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Mississauga

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Mississauga é a sexta cidade mais populosa do Canadá, a terceira maior de Ontário e a segunda maior da Região Metropolitana de Toronto. É uma cidade relativamente recente, com um visível cuidado de organização dos espaços, com respeito pela natureza, estendendo-se por uma área vasta.  Entre as marcas mais conhecidas da cidade estão as torres Marilyn Monroe, devido à sua forma arquitetónica absolutamente original e sui generis. Durante a pandemia, também Mississauga se fechou em si própria. Agora é tempo de tentar voltar à normalidade perdida. No entanto, há marcas que ficam.

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Crédito: Kika.ca

Agora que os restaurantes voltaram a poder funcionar, apesar das várias regras e de só conseguirem ter clientes se tiverem um pátio, muitos vieram dizer que estavam com dificuldade em arranjar pessoas para trabalhar, uma vez que muita gente resolveu procurar outra área de trabalho durante a pandemia.

 

 

 

 

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Crédito: Kika.ca

O Camilla Care Community, em Mississauga, foi notícia nos primeiros tempos da pandemia pelas piores razões. Num pequeno jardim em frente a este centro, vemos dezenas de cruzes que representam cada pessoa que acabou por falecer devido à Covid-19. Cada cruz tem o nome de uma vítima.

 

 

 

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Crédito: Kika.ca

Esta é uma imagem que representa o lado mais obscuro da cidade de Mississauga. Na zona da Dundas & Hurontario facilmente encontramos um sem-abrigo. Neste caso, vemos um homem, que consigo tem apenas um saco plástico, enquanto fuma um cigarro debaixo de um anúncio de uma imobiliária que vende “uma casa de sonho”.

 

 

 

 

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Crédito: Kika.ca

Ainda na Dundas & Hurontario, há uma plaza que está praticamente toda assim: de lojas completamente encerradas, abandonadas. Esta é apenas uma zona, entre muitas outras, que encontramos nestas condições.

 

 

 

 

 

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Crédito: Kika.ca

A imagem mais à esquerda retrata a entrada de fiéis na Igreja Cristo Rei, em Mississauga, no domingo dia 4 de julho, um pouco antes da missa em português das 9 da manhã.

No dia 18 de junho, depois de meses e meses sem missas, as igrejas da província de Ontário reabriram, com um limite de 30% da sua capacidade total. À entrada da casa de Deus, os paroquianos medem a temperatura corporal, de modo a que haja, de alguma forma, um controlo de sintomas. As pessoas que vivem na mesma casa podem sentar-se juntas, mas caso contrário é obrigatória uma distância considerável de segurança. Fernanda partilhou connosco que se sente muito feliz por poder voltar às missas presenciais: “Eu rezo em casa, tenho a minha fé, mas não é a mesma coisa. Gosto de ouvir o Sr. Padre e da paz que este sítio me traz. Além disso gosto de rever aqui alguns amigos.” 

 

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Crédito: Kika.ca

Em Port Credit, em Mississauga, a vida parece ter voltado absolutamente ao normal. É raro encontrar-se alguém a passear de máscara na cara, apenas a colocam caso tenham que entrar numa loja, restaurante ou qualquer tipo de negócio aberto ao público.

As pessoas são realmente muitas, num ambiente completamente pós-pandémico, a caminhar pela avenida entre vários cartazes que nos alertam para a reabertura dos pátios, que se encontraram sempre preenchidos. 

 

 

 

 

 

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Crédito: Kika.ca

Ainda pela zona de Port Credit, com a vista ensolarada para o lago, muitos são os artistas que fazem as maravilhas daqueles que por ali passam. Tanto nos deparamos com momentos de magia, como podemos ver na fotografia ao lado.

 

 

 

 

 

 

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Crédito: Kika.ca

Sempre com o mundo virtual conectado (reparem no telemóvel num tripé enquanto fazia live para o Instagram); como temos também direito a banda sonora, como ilustra a imagem à esquerda (Foto 8), com a vertente social assinalada de forma a que se consiga um 3 em 1: entreter quem passa, fazer algum dinheiro e ganhar seguidores nas redes sociais.

