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Mudança! Absoluta…

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Credito: DR

Os portugueses viveram, no último fim de semana, uma das mais emotivas e imprevisíveis histórias da democracia contemporânea.

As eleições legislativas, precipitadas em primeira instância pelo BE e PCP, e depois pelo próprio Sr. Presidente da República, aquando do “chumbo” do orçamento de estado, foi como que o último “empurrão” a uma esperada queda do primeiro-ministro, António Costa e do governo do Partido Socialista que, sem maioria, não tinha outra alternativa senão acatar a decisão, intencional, de Marcelo Rebelo de Sousa.  Por um lado, os partidos da direita, que sem ainda conhecerem o programa do governo, se manifestaram desde logo com um não à aprovação. 

Por outro lado, os antigos parceiros da “geringonça” que viram António Costa dizer não a exigências incompatíveis com a realidade do país. 

Assistimos por isso, durante umas semanas, a mentiras, ofenças e principalmente a uma onda de ideias vãs que nos faz repensar o futuro da politica portuguesa. Campanha miserável esta!… Resultados e sondagens, e análises de “bem intencionados” comentadores a ditarem um equilibrio nas contas finais destas eleições.

E o país fica de certa maneira incrédulo ao desfile dos sábios e peritos na matéria!

António Costa, semelhante a um louco, reclama uma maioria! Maioria?!! Ousadia em excesso ou arrogância? 

Costa ou Rio? 

Um deles vai ganhar à tangente e vai ser obrigado a coligações para formar governo. Disto ninguém tinha dúvidas!!

Toda a oposição reclama mudança e parecia o fim. O fim, afinal, dum governo reconhecido mundialmente pelo bom desempenho das contas públicas, do pagamento das dívidas externas, pela subida do PIB e um excepcional exemplo no combate à Covid-19.  

Recorde-se que pela primeira vez na história da democracia portuguesa, pós 25 de Abril, Portugal registou saldo positivo nas contas públicas. 

Depois da Covid-19 ter encolhido a economia em 8,4%, no ano de 2020, a mesma cresce 4,9% em 2021. A taxa de desemprego desceu para 5,9% em dezembro último, o que não acontecia em Portugal desde 2002. A redução da dívida pública em 2021 é a maior de sempre em percentagem do PIB.

E por aí fora…

A ordem, no entanto, é a mudança e pronto!

Nesta onda de euforismo, “bota abaixo”, entenda-se, aparece Rui Rio, e o PSD, como salvadores das coisas ruins de Portugal. Pensava ele, e muitos outros, que os portugueses se tinham esquecido do desastre que foi Passos Coelho e a sua austeridade, onde cortou a direito, em tudo e todos.

De repente e do nada, e neste aspeto António Costa tem que agradecer ao troglodita do Chega mudança e ao povo que saiu à rua (urnas) e votou. Votou massivamente como tinham pedido todos os partidos e por isso, congratulamo-nos também com a descida da abstenção. E a tal “mudança” chegou, inesperadamente, através do voto da democracia, para reforçar o poder a António Costa, satisfazendo-o com aquilo que, se calhar nem ele próprio acreditava, a maioria absoluta!

Enorme vitória do povo português. Uma “mudança absoluta”, é como eu descrevo este desfecho eleitoral.

Muitos imprevistos e surpresas, desde logo, a maioria absoluta. Depois, as subidas de Chega e Iniciativa Liberal, as quedas de Bloco de Esquerda e Partido Comunista e por último, o descalabro do CDS-PP.

Agora, porém, não tendo que mendigar acordos ou coligações, vai governar como sempre o fez – com sentido de estado e causas sociais. Nem mesmo o atual quadro politico, com tais imprevistos e surpresas, mudará o rumo a um primeiro-ministro de competências reconhecidas e ideias vincadas.

Espero, esperamos todos, que o Plano de Recuperação e Resiliência seja o balão de oxigénio necessário para o relançamento do país e que todo este dinheiro seja bem gerido e aplicado, nas áreas, nos ministérios e departamentos, onde estes fundos possam produzir os efeitos necessários e desejados.

E necessário será ter os pés bem assentes no chão e não cometer erros por demais debatidos, e mostrar àqueles que têm medo da arrogância do poder, com maioria, que é possível governar bem sem exageros. Vigilância deve ser mantida por todos e cabe agora ao PS mostrar que, apesar dos seus defeitos e erros, é melhor que os outros partidos, neste momento, no governo de Portugal.

Depois de 20 anos sem deputados do Partido Socialista, no Círculo Eleitoral de Fora da Europa, aquele que nos diz respeito, com a legislatura quebrada a meio por força do chumbo do orçamento, e com a esperança de que pelo menos será eleito um deputado por este círculo, será relançado o trabalho irrepreensível do Dr. Paulo Porto Fernandes, atual deputado pela imigração, precisamente neste círculo, que se avance para a  concretização das propostas lançadas na anterior legislatura e que poderão ser agora aprovadas, trazendo enormes benefícios e alterações a toda a conjuntura do estado/imigração e consequentemente, para todos nós. 

A lei da nacionalidade (já passada), o ingresso dos jovens lusodescendentes ao ensino superior, o tratamento fiscal das mais valias, a eliminação do representante fiscal, o regime público de capitalização, o novo modelo consular, o apoio às coletividades e orgãos de comunicação social (mais abrangente…) o reforço ao ensino, o sistema de votação, entre outros, são assuntos pertinentes que todos desejamos ver resolvidos no melhor sentido das necessidades e solicitações de todos nós.

Em suma, caros leitores e compatriotas, estou confiante num bom desempenho do governo eleito, nos próximos quatro anos. 

Confio ainda que os dois maiores partidos em Portugal, PS e PSD, que governaram Portugal desde a revolução dos cravos, cheguem, de uma vez por todas, a um compromisso das suas responsabilidades e, em conjunto, criarem entendimentos que garantam a plena, e sem sobressaltos, governação de Portugal, por muitos e longos anos.

Que esta “Mudança! Absoluta…” vá ao encontro das necessidades do povo, que se manifestou presente num momento difícil e que, finda esta legislatura, eu próprio me sinta satisfeito com estes resultados eleitorais de hoje mas muito mais com os de amanhã (próxima legislatura).

E para concluir, parabéns à maioria dos portugueses que soberbamente optaram pela mudança! Na confiança.

Carlos Miranda/MS

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