Temas de Capa

Manuel Luís: “Como pessoas livres, temos que aceitar leis que nos imponham regras”

milenio stadium - capa - lizandramilenio stadium - capa - lizandra

 

Nós, como seres humanos, costumamos ter a ideia de que somos livres para fazermos aquilo que bem entendemos e comandarmos nossas vidas da maneira que nos apetece. No entanto, todos sabemos que isso não é verdade. Viver em sociedade implica que tenhamos que respeitar uma série de leis e condutas sociais que nos são impostas, sendo que na maioria das vezes não podemos debater ou questionar aquilo que se apresenta. No entanto, isso não precisa necessariamente ser negativo, pelo contrário, é necessário, como destaca Manuel Luís, especialista em gestão financeira: “como pessoas livres, temos que aceitar leis que nos imponham regras, elaboradas pelos governos, para proteger o que, em teoria, a sociedade considera importante para o seu sucesso, mesmo que isso impeça tecnicamente nossa liberdade.

Onde traçar essa linha é um debate filosófico que dura quase há tanto tempo quanto os primeiros registros históricos”.

No entanto, o especialista analisa que por sermos pessoas complexas e diferentes, as leis sociais nem sempre vão ao encontro às vontades ou desejos de todos. Por isso, elegemos representantes, como no caso os governos e governantes, o que tão pouco significa que esses irão ser reflexos de nossas ideias. A tendência é terceirizarmos a culpa daquilo que não agrada socialmente aos políticos, porém ela recai sobre todos nós “Se deixarmos os políticos se safarem com ações em benefício próprio e os elegermos de novo, aí a culpa recai sobre nós como sociedade. Até mesmo os déspotas podem ser exterminados, normalmente com uma revolução e a morte do ditador. Mas no final, a menos que a sociedade esteja disposta a pagar o preço, seja votando contra o “seu partido” ou através de uma revolução sangrenta quando necessário, nada muda e eles continuarão escapando e se dando bem”.

A liberdade de escolha e pensamento existe, porém os níveis com que ela é condicionada variam muito de acordo com cada pessoa. A tendência da maioria é ir pelo caminho “mais fácil e confortável”, como acredita Manuel Luís, e replicar o comportamento denominado pela terminologia inglesa “filter bubbles”, que consiste num ambiente, em especial online, no qual as pessoas são expostas apenas a opiniões e informações que estão de acordo com suas crenças existentes, ou seja, buscam informações e comportamentos que apenas reiterem aquilo em que já acreditam, nem sempre abrindo espaço ao novo e dando chances a ideias diferentes que possam mudar suas atitudes e crenças.

O especialista em gestão financeira cita uma frase de Aaron Sorkin, que diz que “decisões são tomadas por aqueles que se apresentam”. Na sociedade se destacam entre eles os políticos, lobistas e grandes grupos corporativos. Caberia a cada um de nós tentar perceber como fazer sua voz ser ouvida e ter relevância dentro desses grupos. O especialista em gestão financeira finaliza afirmando: “políticos querem ser reeleitos, lobistas são pagos para perseguir interesses corporativos, grupos corporativos se unem por uma causa. Aqueles que ficam em casa e não se envolvem em nada não têm uma alternativa a não ser aceitar aquilo que lhes é imposto. No final, nós, como sociedade, impomos regras. Cada um de nós deve decidir qual nível de envolvimento queremos ter nesse processo. Seja por meio de política, lobby, votação ou nada. Uma voz pode realizar pouco sozinha, mas muitas vozes serão ouvidas”.

Lizandra Ongaratto/MS

Redes Sociais - Comentários

Artigos relacionados

Back to top button

 

O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

Quer receber a edição semanal e as newsletters editoriais no seu e-mail?

 

Mais próximo. Mais dinâmico. Mais atual.
www.mileniostadium.com
O mesmo de sempre, mas melhor!

 

SUBSCREVER