Déjà vu
A língua francesa tem uma expressão que ganhou popularidade mundial e é muito usada, no próprio idioma oficial, mundo afora: déjà vu. Significa “já visto” e é isso, uma sensação de que algo que você está experimentando é algo que já experimentou. Pois bem, nesses últimos dias é quase certo que muitas pessoas estão com essa sensação, a de “lá vamos nós de novo”, uma vez que essa pandemia, depois de ter nos dado sinais e falsas esperanças de que iria embora, insistentemente permanece nas nossas vidas e mais uma vez altera os rumos e planos de boa parte da população.
Depois de uma campanha de vacinação muito bem-sucedida aqui no Canadá, a sensação era de que as coisas estavam voltando ao normal, com o comércio reaberto, as escolas abertas, profissionais de volta aos escritórios, competições esportivas sendo realizadas com público nos estádios, concertos, entre outras tantas questões. Até meados de novembro a situação levou muitas pessoas a voltar a planejar festas de confraternização e nutrir a expectativa de um Natal mais normal, onde as famílias e os amigos pudessem se encontrar à vontade se antecipava. Eis que então, surge a nova variante da vez, batizada de ómicron, que segundo antecipam especialistas, e os números corroboram, tem um poder de transmissibilidade até oito vezes maior do que a variante delta, por exemplo.
Diante desse novo cenário, e de mais uma ameaça real de sobrecarregar o sistema de saúde e seus trabalhadores já exaustos, os governos federal e provincial monitoram a situação de perto e implementaram mais uma vez uma série de novas (algumas antigas) restrições de saúde pública, para desespero de alguns setores da economia, que foram os mais atingidos pela pandemia e depositavam suas esperanças de lucros nessa época festiva. Viagens internacionais são desaconselhadas, lotação de público reduzida e as aglomerações desaconselhadas. E com isso, voltamos a uma realidade que já conhecemos de isolamentos, restrições e cuidados redobrados.
Num tempo de festividades, e com o ano novo batendo a nossa porta, os ânimos em geral não parecem ser tão festivos e alegres. Um certo cansaço se abate sobre a população, já que lá se vão quase dois anos de rotinas e planos interrompidos. Se por um lado é compreensível esse sentimento também não podemos de deixar de pensar que um novo ano nasce e com ele é preciso que renasça nossa esperança. Se existe algo que com certeza essa pandemia ensinou é nosso poder de resiliência como humanidade. As circunstâncias exigem e a nós só resta uma alternativa: nos adaptar e seguir da maneira que é possível.
Mesmo que o horizonte não pareça tão promissor, com a sombra dessa pandemia ainda a nos perseguir e as previsões econômicas de um 2022 de preços nas alturas para o consumidor, procure olhar para aquilo de bom que tem ao seu redor e agradeça. Pela sua saúde, sua família, seus amigos, seu trabalho. Foque no que há de positivo, afinal há inclusive estudos sobre o poder dos pensamentos positivos nas nossas vidas.
Vacinas, Ómicron, pandemia, restrições…tudo isso ainda vai fazer parte de nossas rotinas, e vocabulário, nesse 2022. Teremos que aprender a conviver com essa realidade, nos adaptarmos e seguirmos fazendo nosso melhor…para que tenhamos um novo ano de alegrias, e principalmente, de saúde.
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