Clubes e Associações em tempo de pandemia
Viver (ou sobreviver…) é o grande desafio!
Antes da pandemia algumas das associações e dos clubes portugueses em Toronto já viviam com dificuldades e a COVID-19 só veio agravar as dívidas devido à ausência quase total de receita. Mas, por outro lado, outras delas continuaram exatamente como estavam, sem sede própria e com orçamentos muito reduzidos. Agora os eventos, os concertos e as atuações estão canceladas e a sociabilização acontece através do FaceTime, WhatsApp, Facebook ou Zoom.
Pelo segundo ano consecutivo as celebrações da cultura portuguesa em Toronto voltam a não acontecer como era normal porque a autarquia de Toronto cancelou todos os festivais de rua para o verão de forma a travar a transmissão do vírus. O Milénio Stadium foi tentar perceber como andam os clubes portugueses e quais são os seus planos para depois da pandemia ser controlada.
A todos foram feitas três questões
- Como estão a funcionar atualmente,
- Qual é a sua situação financeira
- Como é que antecipam o futuro.
Abrigo Centre – Ed Graça
1. É claro que a pandemia atingiu a organização diretamente e precisámos mudar rapidamente para o aconselhamento online para ajudar os nossos clientes. Foi uma experiência nova para todos, mas a transição correu bem e nossa equipa fez um trabalho incrível naqueles primeiros dias. Com a ordem de permanência em casa ainda em vigor, continuamos a fazer todo o nosso aconselhamento de forma virtual. Descobrimos que, para a maioria dos clientes, esse é um método de serviço aceitável nas circunstâncias e, para alguns, eles preferem o mundo virtual.
2. Como a maioria das instituições de caridade e sem fins lucrativos, o último ano fiscal foi um desafio na frente de arrecadação de fundos. Todos nós tivemos atividades e eventos presenciais cancelados por causa da COVID-19. Tivemos a sorte de receber alguns subsídios diferentes de organizações externas, incluindo a Fundação Canadiana de Mulheres, para combater questões de violência de género. Também recebemos doações de organizações como a LiUNA Local 183, que forneceram um presente maravilhoso para nos ajudar a comprar equipamento e material de limpeza para os nossos funcionários, voluntários e clientes. A nossa comunidade mais ampla também apoiou o Abrigo, então tivemos um pequeno superavit no ano fiscal.
3. O Abrigo continua até hoje a fornecer quase todos os serviços que fazíamos antes da COVID-19. Sessões e grupos de aconselhamento virtual agora são realmente a norma e temos feito isso com grande sucesso. Estamos entusiasmados com a nossa nova cozinha e com as remodelações do segundo andar para o grupo de idosos Life and Hope. Ainda há mais trabalho e arrecadação de fundos a serem feitos para concluir o projeto, mas não podemos esperar que os nossos clientes regressem às atividades presenciais algures no outono. O ano de 2021/22 pode ser mais desafiador financeiramente, pois as oportunidades de concessão provavelmente vão diminuir e ainda estamos em modo de confinamento dois meses depois. Acho que vocês vão ver uma arrecadação de fundos muito ativa no segundo semestre de nosso ano fiscal.
Arsenal do Minho of Toronto Community Centre
Joel Bastos
1. Não vou mentir e dizer que está tudo bem e que vamos de vento em popa, seria incorreto da minha parte e principalmente contra aquilo que todos os clubes estão a passar. Neste momento o clube encontra-se encerrado como muitos outros, mas continuamos sempre à espera que a província nos dê luz verde para continuarmos o nosso trabalho.
2. Não posso dizer que está tão bem como no início da pandemia, mas não está assim tão mal que nos faça encerrar o clube. Graças à boa gestão que foi feita ao longo dos anos pelas diversas direções e ao apoio dos nossos sócios e simpatizantes ainda temos uma situação financeira segura.
3. Espero que possamos abrir brevemente e voltar a celebrar juntos a nossa cultura.
Associação Migrante de Barcelos
Vitor Santos
1. Temos sobrevivido com algumas dificuldades, mas tivemos a brilhante ideia de todos os meses fazer pelo menos uma refeição take-out e a iniciativa foi um sucesso. Para além de fazermos alguma receita que nos ajuda com as despesas, conseguimos manter o “contacto” com sócios e amigos.
