A quem pertence o nosso Templo?
Ora viva, como está? Espero que lindamente, pois outras opções não nos interessam…
Mais uma semana a passar por nós como uma brisa suave de fim de tarde…
Chegados a 20 de maio e como já é muito, mas muito, habitual por este país fantástico, muito principalmente pela nossa linda província, chuva e frio no fim de semana da Rainha Victoria que se celebra mais cedo este ano. O verdadeiro dia é efetivamente a 24 de maio. Adelante… desejo-vos um fim de semana muito bom e esperem mais uns dias para plantar as alfaces e o resto dos vegetais. Não nos enganemos. Está frio…
Enfim. Cá vamos então passar os olhos pelo tema em cima da mesa nesta semana. Aborto. Direito? Dever?
Culpa? Necessidade? O que é e para que tem servido? Nem sei bem como tocar neste assunto tão delicado que pertence só e unicamente a quem tem de lidar com. No entanto, torna-se uma e tantas vezes assunto global que é o caso neste momento, que está em debate no Supremo Tribunal no Estados Unidos da América, onde no dia 4 deste mês este mesmo tribunal abriu a “caixinha da Pandora “ e pretende anular uma decisão tomada em 1973 onde a mulher tinha pleno direito de fazer o que entendesse com o seu templo. O seu corpo. Não obstante, essa lei nunca passou para o papel oficialmente ficando em “banho-maria“. Alguém acordou e foi mexer na “receita”. Ora, claro está que a confusão ficou ao rubro. Quem é que tem o direito afinal de dizer a uma mulher o que fazer com o seu próprio corpo? Num mundo gerido por homens, que pouco ou nada entendem o que isso realmente significa.
Há casos excecionais. Não tenho problema em dizer, enquanto ser humano, que se houver uma necessidade de urgência, sou completamente pro-aborto mas, também é só em casos excecionais. Nunca só pelo mero prazer de o fazer como prática ilícita ou porque não é conveniente. Fui mãe muito cedo e o meu próprio médico colocou-me essa questão – “Não achas que és muito jovem para ser mãe? Pondera…” disse-me ele.
Claro está que assumi e nunca me arrependo de o ter feito. Agora, em casos de violação, de doenças que se saibam vão contribuir para que a criança nasça com deformidades e seja incapaz de se mover… claro! Só uma pessoa muito sádica é que vai aceitar trazer ao mundo um ser assim. Continuo a dizer que esta situação é uma decisão que pertence a quem com ela lida. E não deve ser de todo uma tarefa fácil decidir como agir. Não é um homem, sendo ele médico ou juiz, ou um padre, que pode ou deve decidir por quem passa pelo problema. Aconselhar sim, ponderar também. Decidir? Uh. Não.
Diz o presidente da Organização Mundial de Saúde, que nem médico é o Sr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, que “as mulheres devem de ter sempre o direito de escolha quando se trata da sua própria saúde“, defendendo o direito acérrimo ao aborto em circunstâncias inevitáveis. Evitando também que meninas e mulheres em risco, evitem procurar meios menos higiénicos e dignos para recorrerem a essa forma de interrupção de gravidez que, por vezes, lhes pode ceifar a vida procurando procedimentos arriscados e práticas menos seguras.
Ficam muitas questões no ar. Mas, ao fim ao cabo quem somos nós, homens ou mulheres para julgar o direito ou gerir as decisões de cada um?
É o que é e há-de valer sempre o que vale.
Fiquem bem e até já!
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