 

 

 

 

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Crédito: Kika.ca

Ainda nesta sequência da zona à beira lago, aqui vemos um grupo de pessoas na faixa etária mais idosa numa roda social, a conversar enquanto aproveitam a vista e o bom tempo. Joseph diz que não há nada melhor que estes momentos: “Sinto-me bem aqui, a conversar com amigos. Estava cansado de estar em casa, mas sei que tinha que ser. Principalmente porque já estou velho… Mas agora estamos todos vacinados por isso penso que já não haverá problema”.

 

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Crédito: Kika.ca

Os “ice cream trucks” podem ser encontrados por todo o lado, mas este foi visto em Mississauga. Há tantos outros a fazer a alegria dos mais pequenos, mas também dos mais velhos, que agora se sentem mais à vontade para sair de casa e aproveitar um bom gelado.

 

 

 

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Crédito: Kika.ca

E por falar em gelado… Este é dos locais com mais clientes a fazer fila para conseguirem saborear um dos melhores gelados da zona. As filas são gigantes, sendo que durante o fim de semana as pessoas chegam a esperar uma hora para que a sua vez chegue. É dos locais mais famosos de Mississauga e agora instalou uma zona de segurança para que os clientes esperem de forma mais organizada e com distância uns dos outros. Têm umas placas com o QR code para que, enquanto esperam, as pessoas possam ir escolhendo o que querem comprar.

 

 

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Crédito: Kika.ca

No Jack Darling Memorial Park, em Mississauga, encontramos centenas de pessoas a usufruir do seu domingo. São inúmeras famílias à volta dos grelhadores para fazerem o seu BBQ, enquanto muitas crianças se espalham pelo parque, usufruindo dos escorregas e baloiços que agora estão novamente acessíveis a todos.

 

 

 

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Crédito: Kika.ca

Agarrar a oportunidade

Kevin trabalhava num salão de manicure e pedicure desde que chegou ao Canadá, há cerca de cinco anos. Desde as 10 da manhã até às 8 ou 9 da noite, às vezes 10, o Kevin fazia várias clientes por dia e recebia 50% do que ia fazendo. No início, atendia quem, por sorte, não tinha já alguém como preferido e ele ia assim conquistando clientes novos. Kevin cresceu profissionalmente de forma muito rápida, provando que é realmente muito bom no que faz. O seu trabalho começou a ser famoso na conta do Instagram do salão e toda a gente, principalmente as raparigas mais jovens, procuravam pelo Kevin quando iam arranjar as unhas.

A pandemia chegou e Kevin ficou em casa, muito desnorteado a início. Em dezembro de 2020 decidiu que ia começar a atender clientes em casa – ou na casa delas, ou na casa de uma amiga dele que aceitava que por lá ele atendesse pessoas que não queriam esperar mais pela abertura legal dos salões de manicure. Kevin esteve de dezembro a junho a fazer o seu trabalho quase que em cima do joelho, literalmente, mas esses meses deram-lhe a oportunidade de juntar dinheiro, de tal forma que conseguiu arrendar um apartamento novo, com muito melhores condições. Tem agora um espaço acolhedor e moderno para receber as suas clientes.  O dia 30 de junho chegou e os salões abriram novamente ao público, mas Kevin decidiu que não vai voltar para lá. O seu público continua a ir a sua casa, neste momento Kevin tem mais de 40 clientes em lista de espera para o caso da agenda dele abrandar um dia, porque para já não aceita clientes novas. Decidiu fazer as unhas a “apenas” seis pessoas por dia, trabalhar cinco dias ou seis no máximo por semana, tem a liberdade de ter o seu horário organizado como bem lhe aprouver e está no conforto da sua casa. Kevin faz no mínimo 300 dólares por dia de trabalho. Ao final do mês, para além de muito mais dinheiro na sua conta, tem o descanso de não ter que se deslocar diariamente em transportes públicos e a possibilidade de ter dias para descansar quando bem lhe apetecer.

A pandemia foi terrível a vários níveis, mas para algumas pessoas, foi a oportunidade certa para atingirem objetivos que achavam longínquos.

Catarina Balça/MS

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