Temas de Capa

Era uma vez… Uma mãe à beira de um ataque de nervos!

A história que vos vou contar podia ser uma história de ficção, mas não é.

É uma história real passada comigo todos os anos, a cada começo de um novo ano letivo. Quando o Francisco (nome ficcionado do meu filho por questões de privacidade) entrou para a primeira classe, eu comecei a ter um ataque de nervos, pelo menos um mês antes. As borboletas no estômago, as noites mal dormidas e a ansiedade tomaram conta de mim.

As dúvidas e preocupações começaram a aparecer: “Será que vai gostar?”, “Será que vai ter muitos amigos?”, “Será que os outros meninos vão tratá-lo bem?” Enfim, o ataque de nervos tomou posse.

Na tentativa de responder às minhas dúvidas eu ia perguntando ao Francisco: “Estás contente por ir começar a escola?”, “Achas que vais gostar?” e a tudo ele respondia que sim sem perceber muito bem o porquê de tantas questões.

O ano letivo terminou, tudo correu muito bem e aí eu pensei que o pior já tinha passado e não se ia voltar a repetir o episódio de “loucura” do início do ano.

Não foi bem assim…

As preocupações voltaram, a cada início de ano letivo, e eram cada vez mais complexas. A verdade é que, na minha cabeça, a questão da segurança, do bullying, do conhecimento de novas realidades, da internet, e tudo o que ela representa, eram questões que tomavam conta do meu pensamento e, à medida que o Francisco ia crescendo, também as minhas preocupações aumentavam.

Começando com a questão da segurança, eu sempre achei que as escolas eram lugares seguros e, de facto, são, mas eu lembrava-me sempre das recomendações da minha avó para não aceitar nada de estranhos e não ir a lugar nenhum com quem não conhecesse.

Eu transmitia estas recomendações ao meu filho todos os dias e ele, a achar que eu estava um pouco paranoica respondia-me sempre que não me preocupasse porque ninguém dá nada a ninguém e que também não o levariam pois era muito falador e ninguém o aturava senão eu…

Entre brincadeiras e graçolas ia tentando saber se na escola alguém o tinha feito sentir mal, se algum menino tinha gozado com ele, etc. Claro que, mais uma vez, estas preocupações eram só minhas. Apesar de eu saber que os professores são pessoas altamente qualificadas e atentas a qualquer situação menos normal mas, ainda assim, ia sempre advertindo o meu filho para me contar tudo o que se passava e estava sempre atenta a sinais menos positivos.

Também a internet era motivo de preocupação para mim. É verdade que ele hoje tem uma quantidade de informação ao seu dispor que eu não tinha quando andava na escola. Também é verdade que para efeitos do seu desempenho académico, a internet é uma grande ajuda, mas é necessário estar muito atenta aos perigos escondidos e às “contrainformações” que daí advêm.

Penso que nunca vou deixar de sentir as borboletas no estômago a cada ano que se inicia mas também acho que se nós, pais, informarmos os nossos filhos dos perigos envolventes em vez de os escondermos, se estivermos atentos aos programas que veem, às pesquisas que fazem na internet, aos jogos que jogam, etc., eles crescem conscientes e informados o que, para mim, como mãe, é o mais importante.

Desejo a todos os estudantes um excelente ano letivo e a todas as mães à beira de um ataque de nervos, como eu, posso garantir que, quer seja a primeira vez quer seja a décima primeira vez que um filho vai para a escola, os medos e as ansiedades vão estar sempre presentes, mas com o tempo aprendemos a lidar com a situação.

Maria Gaspar

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