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Primeiro português infetado com covid-19 ficou sem sequelas

Pandemia

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Adriano Maranhão, primeiro português infetado com o novo coronavírus, à chegada a Lisboa em março de 2020. Foto: Nuno Pinto Fernandes/Global Imagens

Um ano após ter tido covid-19, Adriano Maranhão, 42 anos, garante ao JN que não ficou com sequelas do vírus. Os dias de angústia que viveu quando esteve retido no navio onde trabalhava, ao largo do Japão, à espera de assistência médica ficarão para sempre na sua memória, mas retomou a vida normal, como canalizador, desta vez em terra.

Sem mãos a medir com tanto trabalho, o canalizador da Nazaré já foi contactado pela Diamond Princess para saber se queria voltar ao mar. As únicas exigências que a companhia de cruzeiros norte-americana faz, para se juntar ao resto da tripulação, é ter um teste negativo à covid-19 e 12 dias de quarentena numa cabine de passageiros, mais espaçosa do que a dos tripulantes, seguido de um novo teste.

“Já tratei de todos os documentos e já os enviei, mas, para já, não quero voltar. Só mais perto do verão”, revela Adriano. “Quero ver o desenvolvimento do vírus e da vacina, pois não quero voltar a passar o mesmo dentro de um navio”, justifica. Preocupado com a pandemia, diz que hoje tem muito mais cuidado. “Lavo mais as mãos, uso máscara e tenho álcool-gel no carro”, garante.

Adriano confessa que tem acompanhado a pandemia com um “bocado de receio”. “Andamos sempre aos avanços e aos recuos”, comenta. “Na altura, não tínhamos conhecimento nenhum, mas agora estamos no bom caminho com a vacina”, acredita. “Penso que poderemos voltar à nossa vida normal.” Apesar disso, manifesta algumas dúvidas em relação à vacina. “Não sabemos se podemos voltar a ficar infetados.”

Ao olhar para trás, o canalizador recorda o “choque” que sentiu quando recebeu a notícia de que tinha coronavírus. “A única informação que tinha era que a maior parte das pessoas a quem o teste tinha dado positivo estava a morrer. O meu primeiro pensamento, e dos meus colegas, é que íamos passar desta para melhor”, confessou então ao JN. “Nos primeiros dias, não andei a bater bem. O stresse e o receio começaram a tomar conta de mim.”

“A situação era catastrófica no navio, porque não se sabia quem estava infetado. Não havia mãos a medir e os médicos eram poucos”, recorda. Como os passageiros eram prioritários, viveu vários dias de angústia a bordo do Diamond Princess, até ser transferido para um hospital japonês e, depois de ter alta, ter regressado a Portugal. Teve apenas dores de cabeça e no corpo, que acabaram por passar, mas a memória dificilmente será apagada.

JN/MS

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