2. Como se pode adivinhar já teve melhores dias, mas estamos a lutar para manter os pagamentos em dia. Temos casa própria, que se Deus quiser em breve vai estar paga, mas como todos sabem temos de pagar as nossas despesas. A nossa dedicação e paixão pelo associativismo tem de ser ainda maior nestes tempos de crise para que consigamos levar o barco a bom porto.
3. Na verdade as minhas expectativas são muito grandes pois eu sou uma pessoa muito ambiciosa e como já referi não ficamos parados! Todos devem saber do Projecto Do Galo De Barcelos Gigante, já temos cinco finalistas e no dia 10 de junho vamos anunciar o vencedor do concurso de pintura. Quando a pandemia for controlada vamos dedicar-nos ao nosso rancho, voltar a fazer os nossos festivais de gastronomia e os nossos grandes eventos. Contamos com o vosso apoio!
Banda do Senhor Santo Cristo of Toronto
Marco Lima
1. Felizmente podemos conversar através das novas tecnologias e até gravámos uma marcha grave com o título “Amor Eterno” escrita pelo nosso maestro Adriano Silva para o Domingo do Senhor Santo Cristo e que está no nosso canal do YouTube “BSSC Toronto”. Cada músico gravou na sua própria casa e depois o maestro juntou tudo. Somos uma família e, como tal, não temos de andar sempre juntos, mas a nossa amizade uns pelos outros e o nosso amor pela música mantém-nos juntos e com muita vontade de voltar a atuar.
2. Estamos a sobreviver porque a nossa banda estava estável a nível financeiro antes da pandemia por isso temos verbas para manter o essencial em andamento até a província reabrir.
3. Esperemos que quando a pandemia estiver controlada as festas regressem e possamos celebrar de novo as nossas tradições e fazer muitos concertos. As pessoas estão fartas de distância social, por isso acho que vamos regressar ao normal em breve e acho que até com mais força e vontade.
Banda do Senhor Santo Cristo of Toronto
Marco Lima
1. Felizmente podemos conversar através das novas tecnologias e até gravámos uma marcha grave com o título “Amor Eterno” escrita pelo nosso maestro Adriano Silva para o Domingo do Senhor Santo Cristo e que está no nosso canal do YouTube “BSSC Toronto”. Cada músico gravou na sua própria casa e depois o maestro juntou tudo. Somos uma família e, como tal, não temos de andar sempre juntos, mas a nossa amizade uns pelos outros e o nosso amor pela música mantém-nos juntos e com muita vontade de voltar a atuar.
2. Estamos a sobreviver porque a nossa banda estava estável a nível financeiro antes da pandemia por isso temos verbas para manter o essencial em andamento até a província reabrir.
3. Esperemos que quando a pandemia estiver controlada as festas regressem e possamos celebrar de novo as nossas tradições e fazer muitos concertos. As pessoas estão fartas de distância social, por isso acho que vamos regressar ao normal em breve e acho que até com mais força e vontade.
Casa das Beiras
Bernardino Nascimento
1. Como todas as Associações, desde o mês de março do 2020 que temos todos os eventos parados. A Casa das Beiras fez o seu último evento no dia 7 de março de 2020 e os eventos que estavam agendados para depois desse dia foram cancelados, incluindo a nossa Semana Cultural que estava planeada com um programa muito interessante. A Semana Cultural é o nosso evento mais relevante.
Em agosto de 2020 organizámos três jantares ao ar livre, cumprindo todas as normas de segurança, e em Setembro voltamos a fechar portas, até a data de hoje, não tendo qualquer tipo de movimentação/eventos.
2. Relativamente à gestão financeira, a Tesouraria da Casa das Beiras nunca parou, mantendo sempre as contas/despesas atualizadas. A Casa das Beiras tem alguns fundos financeiros em reserva que nos mantém as contas em dia.
Relativamente à manutenção das nossas instalações, continuamos a ter os nossos voluntários ativos que vão passando semanalmente pelo clube para verificar se está tudo em ordem.
3. Como é de conhecimento público a Casa das Beiras C. C. C. of Toronto vendeu a sua propriedade e temos um novo local comprado condicionalmente, para aprovação dos sócios.
Este novo local foi escolhido a pensar no futuro da Casa das Beiras, pois teremos mais condições para receber quem nos quiser visitar nos nossos eventos, será também um local que dará menos trabalho aos nossos voluntários e também teremos menos despesas para o clube. No dia 30 de maio iremos fazer uma Assembleia Geral, respeitando todas as normas de segurança, para a decisão ser tomada.
