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Bem-estar – Encontrar o conforto nas origens

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Hoje não basta apenas viver. Cada vez mais as pessoas procuram viver bem, com qualidade e com significado. Numa era em que a sociedade se acomodou a um ambiente urbanizado e industrializado, em que se normalizou uma vida ao estilo do Ode Triunfal de Álvaro de Campos, há quem não se encaixe nos padrões e busque algo mais. Acordamos, trabalhamos, comemos, dormimos, repetimos. A rotina é importante – os ciclos são naturais e inerentes a tudo o que existe no universo – mas ela deixa de ser produtiva quando entramos em modo automático. É fácil, desta forma, perdermos conexão com a nossa experiência humana na Terra, desde a forma como ocupamos o nosso tempo aos nossos relacionamentos interpessoais, com o nosso próprio corpo e mente.

Num mundo fortemente automatizado, tecnológico e processado, está a emergir uma onda de pessoas que busca algo mais. Ironicamente, a conclusão é que o mais é realmente menos: estamos a assistir à tendência de encontrar conforto nas origens. Hoje com nomes sofisticados, como aromaterapia, reiki, acupuntura, yoga, mindfulness e naturopatia, as novas soluçōes de bem-estar resgatam técnicas milenares baseadas no poder medicinal de plantas e flores assim como no tratamento do ser humano como um corpo físico, espiritual, energético. Estas são as fundações para o conceito holístico, muito popular no contexto das novas terapias e mundo do bem-estar. Este tópico leva-nos inevitavelmente ao contraste “medicina convencional vs medicina holística”. Elas não devem ser rivais, antes pelo contrário, elas devem complementar-se. No entanto, citando o neurocientista James Doty num dos seus Ted Talks, “temos um sistema de saúde que não está orientado para o bem-estar, mas sim para a doença”. Muitas pessoas estão a tomar consciência desta realidade e procuram ir além do que o sistema convencional de saúde tem para oferecer. Estamos a sentir a necessidade de trabalhar o nosso corpo e o nosso desenvolvimento mental, espiritual. Estamos a trabalhar mais na prevenção de doenças e, quando elas surgem, percebemos que muitas vezes é melhor tratar a raiz do problema do que tomar medicamentos para eliminar os sintomas. Todas estas terapias entendem o ser humano como um todo, o conjunto dos seus aspetos físicos, mentais, emocionais e energéticos. Ou seja, elas não tratam essas esferas separadamente, mas de forma integrada. Este é o divisor de águas.

O emergir destas comunidades, do wellness, das terapias alternativas, do mindful, representa um estágio na história em que o ser humano se está a redescobrir como entidade multidimensional. Chegamos à conclusão que progredir numa sociedade tecnológica e modernizada negligenciando a nossa essência e tendências naturais é progredir de forma vazia. Estas práticas ancestrais, como a meditação, ayurveda, terapia quântica, são a forma de regressar a nós mesmos e de lembrar o nosso potencial como simples seres vivos no universo. Por isso há uma grande comunidade de pessoas que adotaram estas práticas como um estilo de vida ao invés de ir a consultas isoladamente. E a magia das comunidades dedicadas à arte do bem-estar é que as pessoas acabam muitas vezes por se interessar em aprender as práticas para que possam elas mesmas aplicá-las no seu dia a dia ou até estender o seu conhecimento, ensinando ou exercendo a terapia noutras pessoas.

É também interessante observar como os mercados estão a ir acompanhando as tendências. São cada vez mais as clínicas de terapias holísticas a abrir e fazer sucesso nas cidades, há cada vez mais material disponível sobre o tema e, sem dúvida, a internet é uma poderosíssima ferramenta para partilhar informação. Nas livrarias também já vemos secções dedicadas ao bem-estar, à autoajuda e movimentos new age. Temos, assim, registos concretos de que há um interesse efetivo e crescente nestas terapias e práticas na sociedade dos dias modernos. Se estão também interessados em saber mais, acompanhem o programa Body&Soul todas as semanas na CamōesTV.

Telma Pinguelo/MS

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