Temas de Capa

Desfilar orgulho

parada4 - milenio stadium

Considerada uma das melhores manifestações culturais no Canadá e um dos maiores símbolos de manifestação de orgulho à sua pátria-mãe, a Parada de Portugal estará de volta à Dundas Street, no próximo dia 10 de junho.

Integrada nas comemorações da Semana de Portugal – que incluem ainda, por exemplo, um tributo aos pioneiros organizado pela ACAPO e pelo Real Canadian Portuguese Historical Museum, que acontecerá no dia 8 de junho pelas 6:30 pm, a Parada, organizada desde 1966, leva a que todos os anos milhares de pessoas preencham as ruas de Toronto – sejam elas participantes ou espectadores.

A vitalidade e profunda integração da comunidade portuguesa espelha-se na alegria e orgulho dos que desfilam com as cores do seu país e também na importante participação e apoio daqueles que assistem ao espetáculo.
Nesta sua 36.ª edição, onde se celebram também os 70 anos de imigração portuguesa no Canadá, muitas associações, clubes e organizações voltarão a desfilar e a atravessar o coração de Little Portugal, sendo que o percurso termina junto ao monumento de homenagem aos voluntários portugueses no Trinity-Bellwoods Park, em Toronto.

Numa altura em que se ultimam os preparativos, quisemos saber junto de algumas delas mais alguns pormenores sobre o que poderemos ver no próximo dia 10 de junho, em que se celebra mais um Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas.

Vitor Santos
presidente Associação Migrante
de Barcelos Community Centre

Qual será o grau de envolvimento da vossa Associação na Parada de Portugal?
O grau de envolvimento da Associação Migrante Barcelos com certeza será o grau máximo! Não se pode esperar menos da A.M.Barcelos.

Possuem alguma estimativa do número de participantes que irão desfilar?
A estimativa da nossa participação é para cima de 100 pessoas com toda a certeza.

Quais serão as vossas representações neste evento? O que pretendem transmitir/divulgar?
Vamos ter a representação do Rancho Infantil e do Rancho Adulto, toda a tocata e o grupo Motard Moto Galos – A.M.Barcelos – Toronto.
Primeiro é nossa obrigação divulgar as tradições e a cultura portuguesa. O nosso Rancho Folclórico Adulto é federado na Federação Portuguesa de Folclore e só por aí temos a “obrigação” de representar os nossos antepassados o mais fidedignamente possível, o que nem sempre é possível mas tentamos a todo o custo que assim seja.
Fazemos sempre um esforço para divulgar a cidade de Barcelos e as suas gentes. Divulgar o Galo de Barcelos, símbolo da cidade de Barcelos e de Portugal. Com o grupo Motard Moto Galos tentamos que os apaixonados das duas rodas se unam à parte da cultura e todos juntos conseguimos ser uma família enorme e muito feliz.

Que importância atribuem a uma iniciativa com o significado e dimensão desta Parada? E o que significa poder ser parte integrante da mesma?
Para mim é a maior e a melhor iniciativa portuguesa que há no Canadá. Parabéns à ACAPO pelo trabalho realizado e à Liuna Local 183 pelo seu fantástico apoio. Para a Associação Migrante Barcelos, sendo uma das associações mais dinâmicas da comunidade portuguesa, neste momento faz todo o sentido sermos parte integrante deste acontecimento.

Pessoalmente, que significado tem para si viver este mês de Portugal aqui no Canadá?
Viver este mês de Portugal no Canadá é algo único, fantástico e emocionante pois esta é a maior parada portuguesa no mundo e durante toda a parada os milhares e milhares de pessoas que vemos fazem-me sentir realizado no sentido de dever cumprido neste trabalho voluntário de promover a cultura e as tradições portuguesas.

Ricardo Santos
vice-presidente PCCM

Qual será o grau de envolvimento da vossa associação/clube/organização na Parada de Portugal?
O nosso envolvimento na Parada de Portugal vai ser como todos os anos, que vai ser fazer a Parada a pé.

