Sapadores em luta junto ao Parlamento: “Somos o parente pobre da proteção civil”
À primeira vista, parecia ter havido um acidente: uma rua estava cortada, havia fumo no ar e o som de sirenes dava um toque apocalíptico. Tratava-se, contudo, de um protesto dos bombeiros sapadores. Ao JN, frisaram que a tensão que se viveu foi fruto do “acumular de descontentamentos” ao longo de 22 anos sem respostas.
A grande maioria das várias centenas de sapadores presentes estava fardada. Pelas inscrições nas costas dos casacos, era possível ver que vinham de todo o país: Porto, Coimbra, Braga ou Setúbal. Ocuparam as escadarias exteriores do Parlamento, por norma vedadas pela polícia – daí os momentos de alguma tensão no início do protesto.
Foi a partir desse local que gritaram palavras de ordem simples, como “Sapadores” ou “Respeito”. Houve, contudo, uma outra palavra que muitos sapadores repetiram para explicarem a sua presença na concentração: “risco”. De megafone em punho, também um dos organizadores do protesto lembrava que, nesta profissão, se “arrisca a própria vida”.
Todos os sapadores querem ver atualizados os subsídios de risco, sobretudo desde que as forças de segurança venceram essa batalha. “Só aqui para os idiotas é que não há nada”, lamentava-se um manifestante. “Somos o parente pobre da proteção civil”, afirmou um outro ao JN.
JN/MS
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