Portugal

Universidade do Porto bate recorde de alunos internacionais

milenio stadium - universidade do porto

 

Invicta é escolha de 5800 estrangeiros, tanto para Erasmus+ como para tirar cursos completos.

É a Universidade do Porto (U.Porto) que os une. Nur Latif, Conor O”Neill, Hugo Morales e Ruth Galindo encontraram na Invicta uma janela para o futuro e fazem parte dos 5800 alunos estrangeiros que a instituição recebeu neste ano letivo. Uns através do programa Erasmus e outros (a maioria) para tirar cursos completos. O número recorde justifica-se pelos cursos lecionados em inglês e a oferta de formação em áreas especializadas, destacou Joana Carvalho, pró-reitora com o pelouro das Relações Internacionais.

Do Kentucky, Estados Unidos da América, Conor, 21 anos, escolheu a República Checa para tirar o curso. Ao contrário do cenário americano, onde a maioria dos estudantes tem de endividar-se para pagar a faculdade, “lá é gratuito”, afirma, de sorriso estampado no rosto. Perante a oportunidade de participar no programa europeu Erasmus +, Conor não hesitou em escolher o Porto. “Conheci, na República Checa, estudantes daqui, também em Erasmus, que me disseram que tinha de viver a experiência no Porto. E tinham razão”, confirma o estudante.

As aulas das cadeiras do curso de Ciências da Linguagem, que frequenta desde fevereiro, são dadas em português. Mas engane-se quem pensa que essa barreira encravou o percurso do americano.

Nur Latif é palestiniana e está há quatro anos a estudar Psicologia no Porto. Com família brasileira, a adaptação foi mais fácil, ainda que a diferença de sotaque complique as conversas, brinca.

Interrompemos e perguntamos a Conor se está a acompanhar. “Entendo tudo”, respondeu, de imediato, e para espanto de todos, em português.

Nur, também de 21 anos, quis sair da Palestina e tirar o curso noutro país. Tinha duas opções: Portugal ou Turquia. O Porto acolheu-a, ainda que fazer amigos “não seja fácil”. Sobre o futuro, Nur admite que uma das vontades é exercer na Palestina e trabalhar com os Médicos sem Fronteiras.

Habitação é problema

Hugo Morales, 44 anos, tem já uma relação longa com o Porto. Há quase dez anos que a U.Porto é a sua segunda casa. Agora, o grande problema é a habitação. O alojamento na residência universitária vai terminar e encontrar um quarto tem sido um “pesadelo”. Hugo está a trabalhar na instituição como investigador e coordenador da rede do projeto SuCCESS, cujo objetivo é melhorar os programas de estudos sobre segurança pública e criminologia. Para dar aulas nesse âmbito, está também a tirar uma nova licenciatura.

Já Ruth, de 33 anos, está a fazer o doutoramento em Farmácia, através de uma parceria com a Universidade de Barcelona. “O principal motivo da escolha, além do prestígio da própria instituição, foi a cidade. E o Porto, para mim, é uma boa cidade também para viver”, confessa.

A universidade está a tentar “colmatar” a falta de respostas no que toca ao alojamento universitário para alunos deslocados através de candidaturas ao PRR, disse Joana Carvalho.

Milhares de alunos

Dos 31 mil estudantes da Universidade do Porto, cerca de 20% são internacionais. Destes, 1300 são alunos em programas de mobilidade, tal como o Erasmus+. A tirar cursos completos estão 4500 estrangeiros.

É uma grande vantagem. Aliás, a grande aposta é exatamente nesta internacionalização. Estamos no número 274 do ranking e estamos todos orgulhosos. Isso faz também com que os estudantes comecem a escolher a U.Porto pela qualidade do ensino e pela investigação que se faz.

Que áreas ou cursos da U.Porto é que se destacam em termos de procura por alunos internacionais?

As 14 faculdades, de uma forma geral, são bastante procuradas. Claro que algumas recebem mais estudantes, como a de Engenharia, de Letras, de Ciências, de Economia e Arquitetura. Neste momento, Bioengenharia é dos cursos mais procurados.

Com este volume de alunos estrangeiros, houve algum processo de adaptação ou preparação da própria universidade?

A adaptação clara é ter cursos em inglês. É uma aposta que, cada vez mais, temos de ter. Ou isso, ou os cursos serem bilingue, com umas turmas em português e outras em inglês. Porque, por exemplo, um aluno brasileiro prefere as aulas em português. Mas se falarmos de um aluno alemão, italiano, ou até mesmo espanhol, prefere muitas vezes ter aulas em inglês.

JN/MS

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