Possuem alguma estimativa do número de participantes que irão desfilar?
Vamos ter à volta de 40 participantes entre o rancho folclórico e também alguns dos nossos voluntários.
Quais serão as vossas representações neste evento? O que pretendem transmitir/divulgar?
Vamos representar o Centro Cultural Português de Mississauga, o folclórico de todas as áreas de Portugal.
Queremos transmitir que Mississauga tem uma comunidade portuguesa forte, e que o nosso centro tem as portas abertas a todos com festas quase todas as semanas, incluindo o nosso Arraial à Portuguesa que vai acontecer já no dia 17 de junho, a Homenagem a Amália Rodrigues que vai acontecer no dia 7 de outubro onde vamos trazer uma grande fadista pela primeira vez ao Canadá, a Diana Vilarinho, e também o fadista e guitarrista Ângelo Freire. E depois disso vamos ter muitas mais festas a começar em outubro.

Que importância atribuem a uma iniciativa com o significado e dimensão desta Parada? E o que significa poder ser parte integrante da mesma?
É muito importante para divulgar a Toronto inteiro, não só portugueses, que a nossa comunidade tem orgulho das nossas raízes e gostamos de partilhar o nosso canto de Portugal a todos.
É um orgulho para nós sermos parte desta Parada, para além de o fazermos já há bastante anos, é importante continuarmos a suportar a cultura portuguesa.

Pessoalmente, que significado tem para si viver este mês de Portugal aqui no Canadá?
Já estou no Canadá há bastante tempo, mas de qualquer maneira é bom passar este mês a celebrar a portugalidade.
Embora o faça durante o ano inteiro no PCCM, acho que é importante celebrar Portugal no mês do Dia de Portugal.

Katia Caramujo
vice-presidente Casa das Beiras

Qual será o grau de envolvimento da Casa das Beiras na Parada de Portugal?
A Casa das Beiras vai cumprir com a tradição e iremos ter um carro alegórico onde irão desfilar os nossos diretores, membros do RF Académico de Viseu, e membros da Confraria Saber e Sabores da Beira (Grão Vasco) da Casa Das Beiras de Toronto.

Possuem alguma estimativa do número de participantes que irão desfilar?
Estimamos ter a participação de cerca de 100 pessoas a representar a Casa das Beiras.
Quais serão as vossas representações neste evento? O que pretendem transmitir/divulgar?
A nossa representação tenta sempre replicar os costumes e tradições da Beira Alta, Beira Baixa e Beira Litoral. Pretendemos passar para os nossos jovens a importância de ser português e ao mesmo tempo mostrar os nossos costumes e tradições, cada clube representa uma região e nós na Casa Das Beiras queremos essas tradições para os filhos dos nossos sócios.

Que importância atribuem a uma iniciativa com o significado e dimensão desta Parada? E o que significa poder ser parte integrante da mesma?
É importante dar continuidade à Parada do Dia de Portugal, infelizmente muitos dos eventos que já eram tradição deixaram de existir por uma razão ou outra – mas por enquanto a Parada ainda perdura. A Parada atrai novos e velhos, portugueses e canadianos – quer chova quer faça sol no dia da Parada todos mostramos o orgulho que temos na nossa cultura que é única. Queremos dar os parabéns a toda a organização assim como agradecer o empenho que os voluntários da ACAPO têm em todos os anos organizarem estas celebrações – e nós, Casa Das Beiras, já fazemos parte desde o ano de 1992 e continuaremos a fazer parte sempre que nos for possível.

Pessoalmente, que significado tem para si viver este mês de Portugal aqui no Canadá?
Para mim, pessoalmente, viver o mês de Portugal aqui no Canadá significa muito – desde muito pequena que desfilo na Parada do Dia de Portugal. Já desfilei com a escola portuguesa, com o rancho folclórico, com a tuna académica, e como parte da direção da ACAPO – na verdade desfilaria com qualquer grupo desde que pudesse mostrar o sentimento que é ser portuguesa no Canadá. Os que estão longe de Portugal sentem mais esta “portugalidade” do que os que nunca de lá saíram – eu sou filha de imigrantes que conseguiram transmitir esse sentimento para os seus filhos e eu hei-de sempre participar nas celebrações em alguma capacidade! Viva Portugal!

