Portugal

Morreu Madalena Iglésias

Alexandre Franco
Diretor/Editor

Meus bons, velhos tempos.
Como estou no mesmo escalão etário, embora um bocado mais novo, recordo-me como cresci a apreciar e a cantarolar as canções de Madalena Iglésias, do moçambicano António Calvário e de Simone de Oliveira que tivemos a oportunidade e o prazer de aplaudir aqui em Toronto quando de visitas que nos fizeram para nos proporcionarem espetáculos inesquecíveis.
Madalena Iglésias, que morreu aos 78 anos, afirmou em 2008 à agência Lusa que esteve à frente do seu tempo e que, por ser bonita, teve de trabalhar que “nem um animal”.
“O ‘muito bonita’ perseguiu-me toda a vida, criou-me o complexo de que fosse só isso. E, como tal, trabalhei que nem um animal, tentei superar-me, estudei, aprendi idiomas, fiz exames no Conservatório, para melhorar o meu trabalho e a mim própria como pessoa”, disse a cançonetista.
Vencedora do Festival RTP da canção em 1966, com a canção “Ele e ela”, Madalena Iglésias disse, na altura, que “estava à frente dez anos” do seu tempo, “pelas orquestrações, pelo guarda-roupa e pela forma de estar em palco”.
“O que fazia era inovador para o nosso país. Eu sentia-me, e sentiram-me, sempre adiantada ao meu tempo”, frisou.
Madalena Lucília Iglésias do Vale, nascida na freguesia lisboeta de Santa Catarina, começou, incentivada pelo pai, o empresário José Rodrigues do Vale, a cantar no Coro da Orquestra Popular, em 1954. Dois anos depois, ingressou no Centro de Preparação de Artistas da então Emissora de Nacional (EN).
Como profissional estreou-se em 1957, na EN, e em agosto do ano seguinte, atuou no popular programa “Serões para Trabalhadores”, em Almada, acompanhada pela Orquestra Ligeira da EN, dirigida pelo maestro Fernando de Carvalho.
Madalena Iglésias deixou os palcos portugueses em 1970, mas “a sua agenda internacional era muito maior e ainda continuou, depois de se casar, devido aos compromissos”, referiu a sua biógrafa, segundo a qual, Madalena Iglésias nunca disse “adeus aos palcos”. Reconheceu que “depois do casamento”, porém, “a carreira nunca mais foi regular”, embora tenha permanecido sempre na memória do público nacional e estrangeiro.
“Ainda me lembro de cantar grávida de oito meses da minha filha, na televisão da Venezuela, e pedir para não me focarem aquele barrigão”, recordou Iglésias.
Segundo a cantora, deixou de cantar “por volta de 1974/1975, após o nascimento dos dois filhos”.

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