No entanto, a Casa das Beiras vai-se manter no mesmo local por mais um ano e três meses, o que nos dará a possibilidade de prepararmos o novo espaço, se assim os sócios o entenderem. No futuro continuaremos a fazer o trabalho excecional que temos feito nos últimos 21 anos.Fazemos um apelo para que todas as pessoas tomem a vacina para que possamos voltar aos nossos eventos e à nossa vida normal o mais rápido possível. Estamos confiantes que estamos perto desse momento. Se me permite, gostaria de fazer um agradecimento público à Direção e aos voluntários desta Casa, que continuam com o interesse num futuro risonho do nosso Clube.
Casa do Alentejo
Carlos de Sousa
1. A Casa do Alentejo está encerrada ao público, mas a cozinha continua a confecionar refeições para as famílias menos favorecidas e pessoas que estejam em cuidados paliativos. Cada segunda-feira entregam-se refeições para 54 adultos e 20 crianças.
2. A questão financeira da casa encontra-se estável. A casa tem inclinos, recebemos algumas ajudas do governo e graças à bondade dos sócios e amigos temos recebido patrocínios para este movimento de solidariedade – o que aproveito para agradecer a todos.
3. Com respeito ao futuro acho que só vamos voltar ao normal em 2022.
Casa dos Açores Ontário
Fátima Bento
1. É claro que tem sido difícil, sobretudo a nível financeiro porque os eventos próprios e arrendamentos da sala são a principal fonte de receitas que mantêm a casa a funcionar. Mas por outro lado também temos saudades do convívio presencial e estamos ansiosos por voltar ao normal.
2. Estamos a pagar a hipoteca do prédio e temos três escritórios alugados no rés-do-chão e o restaurante, todos pagam a sua renda. Os sócios também têm pago a sua quota anual e têm feito pequenos donativos de acordo com a sua disponibilidade financeira, é claro que isto não chega para todas as nossas despesas mas ajuda. Apesar de estarmos encerrados, as diretoras têm preparado refeições para entregar em take-out e isto tem ajudado com as despesas. Estamos a sobreviver, mas tivemos de recorrer às poupanças. Deixo aqui um apelo aos sócios que ainda não regularizaram as quotas para o fazerem o quanto antes e informo que a partir de 1 de junho o nosso espaço do restaurante está disponível para alugar.
3. Todos ansiamos que esta pandemia se resolva o mais cedo possível e devemos pensar positivo que isso será para breve. No entanto, vamos planear e viver um dia de cada vez e depois vamos ver se podemos concretizar os nossos objetivos. Auguramos um futuro bom para todas as pessoas sem esquecer as associações.
Casa do Benfica
Fátima Barros
1. Atualmente a Casa do Benfica de Toronto encontra-se encerrada e aguardando as novas diretrizes do Governo para retomar a atividade.
2. A situação financeira da Casa é delicada pelos fatores respondidos no ponto anterior. Estar de portas fechadas há quase 18 meses, em conjunto com alguns outros fatores que agravaram a situação económica da Casa, obrigou a que os sócios ativos tomassem a decisão de vender o imóvel. Para uma casa com mais de 50 anos de história, de suor e dedicação dos seus associados, esta foi uma decisão difícil de tomar, mas a mais indicada. No que concerne à manutenção das instalações, foi aproveitado este momento para fazer as melhorias necessárias de modo a garantir as melhores condições aquando da reabertura.
3. O futuro é extremamente incerto para qualquer ser humano, mas há algo que caracteriza este clube e este grupo de associados: é a resiliência e a união.
Vai ser necessário algum tempo para que a convivência social volte à normalidade, para que as pessoas voltem a frequentar o nosso e qualquer outro clube da forma que o faziam antes da pandemia, mas estamos certos de que com o grupo certo, as pessoas certas, muita força de vontade e dedicação, o futuro será tão ou mais brilhante que o passado. Já há projetos a ganhar forma e atividades que se estão a estruturar de forma a garantir uma volta à normalidade benéfica para todos. Para o Clube, para os associados e a comunidade em geral.
First Portuguese Canadian Cultural Centre
Carina Parabela
1. Temos conseguido aguentar o barco com ajudas governamentais, com muito esforço da direção e dos funcionários que permanecem. Agora, que se avista o final das ajudas, temos trabalhado num plano de reabertura viável; esperamos por mais diretrizes por parte do Ministério de Saúde Pública para podermos concretizar esse plano!
