DATING APPS – Namoro para todos os gostos
Ir a um café ou a um clube para tentar encontrar alguém para namorar pode não corresponder às expectativas, porque nem sempre a outra pessoa tem a mesma intenção. Acontece que, talvez também por isso, as aplicações de dating estejam a ganhar cada vez mais espaço no mercado. No mundo online dedicado à procura da cara metade já se sabe à partida que quem lá está tem o mesmo propósito.
Mas depois, os encontros às cegas são estranhos, há muita gente que acaba por deixar de responder a mensagens da noite para o dia (principalmente entre os mais jovens) ou então querem apenas divertir-se por uma noite e no dia seguinte usam a famosa desculpa: “estou muito ocupado/a com o trabalho”. Esta é provavelmente uma perspetiva mais pessimista e, sinceramente, realista… Porque, principalmente nas gerações mais novas, a rapidez com que se passa para o “próximo” é assustadora e muito se deve à facilidade de se encontrar parceiros, muito com a ajuda destas famosas aplicações de dating.
Esse estigma associado ao namoro online só existe porque, na cabeça da maioria das pessoas que usa estas plataformas, namoro online significa procurar desesperadamente por um cônjuge ou procurar desesperadamente por sexo. Embora alguns sites sejam definitivamente assim, existem outros onde é realmente possível encontrar um relacionamento sério e de longo prazo. Na verdade, estas apps são, de facto, muito úteis para aqueles que nem por isso têm tempo para ir a eventos e conhecer pessoas novas, ou até porque, depois de estabelecidas as preferências que cada um de nós tem, é bem mais fácil encontrar alguém que corresponda de forma mais concreta à ideia da pessoa com quem queremos ter qualquer tipo de interação.
E durante este último ano, naturalmente devido aos confinamentos a que todos fomos obrigados, muitas apps ganharam mais e mais forma. Não são só os nomes grandes que estão a crescer, como o Tinder e Bumble, mas também as aplicações que são direcionadas para a comunidade LGBTQIA+. Grindr e Her. É importante dizer que praticamente todas as apps de dating nos permitem escolher etnias, religiões, ideais políticos… Tudo e mais alguma coisa, como poderão ler nas descrições que vou fazer a seguir.
Há agora outro fator que me parece ser muito relevante: o status de vacinação. Quem quiser pode selecionar a opção que mostra se está ou não vacinado.
As aplicações de dating devem tornar o namoro mais fácil, então é muito frustrante quando encontramos apps que são impossíveis de entender e que nos trazem tantos bots e scam, por isso hoje venho aqui esclarecer-vos como utilizar cada uma e qual será, eventualmente, a mais indicada para si, caro leitor, caso lhe interesse.
Quem é que nunca ouviu falar do Tinder? Esta aplicação, criada em 2013, ficou conhecida pelo seu famoso “swipe”. Se deslizarmos para a direita quer dizer que a pessoa nos interessa, se não for o caso temos que optar pelo deslize na direção esquerda. Vamos dizer que a pessoa nos desperta interesse: fazemos o swipe right e esperamos ter a sorte dela ter feito o mesmo… Se for o caso: it’s a match! A partir daí a interação pode começar.
Esta app, com fama por promover mais encontros casuais do que algo com intuito sério, lidera os rankings: em 2020, talvez por ter sido obviamente um ano bastante atípico e com muito tempo livre, o Tinder foi descarregado por 74 milhões de pessoas. No total, esta app tem 66 milhões de utilizadores em todo o mundo.
Esta é uma aplicação super fácil de usar e rápida no que diz respeito à criação de um perfil – basta umas fotografias e umas frases que acharmos que se adequam. Funciona à base da proximidade, tem a possibilidade de se fazer chamadas de vídeo para além das mensagens, e recentemente foi até adicionado um botão de pânico, para o caso de decidirmos ir a um encontro e a coisa correr mal. Para além disso, tem agora uma opção de reconhecimento fácil, para que o perfil seja validado e assim saibamos se a pessoa é realmente a mesma que vemos nas fotografias. É uma app gratuita, mas tem opções pagas e já são 6.4 milhões de pessoas a querer os extras: o Tinder Plus, que permite dar gostos ilimitados e cinco superlikes por dia e o Tinder Gold, que tem também a possibilidade de ver quem nos pôs likes.
Importante dizer que há a possibilidade de, enquanto criamos o nosso perfil, deixar claras as nossas preferências e assim o Tinder apenas nos mostra pessoas dentro desses parâmetros.
