A saúde “a piorar”

Ora viva, muito bom dia e mais um fim de semana a bater-nos a porta.
Cá estamos. Pé ante pé e dia após dia. Espero que se encontrem bem e com genica e vontade de encarar este mundo, que se revela cada vez menos fácil de se viver nele.
Esta semana, em cima da mesa a equipa criativa do semanário Milénio Stadium, resolveu colocar sal na ferida. Numa ferida que se revela a cada passo por entre nós, na nossa província, mas também um pouco mundo fora.
Vamos lá tentar perceber o que, realmente, se está a passar.
Os especialistas em matéria de saúde alegam que a grande lacuna, ou seja, a grande falta de médicos de família na nossa província do Ontário “vai piorar” caso não haja uma intervenção imediata,.
O número de cidadãos desta província sem um médico de família em 2024 ultrapassou os 2,5 milhões, de acordo com o Ontario College of Family Physicians; a lista cresceu em 400.000 desde 2020 e a maioria dos especialistas concorda que a tendência provavelmente continuará este ano. Enquanto os políticos da província continuam a esforçar-se no sentido de elaborar planos para lidar com a escassez de médicos, é bem provável que a situação “piore antes de melhorar”, afirmou o presidente da Ontario Medical Association (OMA).
Na verdade, a OMA alertou que, até 2026, poderá haver 4,4 milhões de cidadãos sem médico de família, em parte devido ao facto de que cerca de 40% dos médicos de família da província estarem a ponderar reformarem-se nos próximos anos. “Conheço pessoas quase todos os dias que não conseguem encontrar um médico de família”, disse o presidente da OMA, Dr. Dominik Nowak, ao CP24. “Quase uma em cada quatro pessoas nesta província está a passar por isso neste momento e, a menos que a província aja agora, e coloque as coisas em andamento, a situação vai piorar antes de melhorar”.
O governo Ford divulgou recentemente planos para resolver o problema, incluindo a contratação da ex-ministra da Saúde liberal federal, Dra. Jane Philpott, para liderar uma nova “equipa de ação de cuidados primários”. O “mandato” da equipa, segundo a província, é ligar “todas as pessoas da província aos cuidados primários nos próximos cinco anos”. Nowak achou a decisão de contratar Philpott de um “primeiro passo ousado”. O que o governo precisa fazer agora é implementar o que a Dra. Philpott vai recomendar”, disse ele. “Não pode ser apenas uma jogada política inteligente e um relatório daqui a alguns anos, tem que ser uma ação concreta que as pessoas sintam, que os médicos sintam dentro de 90 dias”.
Ele também aplaudiu o governo provincial por expandir o programa “Learn and Stay” (Aprenda e Permaneça), que cobre as mensalidades e outros custos educacionais para incluir estudantes que se comprometam a se tornar médicos de família na província.
O preço previsto para o programa, que começa em 2026, é de $88 milhões e incluirá 1.360 estudantes de graduação elegível. A província estima que esse programa vai provavelmente ligar mais 1,36 milhões de Ontarianos aos cuidados primários. “Acho que é uma medida ambiciosa. Vai-nos ajudar a chegar lá”, disse Nowak.
Bem, se estas medidas ainda se realizarem, tendo em conta a decisão de convocação de eleições precoces do atual governo, não será uma má ideia, de todo. Com o aumento anual dos números de entrada de imigrantes, a escassez notou-se ainda mais. A ver vamos o que nos aguarda. As clínicas privadas estão cada vez mais em voga e já parece que estamos num país em que é tudo mesmo primeiro mundo, onde quem mais pode recebe tratamento para o que pretende e os demais ficam nas filas a aguardar.
É o que é e vale o que vale,
Até já e bom fim de semana.
Cristina Da Costa/MS
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