Portugal

Médicos contra Costa: “o futebol não é um prémio para a saúde”

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, não gostou de ouvir o primeiro-ministro, António Costa, dizer que a realização da final da Champions em Portugal é “um prémio” para os profissionais de saúde.

Em declarações à RTP, esta sexta-feira de manhã, reagindo à morte de um médico de 68 anos no Hospital de São José, em Lisboa, vítima de covid-19, o bastonário lamentou a “perda grande” e lembrou que os médicos têm como missão salvar vidas. “Foi isto que este médico esteve a fazer durante este tempo todo. Honrou aquilo que é a profissão e infelizmente acabou por falecer no Dia do Médico”, disse, manifestando a sua “gratidão” e respeito pelo “trabalho magnífico” que o médico realizou no Hospital Curry Cabral, onde trabalhava.

Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães Foto: ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Já em relação às palavras do primeiro-ministro, António Costa, que na quarta-feira disse que a decisão de realizar a fase final da Liga dos Campeões em Lisboa era um prémio ao desempenho dos profissionais de saúde em Portugal na luta pelo combate à pandemia, Miguel Guimarães mostrou o seu desagrado.

“O futebol não é um prémio para os profissionais de saúde e muito menos um prémio para os médicos. Há que distinguir o futebol da saúde”, disse, reconhecendo que os políticos “hipervalorizam o futebol” pela “grande paixão” que movimenta.

Falta de reconhecimento

“Mas há uma diferença muito grande entre a saúde e o futebol e era importante que isto se percebesse” disse, insistindo que “a ideia que passa é que os profissionais de saúde continuam a ser desprezados por quem tem responsabilidades políticas. Isso é mau”, disse, lamentando que não tenha havido uma palavra de qualquer responsável político no Dia do Médico, que se assinalou na quinta-feira, no que considerou uma falta de reconhecimento.

“Os médicos salvaram milhares e milhares de vidas e fazem isto todos os dias e é isso que sabem fazer melhor”, disse, apelando a que “os médicos sejam mais respeitados”. O bastonário revelou que tem recebido “milhares de mensagens” de indignação por parte dos médicos e desafia o Governo português a seguir o exemplo de outros países europeus, como a França, e pagar melhor aos profissionais, melhorando as suas carreiras.

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