Portugal

Medina pede à PGR para ser ouvido sobre processo da Câmara de Lisboa

Lisboa: Conferência de imprensa do ministro das Finanças Fernando Medina
O ministro das Finanças, Fernando Medina, fala aos jornalistas durante uma conferência no Ministério das Finanças, Lisboa, 19 de janeiro de 2023. ministro das Finanças, Fernando Medina, disse hoje que pediu para ser ouvido no âmbito do processo que motivou na terça-feira a realização de buscas na Câmara de Lisboa, embora desconheça “em absoluto” a investigação em curso. CARLOS M. ALMEIDA/LUSA

 

Atual ministro das Finanças e antigo presidente da Câmara de Lisboa sublinha desconhecer a investigação que levou à realização de buscas na autarquia, mas coloca-se à disposição para ser ouvido pelo Ministério Público.

Fernando Medina sublinhou, esta quinta-feira, não ter conhecimento de qualquer investigação em curso e disse que nunca foi ouvido ou chamado a prestar depoimento em nenhum processo judicial ao longo da carreira política, nomeadamente naquele que foi noticiado na quarta-feira e que o envolverá enquanto antigo presidente da Câmara de Lisboa. “Desconheço em absoluto”, reforçou o atual ministro das Finanças, mostrando-se disponível para proceder ao esclarecimento “total e integral” do caso.

“Solicitei à Procuradoria-Geral da República que possa ser ouvido no processo que é referido que existe, de forma a poder prestar todos os esclarecimentos que o Ministério Público entenda necessários”, declarou o antigo autarca lisboeta, em declarações aos jornalistas, em Lisboa, assumindo-se como “o principal interessado em fazê-lo”.

O processo diz respeito à contratação pela autarquia lisboeta da empresa de um histórico dirigente socialista para gerir as obras públicas em Lisboa, em 2015. De acordo com a TVI/CNN Portugal, que revelou o caso na quarta-feira, a investigação acredita que o objetivo do esquema, centrado em Joaquim Morão, visaria o financiamento ilícito do PS.

Assume decisão de contratar histórico dirigente

Medina assumiu como sua a decisão de contratar o antigo autarca socialista, num procedimento que “não foi por concurso”, justificando que “tinha o perfil adequado para a missão”. “Precisámos de uma pessoa com aquele perfil e características, um dos autarcas mais experientes do país com capacidade de obra”, descreveu, acrescentando que os “méritos de Joaquim Morão” eram reconhecidos e que as razões que levaram à contratação estão expressas no despacho que assinou há quase oito anos.

“Não é uma contratação avulsa, desgarrada do mandato”, disse Medina, justificando a criação de uma equipa responsável para gerir contratações (formada por Morão e por mais dois técnicos) com o elevado número de obras que na altura estavam a decorrer em Lisboa.

“Tenho as condições que decorrem da minha consciência, e de quem tem mais de duas décadas de serviço público sempre com plena consciência da defesa do interesse público. E também com a transparência e frontalidade de quem afirma que nunca foi ouvido no âmbito de nenhum processo”, disse, quando questionado sobre eventuais consequências políticas do caso e a continuidade no Governo.

“Sacos azuis” em 2015 terão motivado buscas

O responsável pela pasta das Finanças convocou os jornalistas para uma conferência de imprensa para esclarecer suspeitas em torno de um alegado esquema envolvendo a Câmara de Lisboa entre 2015 e 2016, na altura em que Fernando Medina assumiu a presidência da Autarquia.

De acordo com a TVI/CNN Portugal, a Polícia Judiciária realizou buscas na Câmara lisboeta por suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação numa nomeação para prestação de serviços assinada pelo atual ministro das Finanças.

Em causa estará a viciação das regras para a contratação como consultor do histórico dirigente socialista Joaquim Morão, antigo presidente da Câmara de Castelo Branco e Idanha-a-Nova, com vista à gestão das obras públicas na capital. O Ministério Público acredita que o esquema envolvia subornos de empreiteiros para o financiamento ilícito do PS, através dos chamados sacos azuis.

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