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Dia do Trabalhador – Supostamente, um dia de folga para a população em geral

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Créditos: DR

Afinal é o Dia do Trabalhador. Por onde andam os trabalhadores, quando há falta de mão de obra na construção civil? E afinal esse facto deve-se a quê?

O Dia do Trabalhador é celebrado em quase todo o mundo, nem todos na mesma data, no Canadá este ano é celebrado no dia 6 de setembro. Por norma, nesse dia aproveitava-se a ocasião para fazer campanha e celebrar os direitos dos trabalhadores com desfiles/paradas, organizados/as pelos sindicatos. Sinceramente não sei se os sindicatos defendem os direitos dos trabalhadores, ou se os trabalhadores que são membros dos sindicatos não respeitam as regras, para não dizer ordens, dos sindicatos a que pertencem. Em quase todo o mundo há uma grande falta de mão de obra qualificada na construção, para muitos preocupante, para outros nem tanto, e também cada vez há mais profissionais a tentarem ser os patrões deles próprios. Nada contra esse facto, até porque o mundo é livre e todos têm o direito de se tornarem grandes, mas pelo menos que saibam como fazer o trabalho profissionalmente, quando a experiência é pouca o tombo pode ser grande. Quem paga deve ser bem servido e isto não é uma crítica a esses mesmos que julgam que já sabem tudo, é uma crítica sim ao setor empresarial, que permite que coisas destas aconteçam, por falta de união neles próprios.

Há uma grande percentagem de empresários que se sentem confortáveis e preferem dar trabalho a “subs”, assim lhes chamam, mas uma grande percentagem não sabe o que está a fazer. Como a capacidade de liderança é tão baixa procuram o mais fácil, que pode vir a ser um problema grave a curto prazo como já acontece em muitas empresas. Acidentes e danos causados por falta de experiência e responsabilidade. 

Gerir profissionalmente não é fácil, mas com união muita coisa se consegue. Se houvesse união muitos incompetentes não tinham trabalho e as empresas não sofriam tanto. Muitas vezes julga-se que a mão de obra ao ser entregue a subcontratantes fica com custos mais baixos, algo que é errado – para se juntar qualidade de serviço e preço há que haver formação e motivação, não é recorrer a qualquer tipo de pessoa sem se saber que os mesmos não estão qualificados para tal. Os erros pagam-se caros. Neste momento, há mais união fora do setor empresarial do que entre os empresários, o que no meu ponto de vista é mau. Não quero com isto dizer que não deve haver união entre a classe empregada/trabalhadores e serem amigos uns dos outros, há que haver separação. E qual foi a razão de se deixar chegar a este ponto? A falta de atração, saber baixar de nível, falta de motivação, isto já se arrasta há muitos anos, e também o facto de termos sido atacados pela pandemia piorou tudo. Não nos podemos esquecer da falta de imigração que ajudou muito e foi um dos grandes problemas, mas uma das grandes gaffes tem sido a falta de atração de jovens para o setor da construção. Como todos sabem o setor por si próprio já é pouco atrativo comparativamente a outros, e quando há alternativas eles fogem. Há que se saber baixar de nível e colocar os mesmos num patamar acima do que se pensa, perder tempo para se dar umas palmadinhas nas costas e, claro, dar um salário que corresponda ao sacrifício. Com o tempo os resultados aparecem, não se pode é julgar que não se precisa, precisamos sempre uns dos outros.

Numa formação que frequentei, alguém a certa altura perguntava se era sustentável para as empresas oferecer melhores salários e condições. A resposta pelo entendido foi muito rápida e certeira: é em tempo de grandes crises que se veem os bons. Uma empresa quando abre portas é para ganhar, quando não se ganha ou não se consegue atingir os objetivos esperados fecha-se, mas a capacidade de gestão é muito importante. E disse, naturalmente, que as empresas teriam que aumentar os preços lentamente e, eventualmente, os clientes até podiam inicialmente estranhar tal facto, mas depois de servidos com qualidade a ideia desaparecia. Como todo o cidadão sabe, ninguém gosta de pagar mais por algo, mas em determinadas alturas as coisas têm que mudar e há uma grande percentagem que não está preparada para mudanças, e o resultado é a falta de união entre o setor empresarial para se discutir preços e outros assuntos. 

Podemo-nos convencer de uma coisa meus caros leitores: vai continuar a falta de mão de obra, mas com união pode-se evitar muita coisa. Se os empresários estiverem à espera do setor político para resolver coisas deste tipo vamos continuar de mãos atadas. Tenho para mim que pode, inclusive, haver um agravamento da situação, se não houver alterações nas formas de gerir os recursos humanos. Há uma tendência para piorar, temos graves problemas na frente dos olhos, um deles é o envelhecimento de muitos profissionais ativos e há uma insuficiência na renovação. O número de profissionais ativos irá necessariamente diminuir. Para a resolução deste problema é necessário que os responsáveis empresariais procurem soluções, sem medo de se aproximarem uns dos outros.

As empresas não são empresas sem trabalhadores e os trabalhadores não são trabalhadores sem as empresas. Bom fim de semana, viva o Dia do Trabalhador e viva quem lhes dá trabalho.

Augusto Bandeira/MS

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