2. Não posso dizer que seja uma situação maravilhosa, mas isso já seria de esperar depois de tanto tempo fechados. Neste momento, a situação financeira está estável, mas muito cautelosa. Quando os apoios financeiros terminarem a situação é insustentável.
3. Recentemente alterámos o contrato com o nosso senhorio para reduzirmos a renda mensal, mas continuamos com espaço suficiente para prestar os nossos serviços habituais. O objetivo é conseguir fazer o Summer Camp este ano, começar as aulas de inglês e de português ainda no verão e reabrir o centro de idosos em setembro. Tudo isto, infelizmente, não depende apenas de nós. Estamos preocupados, mas mantemos o otimismo!
Futebol Clube do Porto de Toronto
Armindo Cardoso
1. Neste momento estamos completamente fechados. Desde março do ano passado até agora trabalhámos dois meses: agosto e setembro de 2020. Em outubro tivemos que encerrar as portas novamente.
2. Não estamos muito mal, porque conseguimos ter um apoio financeiro do governo, que nos ajudou nas taxas e também outra verba por estarmos fechados a 100%. O governo auxiliou-nos com alguma coisa, não foi muito, mas ajudou. Temos também a renda do segundo andar, que tem sido paga, e por isso tem dado para manter o barco. Mal, mas tem dado para manter.
3. Esperamos que isto volte ao normal. Já sabemos que não vai voltar de um momento para o outro, claro, mas que comece a normalizar aos poucos, para que assim voltemos a tomar o nosso rumo. Queremos por a casa a funcionar a 100% como antes estava. A ideia é essa. Assim que isso acontecer, vamos fazer eleições na direção (porque o não passado com a pandemia não foi possível). A maior parte dos diretores que estão vão continuar, mas há alguns que não vão poder e por isso vamos fazer eleições assim que nos for possível. Vamos ter tudo em dia e continuar a expandir a casa, que vai continuar a estar aberta todos os dias, mal possamos.
Gil Vicente FC
José Carlos
1. Estamos parados, seguindo as medidas restritivas impostas pelo governo. Os atletas, treinadores, etc, estão um bocado frustrados por não estarem a exercer a sua atividade. Todo o staff se sente um bocado assim, porque neste momento não se consegue projetar os miúdos e dar-lhes alegria, porque o que eles mais querem é jogar à bola. Essa é a maior frustração da academia do Gil Vicente, desde o presidente, aos treinadores, managers, jogadores: não estarem a fazer aquilo que mais gostam.
Mas a nível interno estamos a trabalhar, a preparar tudo para que assim que nos seja permitido, voltemos aos treinos, ao campeonato. Não parámos de trabalhar internamente. Estamos sempre em contacto com os nossos jogadores e com os pais. Não fazemos nada online, porque os miúdos já têm a escola online, por isso vamos apenas mantendo contacto. Mas já estão todos informados que a próxima temporada, em princípio, começará dentro de três semanas.
2. Estamos a viver um momento estável. Muito devido à gestão que temos feito desde o primeiro dia e também graças aos nossos patrocinadores, que nos têm apoiado incondicionalmente. Antes da pandemia já o faziam. Mas agora mais do que nunca queremos deixar claro que o Gil Vicente está grato a todos os patrocinadores que têm sido fantásticos.
3. Vemos um futuro risonho. Nós somos uma família, somos pessoas do bem, estamos com os olhos postos no futuro: nas crianças. Projetá-las, levá-las a Portugal, para que elas tenham a oportunidade de mostrar o seu talento e, quem sabe, no meio de muitos, alguns virão a ser jogadores profissionais.
Grupo Folclórico Transmontano de Toronto
Ana Costa
1. Este ano celebrámos 40 anos e tivemos de cancelar as comemorações por causa da pandemia. Mas não vamos desistir, precisamos sempre de mais pessoas para integrar o nosso grupo de folclore, tanto para o grupo infantil como para o grupo sénior.
2. Ainda temos algumas poupanças, mas é claro que precisamos de voltar a organizar eventos para termos receitas. Não temos sede própria, mas esperamos continuar a ensaiar aos domingos na Casa da Madeira. Estamos a torcer para que logo todas as pessoas recebam a vacina e a vida volte à normalidade.
3. Temos alguns projetos e os mais jovens estão sempre a perguntar quando é que o grupo volta aos ensaios. Prometi ao meu pai que ia continuar com o Grupo e não quero deixar a nossa cultura morrer. Pelo menos enquanto tiver saúde quero continuar.
