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Covid-19: Empresas debatem-se com mais custos de operação

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Créditos: Hallmark Housekeeping.
Empresas debatem-se com mais custos de operação

A Covid-19 mudou a forma de trabalhar de muitas empresas e se há quem tenha dificuldades em encontrar matéria-prima para continuar a operar, algumas empresas que encontram queixam-se de que os custos dos produtos para manter a atividade em funcionamento aumentaram. A Hallmark Housekeeping é líder de mercado em limpeza de escritórios comerciais e emprega cerca de 5,000 pessoas em três províncias. Manuel J. Clementino tem 70 anos e embora esteja em teletrabalho, porque desde que foi diagnosticado com leucemia ficou com o sistema imunitário comprometido, o empresário natural de S. Miguel, nos Açores, diz que agora os dois filhos é que estão à frente da empresa.

Com escritórios em Ontário (Toronto e Otava), Alberta e Colúmbia Britânica, a empresa sentiu dificuldades no início da pandemia para encontrar equipamento de proteção individual (PPE) mas agora diz que a situação estabilizou, embora os preços tenham aumentado. “Cada vez mais empresas canadianas produzem PPE, mas infelizmente algumas empresas estão a tentar lucrar com a pandemia e o preço destes produtos aumentou. A Hallmark Housekeeping só trabalha com produtos certificados pela Health Canada e todos os nossos funcionários têm luvas e máscaras para trabalhar. Só para terem uma ideia, desde que a pandemia começou, já comprámos mais de 100,000 máscaras e até agora nenhum dos nossos trabalhadores testou positivo para a Covid-19”, disse Manuel J. Clementino ao Milénio Stadium.

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Funcionária, com o novo equipamento de trabalho. Créditos: Hallmark Housekeeping.

Para evitar a transmissão da COVID-19 algumas províncias colocaram em vigor uma restrição que obriga todos os cidadãos a cumprirem uma quarentena de 14 dias sempre que se desloquem de uma província para a outra, no entanto os trabalhadores essenciais não estão abrangidos pela medida. “Cinquenta por cento dos nossos trabalhadores em Otava moram no Quebec e têm de cruzar a fronteira todos os dias. Tivemos que escrever uma carta para cada um deles a comprovar que trabalham para a nossa empresa e que desempenham serviços essenciais. Mas com a pandemia alguns dos nossos clientes tiveram que encerrar as empresas e o nosso trabalho acabou por ser reduzido, por isso tivemos que fazer lay-off a 20% dos nossos trabalhadores”, informou.

Clementino emigrou em 1969 e um ano depois de começar a trabalhar na Hallmark, em 1981, comprou as primeiras ações da empresa. No final dos anos 90 acabaria por adquirir a totalidade da empresa e chegou a empregar maioritariamente portugueses. “Nos anos 80, em Toronto, a maioria dos nossos funcionários era de origem portuguesa, talvez cerca de 90%. Agora devemos ter entre 20 e 30% de portugueses e hoje é difícil encontrar pessoas para trabalhar nesta área”, referiu.

Com o outbreak de março, devido à pandemia, muitas empresas enviaram os trabalhadores para casa e ainda hoje o teletrabalho se mantém. Há inclusive empresas que já assumiram publicamente que mesmo depois da pandemia terminar o teletrabalho se vai manter. Manuel J. Clementino teme que este novo modelo de trabalho seja a nova tendência do futuro e antecipa problemas para o setor das limpezas. “Não sabemos se na segunda vaga da Covid-19 as empresas vão voltar a encerrar e algumas podem não resistir à crise financeira e abrir falência. Com o teletrabalho e o corte de horas os escritórios da baixa de Toronto ficaram vazios e isso afeta muito empresas como a nossa, ma espero que seja apenas temporário e que não venha para ficar. Já existem empresas que estão a sofrer este impacto, como é o caso de alguns restaurantes da baixa que tiveram que encerrar porque dependiam destes clientes”, lamentou.

Questionado pelo nosso jornal se os trabalhadores tinham que medir a temperatura antes de cada turno, a Hallmark avançou que para já não estão a fazê-lo a não ser quando o cliente assim o exige. Sobre a produtividade, o empresário confirma que caiu porque os trabalhadores têm que utilizar PPE e praticar a distância física, mas explica que como o número de pessoas nos escritórios foi reduzido, a queda da produtividade acabou por não ser muito relevante para o setor.

A Hallmark Housekeeping é a maior empresa de limpeza de escritórios comerciais da baixa de Toronto e Clementino sublinha que “não é fácil trabalhar nos dias de hoje”. O empresário informou que o seu objetivo sempre foi manter a satisfação dos clientes e admitiu que para liderar o mercado teria que sacrificar a qualidade, algo que nunca lhe interessou.

Em 2019 a Hallmark Housekeeping recebeu Above & Beyond Pinnacle Award da BOMA Canada, um prémio que reconheceu os esforços da empresa durante as cheias de 7 de agosto de 2018 que afetaram a baixa de Toronto. A BOMA Canada reconhece empresas que demonstram padrões de excelência e os prémios Pinnacle reconhecem inovação, trabalho em equipa e compromisso e serviço de excelência ao cliente. A Hallmark Housekeeping tem um volume de faturação de $200,000,000 e em Toronto o seu escritório principal está localizado no 2150 da Islington Ave.

Joana Leal/MS

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