Esta aplicação foi criada por uma das co-fundadoras do Tinder. A diferença maior desta opção está na forma como a comunicação se inicia. Ora, tal como no Tinder, o Bumble permite-nos fazer “swipe” para a direita se gostarmos, para a esquerda se não nos interessar, mas depois se fizermos “match” a conversa não se inicia de imediato: Aqui, a mulher é quem tem que tomar a iniciativa. Se quem me estiver a ler for mulher: a bola está do nosso lado, amiga. Esse estigma de que os homens é que se chegam à frente… no Bumble não existe. Se a mulher não falar durante as primeiras 24 horas depois de feito o “match”, a interação não pode acontecer e o “match” fica desfeito. Nos “matches” entre pessoas do mesmo sexo, ambas as partes podem iniciar a conversa. O Bumble também inclui chamadas de vídeo e tem um formato alternativo para quem anda apenas à procura de amigos. A título de curiosidade: Sharon Stone foi uma das utilizadoras mais célebres da app, tendo sido reportada várias vezes porque os utilizadores achavam que o perfil era falso! Esta app é grátis, mas tem uma opção Boost e podemos adquirir pacotes de BumbleCoins para obter melhoramentos.
O slogan desta aplicação é “Feita para ser apagada” e isso já resume muito do que o Hinge diz ser: uma app para relacionamentos sérios. Claro que isso é o cenário ideal, mas nem sempre acontece, o que é obviamente normal. Mas pelo menos, quem está no Hinge, por norma, tem intenção de encontrar alguém para namorar e não apenas para ir dar umas voltinhas. A app segue a premissa de juntar os seus utilizadores ao “amigo do amigo” através das ligações de Facebook, portanto a probabilidade de encontrarmos alguém completamente fora do nosso círculo é bastante menor. Além disso, faz algumas perguntas engraçadas como “qual é a tua música favorita para cantar karaoke?” para incentivar os utilizadores a começar a conversar de forma descontraída.
Podemos também selecionar as nossas preferências: desde idade, género, etnia e religião, como acontece em quase todas as apps. Se estivermos interessados em aprofundar as nossas preferências, pagamos pelo upgrade e podemos selecionar outras opções: altura, se nos importamos que a pessoa tenha filhos ou não, quais os planos familiares, o nível educacional, a preferência política, se bebe, se fuma cigarros, se fuma marijuana ou se consome outro tipo de droga. Ou seja, um verdadeiro funil que nos leva até àqueles/as que mais probabilidades têm de corresponder às nossas expectativas.
Há agora também uma opção, como vos falei na introdução deste artigo, que se chama “Vaccine Status”, referente à Covid-19: aí podemos dizer se estamos parcialmente vacinados, completamente vacinados ou se não estamos de todo vacinados.
O Match tem uma versão gratuita, mas limitada. Neste caso em concreto, o consenso geral é de que vamos precisar de uma assinatura paga para ter sorte. Isto ainda é uma espécie de antiguidade, lá dos tempos dos primeiros dias dos sites de namoro online, quando uma assinatura básica num site do género significava que estávamos seriamente decididos a assentar. Mas cá estou eu para vos dizer que há muito tempo conclui que se chegarem ao ponto de ter que pagar para uma app de dating nos dias de hoje… é porque estão um pouco ansiosos de mais para encontrar o/a parceiro/a perfeito/a. Há muita coisa gratuita por aí, como podem ver hoje neste artigo. Existem, claro, recursos pagos em algumas apps que valem o preço, para conseguirmos estabelecer de forma muito concreta as nossas preferências… No entanto, o Match é uma das apps de namoro online mais populares do Canadá, com mais de 100 mil downloads no Google Playstore. O recurso mais exclusivo desta aplicação é o filtro que funciona de forma “poderosa” (palavras deles), de modo a encontrarmos um “match” todos os dias! Outra função interessante e que se destaca é a possibilidade de os usuários poderem controlar quem vê e gosta do seu perfil. Podem também remover resultados de pesquisa indesejados e ainda comentar as fotos de outras pessoas.
