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O Natal da pandemia, também pode ser o da esperança

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Créditos: Colin D.

 

Para a maioria das pessoas o Natal é época de reunião familiar, celebração entre parentes, amigos e colegas de trabalho, aglomeração ao redor da mesa farta, abraços apertados e todos tipos de demonstração de afeto e proximidade. Mas vivemos tempos estranhos, e logo, qualquer tipo de comemoração neste ano será atípica. 

Aqui no Canadá, como em muitos outros países, as autoridades de saúde vêm apelando à população para evitar reuniões familiares com outras pessoas além daquelas que moram na mesma casa, e recomendam que as viagens sejam evitadas. Tudo para barrar a propagação do novo Coronavírus e o aumento do número de casos. A realidade é uma só: vivemos na era Covid-19, onde tudo, de fato, é diferente, e um bocado estranho. 

2020 foi o ano em que essa pandemia chegou para bagunçar, e mudar, a vida de todos. Adaptar-se ao novo virou regra de sobrevivência. Máscaras obrigatórias, álcool gel em abundância e distanciamento social ditam a nova realidade. O trabalho é remoto, as aulas são online, as reuniões e festas de aniversário também acontecem através das telas, sejam elas do computador ou celular, e com o Natal e as festas de final de ano, não será diferente. 

Esse novo cenário, no entanto, também nos convida a uma reflexão. Apesar de todas dificuldades impostas pela pandemia – economias ruindo, agravamento de problemas sociais e saúde pública ainda mais latentes, aumento de casos de depressão e ansiedade, sem contar as incontáveis vidas levadas ou permanentemente transformadas pela doença -, ainda existe vida, e por isso, esperança.

E seria justamente o Natal, a época mais propícia para lembrarmos disso, e agradecermos. Agradecer e celebrar a vida, apesar de todos os obstáculos e dificuldades de um ano sem igual, e que já entrou para a história. Um ano em que um vírus invisível a olho nu colocou uma lupa e ampliou a nossa visão sobre tantas coisas: a importância dos afetos, da presença física, dos abraços e beijos, das conversas jogadas fora em um bar qualquer, de ir ao cinema, a um concerto, ou apenas jantar em um restaurante, das reuniões com os colegas de empresa, enfim, tantas pequenas coisas do dia a dia, que todos estamos privados de certa forma. 

Para além disso, vale pensar como essa realidade nos impôs a necessidade de sermos solidários e pensarmos nos outros.  São novos ajustes e condutas sociais que estão presentes, e são exigidos de todos, e que precisam ser respeitadas, afinal, somos muitos, mas também somos um, e logo, é essencial a colaboração de todos para o bem coletivo.  A incerteza sobre o futuro de nossas vidas em sociedade, e se algum dia voltaremos ao que chamamos de “vida normal”, ainda é uma realidade. Por mais difícil e solitário que seja, ainda é preciso manter os cuidados e distanciamento social, para sairmos todos bem dessa.

É Natal, e nada poderia ser mais simbólico do que a vacina ter chegado este mês. A vacina, que representa a esperança global contra essa pandemia, está a receber luz verde de diversas entidades de saúde ao redor do mundo e a vacinação já arrancou em alguns países e muitos outros se preparam para isso. Essa é a notícia que todos esperavam. E que faz brotar esse sentimento: esperança. Nascimento, e também, Renascimento. Renascimento de uma sociedade, que espera-se, evolua, e reafirme o espírito coletivo, depois desse imenso desafio a que fomos submetidos.   

Lizandra Ongaratto/MS

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