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O poder do pensamento

 

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Somos influenciadores e somos influenciados no seio da nossa família, na empresa em que trabalhamos, nos diferentes grupos e associações em que estamos inseridos. No entanto, existe uma diversidade de pensamento e talvez resida aí a grande questão.

Todos somos diferentes e esse é o segredo e será nessa diferença que deveremos ter uma atuação nas decisões quotidianas. Sabemos que é possível todos sermos diferentes e deixar-nos influenciar por algo igual, termos uma inspiração semelhante. Percebemos bem quem está connosco e como devemos continuar a ter esse do nosso lado. Comecei por falar no coletivo e na relação com os outros, mas a nossa opinião também é muito construída através dos jornais, televisão e redes sociais que podem movimentar (e movimentam!) massas de uma maneira extraordinária. É evidente que as contas de Instagram, Facebook, Youtube, TikTok entre outras têm influenciadores que exercem persuasão sobre as ideias que regem o mundo em que vivemos.

Não vejo problema em estas pessoas tentarem influenciar, a questão é que uma grande parte da população mundial desistiu de pensar, de raciocinar, pensar pela sua própria cabeça. Um ex-governante português que muito admiro, disse-me um dia: “Ouve todos e quando tiveres que tomar uma decisão toma-a única e exclusivamente pela tua linha de raciocínio”. Devemos aprofundar a nossa capacidade de pensar, aprofundar discussões e repensar matrizes pré-definidas por outros.

Nunca atropelando ninguém, nunca pisando outros, mas fazendo dentro do possível fazer prevalecer a nossa opinião como válida, não como tendo a certeza que é a única, mas que pode ser aquela que pode resolver. A pandemia que invadiu as nossas vidas veio trazer mais e mais influenciadores e veio tirar capacidade de massa encefálica a grande parte da população mundial. Quem não foi já influenciado por outros? Devem ser poucos os que não seguem contas nas redes sociais. E já pensou como foi persuadido? Quer continuar assim? Até a própria publicidade nos leva a comprar determinado produto.

O grande problema é que muito do que se lê e ouve são notícias falsas e isso implica muitas das vezes o desinteresse por parte de quem recebe esta informação e, cada vez mais, não se distingue a barreira da verdade e da mentira na notícia e a nossa sensibilidade crítica está a ficar debilitada e cada vez mais as pessoas sentem a necessidade de procurar, de averiguar em mais que um canal de informação a veracidade do que leem ou ouvem.

As fake news são uma realidade deste novo mundo. E, infelizmente, certas áreas políticas cada vez mais se aproveitam desta forma de chegar às pessoas com mentiras e palavras fáceis que, nalguns países, estão a atirar as pessoas para abismos dos quais certamente terão muita dificuldade em sair. E as pessoas acreditam no que dizem estes políticos como se fossem “gurus” ou líderes religiosos. “O ser humano tem essa tendência a buscar essas crenças mágicas. Quando ele recebe correntes de pensamento político, incorpora aquilo como uma verdade absoluta, amplia e divulga para reforçar sua satisfação.” Cada vez mais vemos pessoas a pensarem que são os próprios candidatos políticos, a repetirem as suas frases e comportamentos até à exaustão como se vestissem uma camisola de uma equipa de futebol e fossem para um campo tentar imitar os seus ídolos.
Não podemos baixar os braços e esperar que tudo isto passe, quem pensa tem que agir e cada vez mais é preciso tomar medidas. A primeira deve ser fazer das escolas um escudo contra estes comportamentos de verdadeiros roubos de consciência fazendo com que isto não se agrave ainda mais. Como escreveu William Ralph Inge “a época exata para se influenciar o caráter de uma criança é cem anos antes de ela ter nascido”. Trazer o tema para a discussão num jornal com a importância que o Milénio tem é já um princípio importante também. Se dermos mais cultura às nossas crianças e lhes oferecermos ferramentas para combater essas notícias falsas, podemos ter esperança de um mundo bem melhor. Não deixemos que alguém decida se o nosso dia é bom ou mau, não deixemos que ninguém nos tire a esperança, mas também que ninguém nos dê a esperança de conseguir algo inatingível. Pense. Pense e repense.

Sabemos também que existem organizações com o poder de criar líderes políticos, mas também de os manipular durante toda a sua magistratura governamental. Exemplos de como chegaram ao poder Bill Clinton, Tony Blair e o próprio Donald Trump devem fazer-nos pensar no poder destas organizações de “pensamento” e deveríamos tirar daqui ilações para nunca mais repetir estes fracos exemplos de liderança governamental.

Termino citando o sociólogo dinamarquês Soren Kierkegaard dizendo que “a função da oração não é influenciar Deus, mas especialmente mudar a natureza daquele que ora”.

Vítor M. Silva/MS

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