“A TAP deu-nos garantias de que a rota de Toronto irá manter-se”
As ligações áreas são fundamentais para os portugueses que estão espalhados no mundo manterem a ligação ao seu país de origem.
Nesta edição do Milénio Stadium, que dedicamos às consequências da crise da aviação comercial para os consumidores, pareceu-nos da maior relevância ouvirmos a opinião sobre este assunto da Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes.
Nas respostas que nos deu às questões que tivemos ocasião de colocar, deixou evidente a sua preocupação em relação a este assunto, mas também a sua confiança de que as medidas que estão a ser tomadas vão ter em consideração as necessidades da comunidade luso-canadiana.
Milénio Stadium: Foi divulgado recentemente o plano de reestruturação da TAP, uma empresa em profunda crise (agravada agora com a pandemia). Nessa reestruturação já se sabe que vai haver diminuição da frota e, consequentemente, do número de voos. Cresce deste modo o receio na comunidade luso-canadiana de que a TAP volte a considerar não-prioritário o destino Toronto e, por isso, deixe de voar para aqui. O que pensa deste assunto?
Berta Nunes: A TAP deu-nos garantias de que a rota de Toronto irá manter-se e de que não haverá desaparecimento das rotas que servem destinos com comunidades portuguesas significativas, como o Canadá. A TAP constitui uma ligação fundamental das comunidades portuguesas ao país e a solução em que o Governo trabalha tem essa ligação como uma das principais preocupações. Por isso se tem defendido, desde logo, a importância da preservação dessas rotas.
MS: Teve a oportunidade de dar a sua opinião e transmitir as suas preocupações sobre esta situação, no âmbito do plano de reestruturação da TAP?
BN: O plano de reestruturação da TAP foi levado a Conselho de Ministros e, como tal, contou com o Senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros na sua discussão e aprovação. Na Secretaria de Estado das Comunidade Portuguesas temos também mantido, sob orientação do Senhor Ministro, um diálogo ativo com a TAP, que visa dar conta da importância que a companhia área tem para as nossas comunidades e para a sua ligação a Portugal.
MS: Receia que com a crise da aviação, que é global, as comunidades portuguesas se afastem cada vez mais do seu país de origem?
BN: A solução em que o Governo trabalha visa, justamente, garantir que a questão das ligações aéreas a Portugal não constituirá uma dificuldade ou uma limitação para a sua vinda ao país e que essa questão não representará a possibilidade de um afastamento entre Portugal e as suas comunidades, que, naturalmente, constituem parte integrante do nosso país.
MS: Que consequências económicas esta situação poderá ter para Portugal?
BN: Os regressos temporários e sazonais dos cidadãos nacionais residentes no estrangeiro representam fortes impulsos para a economia nacional em particular para territórios de onde são oriundos os nossos emigrantes ou suas famílias. Este ano, devido à situação pandémica que atravessamos, muitos não puderam vir a Portugal, por constrangimentos relacionados diretamente com a atual situação de saúde pública, com as medidas de combate à COVID-19 nos países em que residem, com dificuldades em encontrar rotas aéreas adequadas ou com situações económicas e laborais mais difíceis.
Nestas circunstâncias tornou-se ainda mais evidente a importância e impacto destes regressos, que neste ano sofreram fortes e excecionais constrangimentos.
Relembro ainda que as nossas comunidades constituem igualmente um ativo estratégico fundamental para Portugal na atração de investimento, na internacionalização de empresas e exportação de bens portugueses e que também nesta dimensão é fundamental garantir as ligações áreas entre Portugal e a sua Diáspora.
Por todas estas razões, às quais acrescem, naturalmente, as razões afetivas, familiares e culturais que ligam o país às suas comunidades, a solução em que o Governo trabalha tem as comunidades portuguesas como uma das suas prioridades.
Catarina Balça/MS
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