Portugal

Mais produção faz cair preço do azeite

Créditos: JN

A produção de azeite na campanha de 2024/2025 vai ser a segunda maior de sempre em Portugal, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). Comparativamente com a anterior, são mais 10% e espera-se que continue a crescer. Com o aumento da produção, o preço está a baixar. De acordo com a DECO Proteste, em meados de abril, uma garrafa de azeite virgem extra (75 cl) custava 6,79 euros, menos 40,96% do que há um ano (11,43 euros) e uma poupança de 2,14 euros face ao final de 2024. Já em meados de abril de 2023, era preciso desembolsar 7,03 euros. No entanto, há cada vez mais azeite gourmet, que pode ascender a 140 euros por litro.

No Boletim Mensal da Agricultura e Pescas de março, o INE especifica que “a produção de azeite deverá ser a segunda maior de sempre” no território nacional. Traduz-se em “1,9 milhões de hectolitros (177 mil toneladas)”. Só foi superada pela campanha de 2021/2022 com 2,2 milhões de hectolitros. Destaca ainda que “o Alentejo concentra cerca de 80% da produção. Na Terra Quente Transmontana e na Campina e Campo Albicastrense na Beira Interior, “os aumentos também foram significativos”.

Reposição de stocks

Apesar das estimativas iniciais apontarem para uma “produção de cerca de 195 mil toneladas”, Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite, assinala que “a segunda maior produção de sempre” é ainda “mais relevante” por ser “obtida num ano de contrassafra” (ano em que a colheita não correu tão bem). Patrícia Falcão Duarte, secretária-geral da Fenazeites, destaca que os dados do INE refletem “o crescimento do setor”. Explica-o com a “entrada em produção de novos olivais e a plena produção de outras áreas”, bem como com a “boa produtividade de áreas já estabilizadas e a conversão de outras de olival intensivo de regadio em olival em sebe”.

Em termos de produção mundial, Mariana Matos adianta que foram produzidas, na campanha de 2024/2025, “cerca de 3,5 milhões de toneladas”. É um “aumento de 38% em relação à anterior”. A especialista considera que estes estão “dentro da média” e vão permitir “repor stocks que se encontravam em valores mínimos”.

Outra consequência do regresso a uma “relativa normalidade” da produção, acredita a secretária-geral da Casa do Azeite, é que “os preços altíssimos nas últimas duas campanhas por causa da escassez estão a regressar a valores normais”. Tal levará à “recuperação de algum consumo que se perdeu devido aos preços elevados”. No entanto, não deverá baixar para os valores praticados em 2022, onde havia garrafas de azeite virgem extra de 75 cl a serem vendidas a pouco mais de quatro euros.

Boas notícias para 2025/26

Nesta primavera, “os olivais apresentam muito boa floração depois das últimas chuvas”, o que sugere a Patrícia Falcão Duarte, secretária-geral da Fenazeites, “boas perspetivas para a campanha 2025/2026”. Mariana Matos acrescenta que “todos os anos entram em produção novas áreas de olival recém-plantado, irrigado e muito mais produtivo”, principalmente no Alentejo. Com tudo conjugado, a secretária-geral da Casa do Azeite admite que, nos próximos anos, vão registar-se “novos recordes de produção de azeite em Portugal”, o que permitirá “atingir valores médios acima das 200 mil toneladas por ano”.

Pedro Rodrigues, que produz o azeite transmontano Tua Valley, refere que, “se houver sorte com o tempo, a limpa será boa” e pode levar a “um ano de produção excelente” e “talvez ainda melhor do que o anterior”, que, para a sua empresa, “foi o melhor de que há registo”. Foram processadas “cerca de 1400 toneladas de azeitona”, que renderam 280 mil litros de azeite, metade dos quais para os clientes do seu lagar.

O produtor Pedro Rodrigues está a vender a embalagem de cinco litros a 35 euros. São menos 15 euros do que há dois anos, mas, mesmo assim, “compensa o trabalho que a olivicultura dá”. Admite que o limite mínimo rondará os “30 euros”. Abaixo disso, “não compensará os custos de produção, que são cada vez mais elevados”.

JN/MS

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