Portugal

Médicos mantêm greves após reunião sem acordo com o Governo

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Médicos mantêm greves agendadas para agosto e setembro. ANDRÉ KOSTERS/LUSA

Os sindicatos médicos voltaram, esta sexta-feira, às negociações sobre a valorização da carreira com o ministério da Saúde. Em cima da mesa estiveram as propostas do Governo para aumentos salariais e o regime de dedicação plena. Os sindicatos criticam as propostas e mantêm as greves agendadas para agosto e setembro.

Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), admite estar “bastante pessimista” em relação à possibilidade de haver um acordo com o ministério da Saúde devido “à grande diferença de posições”. Já a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) defende a presença de um mediador externo e independente nas negociações para acabar com um “impasse” que “dura há 15 meses”. Ambos vão apresentar contrapropostas. Haverá uma nova reunião negocial no dia 9 de agosto.

“A próxima reunião, a acontecer, deveria ser na presença de um mediador externo e independente para contrapor toda esta falta de competência e até desta má-fé por parte do ministério da Saúde e por parte de Manuel Pizarro”, afirmou Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, após mais uma ronda negocial com o Governo.

Sobre a proposta do Governo para a carreira médica, Joana Bordalo e Sá diz ser “inaceitável” e “representa uma agressividade para os médicos”. Acrescenta, ainda, que não trará “nada de bom para os utentes”. E vai obrigar os médicos a trabalhar “mais quatro meses do que o resto dos profissionais”. Quer seja porque trabalham 40 horas semanais e, isso, traduz-se em “mais dois meses do que quem trabalha 35 horas”. Ou porque “têm de aumentar as suas horas extraordinárias para 30 horas e são mais dois meses de trabalho”.

“Não é verdade que vai ser generalizado o atual modelo de Unidade de Saúde Familiar para todo o país. O modelo que está proposto é um modelo que nós chamamos ‘b’ de ‘barato’, que limita médicos a prescreverem análises e a passar receitas para os doentes. Na proposta que nos foi entregue, não é verdade que vai haver mais médicos a fazer consultas e cirurgias nos hospitais. Os médicos vão continuar a fazer 18 horas de urgência. Não sobra tempo”, lamentou Joana Bordalo e Sá.

Face ao impasse nas negociações, a dirigente sindical confirmou a greve marcada para os dias 1 e 2 de agosto, altura em que a federação irá entregar a sua contraproposta.

Também o Sindicato Independente dos Médicos vai apresentar uma contraproposta e manter as greves agendadas para agosto e setembro. Roque da Cunha sublinha que “há uma necessidade urgentíssima de chegar a acordo” face à situação atual vivida no Serviço Nacional de Saúde. No entanto, há “uma grande diferença de posições”. E, por isso, assume-se “pessimista” quanto a um futuro acordo. Deu, como exemplo, as divergências na proposta de aumento salarial de 1,6%, “um conjunto de regras difíceis com uma grande carga de trabalho para a chamada dedicação plena” e a “possibilidade de fazerem mais de 300 horas extraordinárias”.

Em termos salariais, Roque da Cunha pede, pelo menos, que os médicos possam recuperar o poder de compra perdido. “Para os médicos que trabalham 40 horas por semana, o salário foi estabelecido em 2012 e esses colegas perderam 20% do poder de compra. Já os colegas das 35 e das 42 horas, não têm qualquer alteração de salário desde 2005”, referiu o dirigente sindical, divergindo da FNAM no que toca a necessidade de um mediador independente nas negociações.

JN/MS

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