A Plenty of Fish é operada pelo mesmo grupo que detém o Tinder, é mais antiga e tem como vantagem uma grande abrangência, com 150 milhões de utilizadores globais. Não tem funcionalidades complexas e talvez por isso seja popular: o perfil pode ser criado com apenas a nossa idade, nível de educação, profissão e está pronto! Tem uma versão paga com mais opções, mas a possibilidade de fazer encontros por vídeo, essencial na pandemia, é gratuita. A questão que se levanta aqui é que a Plenty of Fish foi lançada em 2003 e nota-se. Não me parece ser uma app muito moderna e está cheia de bots e scams. Os problemas da app não significam que não sejamos capazes de encontrar o amor por ali, mas as probabilidades podem não ser muitas.
Apesar de praticamente todas as aplicações nos oferecerem a possibilidade de escolhermos a nossa preferência sexual, a Grindr surgiu para se dirigir especificamente a usuários LGBTQIA+. Com uma média de 3,6 milhões de usuários ativos diários em 196 países, o Grindr é a maior rede social exclusivamente masculina do mundo. A app é visualmente organizada e extremamente simples de usar. Para nos inscrevermos, tal como nas outras aplicações de dating, temos apenas que inserir o nosso e-mail e data de nascimento, selecionar uma senha e ativar os serviços de localização do telefone para que se possa encontrar alguém num determinado raio de distância. Depois é só fazer upload de uma foto de perfil, escolher um nome de exibição e escrever uma breve sinopse “Sobre mim” para nos apresentarmos.
Desde o seu lançamento em 2009, a app cresceu e tornou-se uma parte fundamental da vida diária dos seus usuários, rivalizando – e talvez até suplantando, mesmo antes da pandemia – os bares gays e outros sites de namoro online, como a melhor forma de os homens gays se conhecerem.
A maioria das aplicações de dating são bastante LGBTQIA+ inclusivas. Ainda assim, é bom ter uma app que nos faça sentir mais em casa. Her é feita para mulheres lésbicas, bissexuais e queer. É uma ideia válida e muito interessante, mas a Her tem alguns bugs e falhas que complicam a sua utilização e há quem sinta alguma frustração. Pelo que eu tenho lido e sabido por parte de algumas mulheres, a opinião é de que a app é “apenas OK” e não perfeita e que geralmente acabam por se cansar e voltar para o Tinder ou Bumble. Mas há, claro, pessoas reais e sempre a possibilidade de encontrarmos o amor da nossa vida, ou simplesmente alguém com quem conversar e criar algum tipo de ligação.
Esta app surgiu na minha cabeça antes de eu saber que ela já existia. Andava eu pelos transportes públicos e pensava “Epa, queria fazer swipe right”. Claro que ideias geniais destas não iam surgir só na minha cabeça… A Happn é exatamente essa aplicação que eu achava ter criado de forma original na minha mente. Funciona de forma semelhante ao Tinder, mas em vez de mostrar pessoas que estão nas redondezas, permite-nos encontrar pessoas com quem já nos cruzámos. Não acham que isto é espetacular? Com a Happn acabam-se as chatices de se perder uma oportunidade de conhecer alguém com quem, pessoalmente, não tivemos coragem de tentar ter uma conversa. A app não é à prova de erros, mas a premissa é esta: os utilizadores têm de se cruzar para se poderem ver através da aplicação. Depois, são eles que decidem se se aprovam mutuamente para poderem iniciar uma conversa.
Com mais de 300 milhões de utilizadores, a Badoo reúne características de outras aplicações: o “swipe” do Tinder, um sistema de verificação de perfis como o Bumble e permite ver quem se cruzou connosco como no Happn. Mas tem uma opção própria: através do reconhecimento facial é possível encontrar alguém parecido com a nossa celebridade favorita! Não acham o máximo?
A Badoo começou como uma aplicação de jogo do Facebook, mas depois quando se tornou numa app de namoro, teve mais de 400 milhões de downloads em todo o mundo. Neste momento a Badoo tem 60 milhões de usuários “ativos”, em cerca de 190 países, mas é mais popular nos países sul-americanos e europeus. Esta app oferece vários métodos de comunicação, incluindo vídeo chamada, super útil para estes tempos de pandemia. Além disso utiliza verificação de usuário para ajudar a reduzir contas falsas, monitora estritamente o conteúdo enviado para ajudar a manter as fotos explícitas e não solicitadas fora da caixa de entrada. Boa ideia, não é?
