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Meio-ambiente: a responsabilidade é de todos nós

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A maior floresta tropical do mundo arde em chamas, geleiras estão a derreter, a poluição do ar atinge índices preocupantes, fenômenos naturais devastam cidades inteiras mundo afora, sem contar com as altas temperaturas registradas em pleno inverno ou recordes de calor em estações intermediárias. De fato, a natureza vem dando cada vez mais sinais de que nem tudo está bem na maneira como o Homem vem se comportando a seu respeito ao longo dos séculos. As alterações climáticas há anos nos apontam que novas atitudes são necessárias, e embora alguns países e governos já estejam atentos a isso, e de certa forma tentando mudar antigas práticas, muitos seguem dando as costas, ou negando qualquer responsabilidade no que acontece.

Alguns exemplos aparecem com frequência nas notícias diárias. O Brasil há meses vem sendo destaque negativo devido às queimadas na região do Pantanal brasileiro, que segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), aumentaram 210% em 2020, quando comparado ao mesmo período do ano de 2019. Quando questionado à respeito disso, o que se ouve e se vê, do Presidente Jair Bolsonaro, é uma tentativa de desmentir ou distorcer os números, minimizar a gravidade do problema e poucas ações efetivas para mudar esse cenário.  Do lado mais rico do globo, a nação mais poderosa do mundo, e uma das mais poluidoras, os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, oficializou sua saída do Acordo de Paris, tornando-se o primeiro país do mundo a abandonar o pacto climático internacional firmado há cinco anos para controlar as emissões que causam o aquecimento global. Mas nem tudo está perdido e a esperança é de que com um novo líder a comandar essa superpotência em 2021, a mentalidade em relação aos problemas ambientais, e até a crença de que eles existem (como se precisássemos de mais exemplos), mude radicalmente.

O Canadá, por sua vez, pelo menos parece tentar agir de maneira mais preocupada em relação ao meio-ambiente. O governo do primeiro-ministro Justin Trudeau apresentou este mês um projeto de lei que permitiria ao país zerar as emissões de carbono até 2050. O país, um grande produtor de petróleo, está entre os principais emissores globais de gases de efeito estufa. Vale lembrar, entretanto, que sucessivos governos canadenses já tentaram, e não conseguiram, atingir metas de redução de emissões de poluentes que estabeleceram. Ou seja, outras promessas parecidas já foram feitas e não saíram do papel.

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Temos aí apenas alguns exemplos, mais perto de nós, digamos, do que acontece, e da importância das políticas governamentais para a preservação, do que ainda resta, do meio-ambiente.

Olhando de maneira geral, sim, os governos desempenham papel fundamental nessas questões, já que controlam e desenvolvem as políticas que vão nortear áreas ligadas às emissões de poluentes, geração de energia, quantidade de extração de matéria-prima, impactos ambientais, entre outros. Nossa participação, nesse ponto, se dá na hora de escolhermos nossos representantes, lembrando que a maneira como eles conduzem essas políticas impacta diretamente na nossa vida e das futuras gerações.

Mas além disso também nos cabe outra reflexão. É preciso voltarmos os olhos para nós mesmos e perguntar: o quê, no nosso dia-a-dia, estamos fazendo para melhorar o ambiente em que vivemos? Parece pouco diante dos números estratosféricos de emissão de gases, queimadas ou descumprimento de grandes acordos ambientais, mas é a somatória das nossas pequenas atitudes como cidadãos, e ao fim, como sociedade, que impactam de forma grandiosa na natureza e no ambiente ao nosso redor. Separar o lixo de maneira adequada, reduzir o consumo excessivo de plásticos e outros materiais poluentes, dar preferência à reutilização, usar água e energia de maneira consciente, ensinar nossos filhos da importância dessas atitudes é um primeiro, porém grande passo, para um mundo mais sustentável e equilibrado.

Lizandra Ongaratto/MS

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