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Likes e Tweets

Três mil milhões de pessoas, cerca de 40% da população mundial, usam as redes sociais. Estudos recentes citados pela BBC concluem que, em média, cada utilizador passa duas horas diárias a partilhar informação, a fazer “likes”, tweets e a atualizar as suas páginas pessoais. Quase meio milhão de tweets e de fotos no Snapchat são partilhadas a cada minuto no planeta.

A história das redes sociais começou em 1997 com o Six Degrees – pela primeira vez os utilizadores podiam criar um perfil e partilhar amizade. Em 2003 seguiu-se o LinkedIn e o MySpace. A 4 de fevereiro de 2004 Mark Zuckerberg criou aquela que viria a ser a principal rede social do mundo – o Facebook. A rede surgiu na Universidade de Harvard e embora tenha começado por estar disponível apenas a nível interno, depressa chegou a outras universidades e mais tarde a utilizadores de todo o mundo. O fenómeno fez com que Zuckerberg se tornasse num dos jovens mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes.

Em 15 anos de vida foram muitas as controvérsias em torno do Facebook, inclusive sobre quem terá sido o seu verdadeiro criador. Alguns sugerem que Zuckerberg terá roubado a ideia aos antigos colegas e em 2010 David Fincher inspirou-se nesta história e realizou o filme “A Rede Social”.

Em 2004 surge o Flickr e em 2005 o Hi5, o YouTube e o Reddit. Em 2006 é a vez do Twitter, em 2007 do Tumblr, em 2009 do WhatsApp, em 2010 do Instagram e em 2012 do Snapchat. Curiosamente o Flickr é a única que nasce no Canadá, em Vancouver, na Colúmbia Britânica.

A história das redes sociais é recente e por isso ainda é muito precoce para falar no verdadeiro impacto que elas têm na nossa vida. No entanto, são vários os estudos que sugerem que as redes têm prós e contras e apesar das críticas, elas revolucionaram a forma comos vemos o mundo, os outros e a nós próprios.

No campo dos aspetos positivos são vários os exemplos. Promovem causas específicas, nomeadamente ambientais (#safeenvironment) ou ao nível da defesa dos direitos humanos (#metoomovement); fazem com que alguns projetos originais vejam a luz do dia (crowdfounding) e conectam pessoas que vivem em áreas ou países distantes.

Por outro lado, no campo dos aspetos negativos, vários estudos já concluíram que as redes socias causam stress, ansiedade, solidão, depressão e adição. Algumas teses avançam ainda que as redes sociais interferem na qualidade do sono, na autoestima e nos próprios relacionamentos do ser humano com o outro.

Redes no Canadá

Os canadianos adoram as redes sociais e cerca de 94% estão conectados através de pelo menos uma plataforma social. Segundo um estudo da Ryerson University, o género, a idade e o rendimento económico influenciam as plataformas que os canadianos escolhem.

O estudo chama-se “Social Media Lab” e inquiriu cerca de 1,500 pessoas. O Facebook é a rede social mais popular entre os canadianos e 84% tem uma conta nesta rede.

Ao contrário de outras redes, o Facebook é bastante utilizado em todas as faixas etárias, nomeadamente a partir dos 55 anos, a franja da população que tem mais poder de compra. Anatoliy Gruzd, autor do estudo, não se surpreende com o grande interesse dos publicitários nesta rede. “Conseguimos realmente alcançar todo o tipo de grupos demográficos, independentemente da idade, género ou rendimento económico”, disse.

Os jovens preferem o Snapchat (66% dos utilizadores tem menos de 25 anos) e só 13% dos canadianos, entre os 45 e os 55 anos, revelou ter uma conta nesta plataforma. “Em média um jovem abaixo dos 25 anos tem cinco contas em diferentes plataformas. Não significa que uma organização não possa comunicar com eles através do Facebook, Instagram ou Twitter, mas a marca tem de adaptar a sua estratégia de comunicação”, esclareceu.
Mas as conclusões do estudo não ficam por aqui. “No YouTube, 65% dos utilizadores tem um rendimento baixo, enquanto que no Twitter e no LinkedIn os utilizadores estão entre os mais ricos do país”, pormenorizou.

No que diz respeito ao género, as mulheres preferem o Pinterest (56%) e os homens optam pelo Youtube, LinkedIn e Reddit.

Coro de críticas

Este ano o Fórum Económico Mundial juntou em Davos, na Suíça, líderes políticos e sociais que não pouparam críticas às redes sociais. George Soros, considerado um dos maiores investidores do mundo, classificou o Facebook e o Google como empresas monopolistas que não só constituem uma “ameaça para a sociedade”, como representam um “obstáculo à inovação”.

Soros fala em exploração e exige regulação. “As empresas petrolíferas e mineiras exploram o ambiente físico, as empresas de redes sociais exploram o ambiente social, o poder para moldar a atenção das pessoas está cada vez concentrado nas mãos de umas poucas empresas, isto tem consequências adversas muito significativas para o funcionamento da democracia”, alertou.

Roger McNamee, um dos primeiros investidores do Facebook, disse que o Facebook e Google eram “ameaças à saúde pública” e Sean Parker, antigo chairman do Facebook, mostrou-se preocupado com os seus efeitos nos jovens – “Só Deus sabe o que é que está a fazer aos cérebros das nossas crianças”.

Se for adepto de redes sociais, o Milénio Stadium está no Facebook e no Twitter.

Joana Leal

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O Facebook/Instagram bloqueou os orgão de comunicação social no Canadá.

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