O OkCupid é também uma opção bem conhecida por terras canadianas. Os perfis são muito mais aprofundados do que a maioria dos sites de namoro online e se respondermos a uma série de perguntas quase intermináveis, a app lança-nos uma proporção razoável de Match/Inimigo nos perfis para dar uma ajuda no processo de avaliação de compatibilidade com base em interesses. No OkCupid podíamos enviar uma mensagem mesmo sem fazer o “match”, mas a pessoa só a ia ler se o interesse fosse correspondido. Quem é que não gosta de enviar uma mensagem atenciosa para alguém que talvez nunca a veja? Mas mudanças nos últimos anos tornaram o OkCupid um bocado mais parecido com o Tinder (ambos pertencentes à mesma empresa), focado também mais em deslizar para um lado ou outro, eliminando essa possibilidade de enviar mensagens a um usuário sem que haja um “match” primeiro. O OkCupid garante que essas mudanças ajudaram a diminuir o número de mensagens ofensivas e perfis falsos. Mas posso dizer-vos que, segundo o que sei, apesar dos seus tempos de glória, o OkCupid tornou-se um bocado como uma cidade fantasma de apps de namoro online nos últimos tempos.
Conhecer alguém nos dias de hoje nunca foi tão fácil com tantos site e apps de namoro online para explorar, mas se estão à procurar de uma que vos permita sonhar em ter um anel no dedo, o eHarmony diz que é a escolha ideal, porque combina pessoas com interesses semelhantes e compatíveis com base em testes de personalidade. A eHarmony foi lançada em 2000 pelo Dr. Neil Clark Warren, psicólogo clínico e terapeuta de casais. O que distingue a eHarmony de outras apps como o Tinder ou Bumble, é sua combinação baseada em algoritmo, que pelo que garante a empresa, contribuiu muito para o seu sucesso nos últimos 20 anos.
Desde que surgiu, a eHarmony foi responsável por ajudar mais de 2 milhões de pessoas a encontrar o amor. No entanto, a eHarmony não é uma grande opção para relacionamentos gays e lésbicos, mas tentam colmatar essa falta oferecendo uma app diferente dedicada à comunidade LGBTQIA+.
Esta é a maior e mais conhecida aplicação de namoro para cristãos. Esta app faz parte da Spark Network e autodenomina-se como a plataforma número um para casamentos cristãos no mundo. Se procuram uma relação com alguém que será, garantidamente, cristão, é esta app que têm que procurar. A Christian Mingle tem o maior número de membros cristãos de qualquer site de namoro do mundo e por isso as hipóteses de encontrar a pessoa certa são bastantes altas.
Muslima é uma aplicação matrimonial muçulmana, líder no que diz respeito a apps de relacionamentos entre muçulmanos. Foi criada para conectar homens e mulheres muçulmanas no mundo inteiro. Se forem muçulmanos/as e solteiros/as e estão à procura de um/a companheiro/a de vida, então aí será o lugar certo. A Muslima é uma plataforma usada por mais de 7,5 milhões de muçulmanos/as. Ao contrário de outras aplicações, esta é exclusivamente para aqueles que procuram uma relação que siga as regras islâmicas no namoro.
A BLK é uma plataforma promissora para solteiros/as negros/as que querem ter um parceiro/a que sejam também negros/as. Na verdade, os recursos desta app são muito semelhantes a outras aplicações de namoro e não oferece nada de novo, mas é uma das poucas apps de namoro frutíferos que atendem especificamente a pessoas negras. Disponível de forma totalmente gratuita nos Estados Unidos e Canadá, o BLK diz ser um espaço seguro para que pessoas negras possam formar uma comunidade com base em gostos e interesses semelhantes. A maioria dos membros da app é relativamente jovem e pertence à faixa etária dos 25 aos 34 anos, mas uma parte considerável dos membros tem entre 18 e 24 anos.
The League é uma aplicação de namoro de “elite” e não nos permite criar um perfil assim em cinco minutos como todas as outras. Esta app exige que aquando da nossa inscrição indiquemos o nosso cargo, a universidade onde estudámos e o perfil do LinkedIn. Pessoas que vivem em grandes cidades tendem a ter longas listas de espera pela frente e por isso é melhor puxar uma cadeira e sentar enquanto a inscrição é avaliada. Ah, mas claro… Há sempre a possibilidade de pagar para agilizar o processo. A exclusividade pode ser um empate para alguns e um desânimo para outros, mas eu vou contar-vos um pequeno segredo: pelo que sei, e olhem que me informei bem, a maioria das pessoas no The League, já foram vistas noutras apps vizinhas. Ou seja, provavelmente vamos ver os mesmos rostos para possíveis encontros no Tinder, caso não sejamos considerados/as elite o suficiente para esta app.
Catarina Balça/MS
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