Grupo Folclórico Português de Oakville
Artur Mesquita
1. O grupo suspendeu as operações após o primeiro confinamento em março de 2020 e não retomou operações até hoje. Como era de se esperar, todas as apresentações foram canceladas e, portanto, o grupo está a aguardar. Compreendemos a situação global e, por isso, aceitamos as regras que nos impedem de ter ensaios, espetáculos ou eventos.
2. Uma vez que não temos um imóvel, não temos as despesas que outras organizações possam estar a enfrentar. As nossas despesas são mínimas, então a nível financeiro estamos bem.
3. Esperamos voltar, mas o que mais tememos é que o interesse possa não estar lá quando a vida regressar ao normal. As pessoas perceberam que podem ocupar as sextas-feiras à noite ou aos domingos à tarde de outras formas e agora as suas prioridades ou interesses podem ter mudado. A comunidade portuguesa está envelhecida, mas esperemos que os jovens tenham ainda mais vontade quando regressarmos para continuar com as nossas tradições. As nossas organizações já deviam ter tentado captar jovens há muitos anos, resta saber se o esforço foi suficiente.
Northern Portugal Cultural Centre
David Ganhão
1. Como todos os clubes, o NPCC está basicamente fechado para negócios. Tivemos alguns almoços take-out de domingo, para gerar algum fluxo de caixa e, mais importante, para ajudar a manter as pessoas conectadas. Estes almoços têm tido bastante sucesso, não só junto dos sócios, mas também de muitos não portugueses que pediram comida. O clube também vende chouriços caseiros, rissóis e outros mantimentos, que as pessoas parecem gostar.
Aproveitamos a paragem para fazer pinturas e também construímos um pátio nas traseiras que está pronto para ser inaugurado assim que o governo de Ontário der sinal verde.
Felizmente, temos muitos membros excelentes que se ofereceram o seu tempo e doaram alimentos e materiais para esses projetos.
2. Naturalmente, as finanças estão muito apertadas. As assinaturas pagas garantem uma injeção de dinheiro, mas grande parte da nossa receita vem das festas. Sem festas = sem dinheiro, mas as contas continuam a aparecer – impostos de propriedade, seguro, gás, hidroelétricas, licenças de operação, inspeções de incêndio, etc. A nossa salvação é que a nossa hipoteca é assegurada em particular por um pequeno grupo de membros, que generosamente nos têm permitido suspender os pagamentos até que isto acabe. Apesar de tudo, temos sorte.
3. Embora o dinheiro seja sempre um problema (porque as contas precisam de ser pagas), não é esse o nosso foco. Sempre considerámos o NPCC uma segunda casa para a comunidade portuguesa da Região de Durham. Um lugar onde os portugueses se podem reunir para comemorar, dançar, cozinhar, comer e rir. Um lugar onde se podem manter ligados às suas raízes e partilhar a nossa cultura portuguesa com as gerações mais novas. Acredito que, assim que superarmos esse problema, a nossa família NPCC ficará ansiosa para se encontrar e compartilhar as suas experiências de isolamento.
No fim de semana passado visitei o meu tio Tony e, enquanto bebíamos uma taça de vinho e comíamos alguns tremoços na sua varanda, a conversa voltou-se para o futuro do nosso clube. Discutimos como o prédio está vazio, quantos dos nossos membros seniores estão trancados em casa sozinhos e que um NPCC pós-Covid deve implementar programas diários para idosos. No outro extremo do espectro, um de nossos membros mais jovens ofereceu-se para apresentar uma noite para jovens no Centro, todas as semanas. Essa desaceleração deu-nos a oportunidade de ouvir os “desejos” dos nossos membros. E (tenho esperança…), implementar algumas dessas sugestões vai tornar-nos uma organização mais forte.
Eu vejo esta pandemia como um momento de “pausar e reiniciar”. Agora é a hora de fazer alguns ajustes para que, quando os portões se abrirem, estejamos prontos para seguir em frente… esperamos que em breve!
Oshawa Portuguese Club
Isilda Henriques
1. Continuamos a sobreviver durante esta pandemia com muitas poucas oportunidades de apoiar a comunidade e gerar fundos para manter as despesas de nossa sede.
Com donativos da comunidade e de patrocinadores continuamos a tentar a comemorar algumas ocasiões como o Halloween, Natal, Dia de Mãe, Dia de Pai, Dia de Portugal.