José Carlos
presidente Academia do Gil Vicente de Toronto

Qual será o grau de envolvimento da vossa associação/clube/organização na Parada de Portugal?
A Academia do Gil Vicente de Toronto está a preparar-se para levar um carro, que será um campo de futebol com duas bancadas e onde estarão presentes todos os barcelenses. Pais, atletas, diretores, todos aqueles que fazem parte da Academia e todos aqueles que se orgulham de ser barcelenses e têm aqui uma filial, a primeira do mundo, a representar a casa-mãe, Portugal. Tenho a certeza, como presidente da Academia, que há um enorme entusiasmo. Ainda mais com o que se passou, com este problema que tivemos da Covid, onde as pessoas estiveram, durante dois anos, sem poder festejar, sem partilhar a alegria do que é ser português e estar a representar a sua terra.

Possuem alguma estimativa do número de participantes que irão desfilar?
Eu acho que com atletas e pais vamos poder contar com mais de 300 pessoas.
Quais serão as vossas representações neste evento? O que pretendem transmitir/divulgar?
Mostrar à comunidade portuguesa que o Gil Vicente está vivo, está organizado e que está a crescer, passo a passo. Costuma dizer-se que “cuidados e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”. E portanto aquilo que eu, José Carlos Silva, já presenciei a nível da comunidade e não só, são coisas que têm de ser feitas com cabeça tronco e membros. E é por isso que eu me orgulho, hoje, em representar a Academia com os nossos diretores e demonstrá-lo à comunidade no dia 10 de junho.

Que importância atribuem a uma iniciativa com o significado e dimensão desta Parada? E o que significa poder ser parte integrante da mesma?
Significa muito. São momentos marcantes na minha vida. Como emigrante que deixei a minha terra, o meu cantinho, que fui militar. E foi uma escola que veio sempre de casa: honrar sempre o nosso país, festejar onde estivermos. Nós, portugueses que estamos longe, por vezes não somos vistos e tratados como devemos ser por Portugal, pelas suas autoridades, pelos “senhores do topo”, é bom provar a essas pessoas que nós estamos aqui, estamos vivos e que na hora da verdade, da aflição, Portugal recorre muitas vezes financeiramente aos emigrantes.

Pessoalmente, que significado tem para si viver este mês de Portugal aqui no Canadá?
Para mim tem muito, só é pena que as pessoas não levem isso a sério, que passe ao lado. Passam ao lado de sacrifício, de coragem, de meia dúzia de pessoas que trabalham 24 horas por dia para que isto seja uma realidade – passam ao lado, ainda criticam e põem em causa essas pessoas. Eu fico magoado e triste porque nós, portugueses, somos conhecidos como guerreiros, como homens de trabalho, como pessoas civilizadas, honestas, com caráter, por esse mundo fora – e é pena que só meia dúzia deles é que dão a cara e no meio disto tudo ainda haver alguns oportunistas que se aproveitam do suor dos outros. Do ser português, de estar aqui, de dar a cara, dar o peito às balas e levantar a bandeira de Portugal – algo de que tanto me orgulho. Portugal tem de ser mais bem representado. Mostrar aos nossos filhos canadianos que se é português. Eu sinto-me triste muitas vezes de ver filiais e clubes a serem usados por pessoas para proveitos pessoais e financeiros. Nós portugueses, unidos, de sul a norte, a nível de cultura, desporto, se tudo fosse levado a sério, com caráter, personalidade, humildade e com respeito seríamos muito fortes ao nível de certas comunidades. É pena que cada um esteja a puxar a sardinha para a sua brasa – e quando é assim é difícil, e quase sempre não dá nada. A união faz a força.

Inês Barbosa/MS

 

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