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A Páscoa à luz das religiões

A Páscoa é comemorada em todo o mundo, das mais variadas formas, com diferentes tradições e crenças. Diversas religiões celebram esta que é considerada uma das mais importantes datas entre os fiéis, cada uma à sua maneira. Há, no entanto, quem não a celebre de todo, mas arriscamos dizer que o que é, verdadeiramente, importante é que todos respeitem as convicções dos outros e encarem este período como uma oportunidade de recomeço interior.

A Páscoa para os católicos – glória e alegria da fé na vida para lá da morte

Para o cristianismo, a Páscoa é o momento de glória e festeja-se a ressurreição de Cristo – o verdadeiro apogeu da fé: a passagem da morte para a vida. Para os católicos, a Páscoa traduz, acima de tudo, uma mensagem de paz e renovação simbolizada na crucificação, morte e ressurreição de Jesus Cristo. No entanto, como lembra o Padre Avelino Alves “Cristo era judeu, portanto o Cristianismo é filho do Judaísmo. Temos a Páscoa cristã, mas já havia a Páscoa judaica. Mas nós focamo-nos mais nesta passagem que acontece da morte para a vida e na vitória do bem sobre o mal. Temos a Semana Santa, que começa à quinta-feira, onde acontece a celebração da Ceia do Senhor e o lava-pés, depois na sexta-feira Santa temos a adoração da cruz, entretanto no sábado a vigília Pascal, que é a bênção do fogo e da água. Há também um momento de particular significado que é o batizar de adultos. Domingo é o dia de Páscoa, da Ressurreição, de Aleluia.” Para o Padre Alves, a vida é uma cruz e os maus momentos serão depois compensados pela ressurreição – “Nós temos que ressuscitar todos os dias da nossa cruz. Não há ressurreição sem cruz. Até porque uma cruz sem ressurreição é uma desgraça.”

Durante o período pascal, os padres católicos usam cores de vestes específicas nas celebrações. No início da Quaresma, ou seja, na Quarta-Feira de Cinzas, que vai até ao sábado que antecede ao Domingo de Ramos, utilizam a cor roxa, que significa penitência. No Domingo de Ramos são usadas vestes vermelhas, simbolizando o martírio. “Somente no domingo de Páscoa, os párocos utilizam vestes brancas ou douradas expressando a alegria e vitória: o renascimento”, ressaltou o padre católico.

A Pessach ou Festa da Liberdade para os Judeus

Por outro lado, esta quadra simboliza a libertação dos judeus do cativeiro do Egito, como explica Isaac Assor – representante da Comunidade Judaica em Portugal: “A Páscoa judaica é um pouco diferente, em termos de celebração, da católica. É a recordação da décima praga que Deus de Israel infringiu no Egito para convencer o Faraó a libertar os escravos hebreus. Foi depois dessa décima praga – a morte dos primogénitos – que o Faraó cedeu e começou o êxodo do povo hebreu. No entanto, Deus fez com que o anjo da morte saltasse/pulasse nas portas dos primogénitos judeus e eles não fossem mortos. É por essa razão que a Páscoa se chama de ‘Pessach’, que significa saltar ou passar por cima de. É também considerado um tempo de libertação – porque nos remete também ao fim da escravidão do povo de Israel no Egito. Aliás, também por isso se pode chamar a esta quadra a Festa da Liberdade”.

Os Evangélicos, a Páscoa e o culto da ressurreição

Por sua vez, os evangélicos, como todos os cristãos tradicionais, dão grande importância à Semana Santa e Páscoa. Durante a sexta-feira Santa acontece um culto especial, chamado “Cantata”, onde há apresentações de teatro, música e dança. Já no domingo de Páscoa há o culto da ressurreição. No entanto, cada igreja tem o seu estatuto e a sua forma de atuar. A Páscoa é também para os evangélicos uma passagem refletida num momento crucial – quando Jesus Cristo se entrega como oferta e regressa como salvador – “Ele veio como homem para nos redimir do pecado, ser nosso redentor, porque só Ele tem o poder da vida e da morte”.

Os Espíritas e a Páscoa que não é ritual, mas reflexão

Para os espiritualistas não há ritualismos, daí que não aconteça nenhuma celebração festiva nesta quadra, mas antes se encara a Páscoa como uma oportunidade de renovação interna e evolução espiritual.

Testemunhas de Jeová lembram a morte de Jesus

Já para os que seguem a religião das Testemunhas de Jeová, a Páscoa é uma data importante, mas não fazem comemorações especiais para a celebrar porque acreditam que, segundo a Bíblia, Jesus Cristo teria dito que se deveria lembrar a sua morte e não a sua ressurreição (Lucas 22:19,20).

Por fim fica a indicação de algumas das religiões para quem a Páscoa não existe ou não tem qualquer significado. É o caso dos muçulmanos e dos budistas para quem esta festa não faz parte do seu calendário. No caso dos islamitas o Ramadão é o período mais importante do ano, cumprindo 30 dias de jejum, para celebrar a primeira revelação feita por Deus a Maomé e também a peregrinação a Meca. Já os budistas, seguindo o seu próprio calendário festivo, comemoram, essencialmente, o nascimento de Buda (624 a.c.).

Com ou sem confissão religiosa, a Páscoa celebra a renovação da vida. Por isso… Páscoa feliz para todos!

Catarina Balça

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