2. Como não podemos oferecer quaisquer atividades, já perdemos à volta de 15% dos nossos sócios. Temos gerado alguns fundos, oferecendo comidas e refeições de Take Away. Além do bom apoio da comunidade, não conseguimos gerar fundos para manter as despesas da sede.
3. Estamos a ver o futuro muito escuro. A razão de existência de uma associação, de um centro, é para a comunidade se juntar a conviver, e a festejar. Quando isso não é possível, se poderá seguir?
Portuguese Cultural Centre of Mississauga
Jorge Mouselo
1. Com as portas fechadas e a lutar bastante para mantê-las abertas, com muito trabalho por trás. Temos comunicado bastante uns com os outros através do Zoom, a maneira nova de nos falarmos.
2. A questão financeira está muito difícil, como todos os que estão a atravessar o mesmo problema. Temos que agradecer aos sócios, diretores, amigos e patrocinadores que nos têm ajudado bastante nestes tempos bem difíceis.
Na questão das manutenções do prédio temos que tomar muita atenção a tudo o que está à nossa volta, e quanto menos é usado mais as coisas se partem. Nós temos um diretor que graças a Deus passa muito tempo dentro do clube sozinho a arranjar as coisas pequenas que o dia-a-dia traz de surpresa para a nós.
3. O futuro está muito escuro, não sei o que esperar, aliás eu penso que ninguém sabe o que aí vem. Uma coisa é certa, atualmente com as portas fechadas temos que nos preparar para este futuro que ninguém sabe o que vai trazer. Mas mais certo ainda é que quando pudermos abrir para a nossa comunidade, o clube de Mississauga vai servi-los com as portas bem abertas.
Portuguese Cultural Club of Vaughan
Valter Ferreira
1. Nós como não temos sede própria podemos controlar as nossas despesas mais do que os clubes com sede própria ou alugada.
2. Costumamos alugar uma sala para os ensaios dos ranchos no centro da cidade de Vaughan que devido à pandemia tem estado fechada então não temos essa despesa. Graças a isso a nossa situação financeira continua bem.
3. Em relação ao futuro é difícil. O nosso maior receio é saber o que vai acontecer com os jovens do rancho. Será que eles vão regressar depois de tanto tempo? Vamos dançar com máscara? Quando? Será que é seguro? Ainda existem muitas perguntas que precisam de respostas.
Rancho Folclórico da Nazaré
José Mafra
1. Tenho contactado os membros com regularidade, para que possamos manter viva a nossa amizade e o amor que temos pelas nossas tradições, principalmente pelo Rancho da Nazaré. Sendo o rancho o mais antigo na diáspora, não quero pôr fim à sua atividade desta forma tão trágica e inesperada.
2. Desde que o rancho encerrou em dezembro de 1990 que tem sido responsabilidade minha cobrir todas as despesas anuais, à exceção do nosso aniversário, porque tenho a ajuda dos nossos patrocinadores.
3. Respeitamos todas as restrições impostas pelo Governo, mas assim que tivermos autorização para nos juntarmos de forma presencial com mais de 20 pessoas vamos retomar os ensaios e convívio semanal.
Sporting F.C. Academy
José M. Eustáquio
1. Desde que a pandemia começou, em março de 2020, devido a restrições da Toronto Soccer Association (TSA), não conseguimos programar nenhum jogo formal para os atletas e nem mesmo realizar nenhum treino oficial. Desde março do ano passado, perdemos a temporada outdoor de verão 2020; a temporada indoor de inverno de 2020 – 2021 e agora provavelmente a temporada outdoor de verão 2021. Nesse entretanto, os nossos treinadores técnicos e equipa de administração têm atualizado os nossos jogadores através da plataforma Zoom, de forma a manter as suas habilidades aprimoradas.
2. Devido às perdas de fundos de registo, tanto da Academy, quanto da House League, os encargos financeiros encontraram duras realidades financeiras. Continuamos a manter as nossas instalações no Estádio de Brockton, nas melhores condições possíveis, e mantivemos o pessoal técnico contratado. O apoio de alguns de nossos patrocinadores mais leais ajudou a manter os nossos serviços.
3. Temos esperança de que o TSA permita que as provisões tenham alguma programação neste verão, mas temos muitas dúvidas. Agradecemos o apoio contínuo e a paciência que nossos jogadores e os seus pais tiveram em manter a solidariedade connosco. Aos nossos patrocinadores, obrigado pelo vosso apoio.
Catarina Balça & Joana Leal/MS
Redes Sociais - Comentários