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Música portuguesa no mundo

breves reflexões

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Créditos: DR

Olá muito bom dia, espero-vos bem e com muita saúde.

Esta semana, e com um novo mês no horizonte,  a edição do jornal Milénio toca de certa forma numa “ferida”. A ferida da melancolia.   Fala-nos da música portuguesa na diáspora, e como tal não poderíamos de deixar passar este apontamento em branco. Espero que gostem deste texto que, de uma certa forma, requereu “inspiração”.

Não se sabe exatamente quantos portugueses vivem fora de Portugal, mas são muitos milhões. Com eles levaram a gastronomia, algumas tradições e a música. Onde há portugueses há fado, há guitarras portuguesas, há bombos, há concertinas ou acordeões. Há a forma mais tradicional de se interpretar a música que nos identifica e há a mistura de culturas que, entretanto, se fundem numa só. A música é um importante elemento identitário de um povo e diversidade do nosso país e a nossa forma de estar na vida está bem espelhada no fado, nas chulas, nos viras, no cante alentejano, nas canções dolentes açorianas. A música quando “nos pertence”, transporta-nos para memórias, faz-nos estremecer de emoção e isso é ainda mais verdade se a ouvirmos envolvidos num manto de saudade.

A grande promotora da música portuguesa no mundo foi Amália Rodrigues, que em tempos bem mais fechados, conseguiu dar-se a conhecer nos grandes palcos internacionais. Sozinha, sem as grandes máquinas de produção de artistas em série que existem agora. Amália e a sua voz, com a sua forma inigualável de interpretar o fado chegou longe, muito longe mesmo, embora ela própria preferisse sempre o recato da sua casa da Rua de S. Bento, em Lisboa. Muitos anos depois, uma comissão muito orientada por outro grande nome da música portuguesa – Carlos do Carmo – conseguiu que o fado fosse reconhecido como Património Imaterial da Humanidade. Hoje todos sabemos que esta candidatura, muito para além da vaidade nacional se revelou da maior importância para a afirmação de enormes fadistas voltarem a conquistar o mundo, tal como Amália já havia feito. Teve aliás o condão de contribuir para que as novas gerações perdessem a vergonha de cantar fado, ou ir ouvir cantar fado.

Em 2017 a música portuguesa deu outro grande salto na conquista do mundo – Salvador Sobral ganhou o Festival da Eurovisão com a canção Amar pelos dois. A letra pode não dizer nada a quem a ouviu um pouco por todo o lado, mas a belíssima melodia, acompanhada por uma magnífica orquestração e uma inconfundível interpretação tocaram muitos e, de repente, a música e os músicos portugueses começaram a ser olhados com respeito pelos seus pares espalhados pelo mundo.

Será que os músicos portugueses que, de forma mais ou menos recatada, tocavam para os seus conterrâneos espalhados pela diáspora começaram a ter mais orgulho na nossa música, na nossa língua cantada e também passaram a ser mais reconhecidos pelo seu valor? Esperemos que sim.

Fiquem bem e até logo mais em mais uma edição do Roundtable.

Cristina Da Costa/MS

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