Temas de Capa

A revolução silenciosa que já está a acontecer

O que esperar de máquinas que podem pensar por nós ou, dito de outra forma, como será a convivência entre humanos e robôs no futuro? Elon Musk, fundador da Tesla, a marca norte-americana de carros elétricos, garante que a inteligência artificial (IA) é a maior ameaça para a humanidade, embora esta seja uma das suas áreas de investimento. Visionário e controverso, Musk apoia a colonização de Marte, porque, segundo ele, os recursos do planeta Terra estão em risco e um dia destes a nossa espécie também estará.

Provavelmente a primeira vez que ouvimos falar de IA foi em filmes de ficção científica. Em 1991 Spielberg criou “Inteligência Artificial” que tinha como personagem principal David, um robô que tinha sido programado para amar os pais. Contudo, hoje ela está em rápida ascensão no mundo inteiro e já é parte do nosso quotidiano.

Quem tem iPhone está familiarizado com a Siri a quem podemos fazer todo o tipo de perguntas. Com os novos carros o estacionamento já é automático e tudo leva a crer que o próximo passo será a condução automática que já está numa fase avançada de testes. No supermercado já não precisamos de comunicar com ninguém porque o pagamento é feito através de máquinas. Em casa podemos ficar sentados no sofá enquanto o Google Home muda de canal, apaga as luzes ou toca a nossa música preferida. Na Tailândia, no hospital de Banquecoque, robôs ajudam enfermeiros no transporte de documentos de forma a evitar que estes percam tempo.
O assunto é controverso e divide a comunidade científica. O físico britânico Stephen Hawking, um dos maiores cientistas do século, defendia que o total desenvolvimento da IA poderia significar o fim da raça humana e antes de morrer conseguiu prever os avanços na engenharia genética que criariam a raça de super-humanos. Hawking morreu em março de 2018, oito meses depois de He Jiankui, um cientista chinês ter anunciado os primeiros bebés geneticamente modificados do mundo.

Na semana passada a Europa e os EUA reagiram aos avanços da IA na China. A União Europeia anunciou um plano para o desenvolvimento da inteligência artificial feita na Europa que inclui o desenvolvimento de aplicações desde a “cura de doenças à transição energética, à luta contra as alterações climáticas e à previsão de catástrofes naturais, até à segurança dos transportes, à luta contra a criminalidade e à melhoria da cibersegurança”.

Por outro lado, Donald Trump, presidente dos EUA, exigiu recentemente que o país invista mais em IA e que todos os recursos do governo federal sejam dedicados ao desenvolvimento do “American AI Initiative”. Segundo a Reuters, a China vai investir $150 mil milhões em IA até 2030 com o objetivo de se tornar líder mundial nesta área.

Impacto no mercado de trabalho canadiano

A simulação da inteligência humana através de uma máquina ou de um computador poderá ter um grande impacto no mercado de trabalho. Segundo um estudo do RBC de 2018, estima-se que nos próximos dez anos metade dos postos de trabalho da economia canadiana sejam substituídos pela IA.

Dentro de quatro anos a economia canadiana deverá gerar 2,4 milhões de empregos e a maioria das vagas vai exigir capacidades que os jovens não estão a adquirir atualmente nas universidades. O estudo sugere que a procura por “capacidades humanas” será crucial em algumas áreas de trabalho. Exemplos disso são o pensamento crítico, a coordenação, a percepção social e a resolução de problemas complexos.

O RBC alerta ainda para a importância da literacia digital que vai ser obrigatória para a maioria das profissões. O empregador vai precisar de um funcionário que domine a linguagem digital, isto é, que esteja à vontade na utilização de tecnologia, de internet e de aparelhos eletrónicos.

Face a esta transformação, o número de desempregados e de trabalhadores a part-time deverá aumentar, pelo que o estudo aconselha empresas e escolas a desenvolverem programas de apoio para estes jovens. “Cerca de meio milhão de jovens entre os 15 e os 29 anos vão estar desempregados e mais de um quarto de milhão vão trabalhar em part-time involuntariamente”, refere o estudo do RBC.

No fim do nosso artigo perguntámos à Siri se ela ia substituir os humanos e a resposta foi “desculpe, mas realmente não sei responder à sua pergunta”.

Joana Leal

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