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Carta aberta aos avós de todo o mundo

Queridos avós,

Espero que a situação do novo Coronavírus não leve vocês ao desespero…. O mundo que está tendo impactos devastadores! O vírus não respeita raça, sexo, cor, língua, opinião política, nacionalidade ou situação socioeconómica… E todos, mais cedo ou mais tarde, acabam por ter uma mostra do mal que se assola no mundo materializada na perda de um conhecido, familiar ou ente querido.

Avós, eu estou bem e tenho mantido o espírito comunitário e de camaradagem, do jeito que aprendi com vocês. Quero lembrar que todos nós fomos afetados de uma ou de outra forma e por isso as relações pessoais próximas foram prejudicadas. Mas então não esqueci e nunca esquecerei de vocês!

Tenho guardado no meu coração as melhores memórias com vocês. Vovozinhos, tenho conversado com o menino Jesus que está sempre comigo, e todas as noites  sempre peço que vos proteja. A vossa sabedoria e conselhos são o “combustível” para eu poder continuar a sorrir todos os dias. Vocês merecem muitos dias felizes, de paz e saúde, com a certeza de que todas as lições que ensinaram encontraram campo fértil nas mentes de seus filhos e netos, e que a vossa atuação foi fundamental para nos tornarmos pessoas boas e consequentemente tornar o mundo melhor.

Tenho muitas coisas para contar de como tem sido os meus dias de quarentena na cidade de Toronto. Apesar do isolamento, minha profissão me leva a estar em vários lugares, então minha precaução tem que ser dobrada! São muitas histórias, então não conseguiria contar todas elas em uma única carta. Contudo prometo contar tudo, mas tudo, quando estivermos todos juntinhos.

Entretanto queria contar algumas coisinhas… Posso dizer-vos, por exemplo, que fiz o meu primeiro bolo, e que foi um bolo de banana, hahahah. E que tenho tentado ocupar o meu tempo a fazer algo para além de mim mesmo: estou a voluntariar-me junto de algumas instituições para ouvir ou atender algumas necessidades de outros vovozinhos que estão em situação não muito boa, vivendo de forma solitária nesse momento de isolamento.

Por fim quero contar que finalmente consegui terminar de arrumar a minha casinha, quase quatro meses depois da mudança. E também comecei a ler e assistir vídeos de outras pessoas, para futuramente aprender como fazer tricô, crochê e até já comecei a caminhar muito mais do que antes (claro, sempre mantendo a distância social como foi indicado pelos órgãos do Governo). E continuo lendo os jornais e escutando às estações radiofónicas e televisivas.

Infelizmente não tenho realizado nenhuma atividade desportiva, mas tenho tentado fazer alguma coisa em casa para manter a forma.

Meus queridos avós, quero agradecer por todos estes anos de amor. E também gostaria de dizer que tenho tantas saudades dos vossos abraços, conversas, carinho, conselhos e historias (e claro,  da boa comida). Para os avós que já se foram, eu sei que vocês estão olhando por mim e por todos aí de cima.

Obrigado a todos que leram a minha carta. Eu sinceramente agradeço a Deus por ter vocês na minha vida!

Com muito amor, ternura e carinho em dobro, do vosso netinho, Francisco Pegado.

Francisco Pegado/MS

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