitos tornassem o sonho, realidade. Hoje, tal como ontem, continuamos todos à procura da concretização do sonho. De forma diferente, sem dúvida. Se calhar muitos vêm a pensar que o caminho é rápido e fácil, mas os mais velhos sabem que não é. Sabem que mesmo as rosas mais bonitas têm os seus espinhos. Muito mais há a dizer. Ou não. Sonhe acordado e construa castelos na areia. Na vida, nem tudo o dinheiro consegue comprar.
É o que é e vale sempre o que vale.
Fiquem bem,
Até já,
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