Mais de 2,3 milhões de portugueses em risco de pobreza
No ano passado, Portugal passou a ser o 8.º país da UE com maior risco de pobreza ou exclusão social. Maior agravamento registado nos idosos.
A perceção de quem está no terreno a apoiar as populações mais carenciadas é agora confirmada pelo gabinete de estatísticas europeu: no ano passado, 2,312 milhões de portugueses estavam em risco de pobreza ou exclusão social. São mais 256 mil face a 2020, com a percentagem de população naquela condição a aumentar 2,4 pontos percentuais, para os 22,4%. É preciso recuar a 2017 para encontrar uma taxa superior (23,4%). Para uma média da União Europeia (UE), no ano passado, de 21,7% (aumento de uma décima), colocando agora Portugal no 8.º lugar dos países da UE com maior risco de pobreza, subindo assim cinco posições face a 2020.
Naquilo que é um claro travão, em pleno contexto pandémico, à descida da taxa de risco de pobreza iniciada em 2015. Num rosto conhecido de todos: feminino, infantil e idoso. Mas se em 2020 as crianças abaixo dos 18 anos eram a franja da população em maior risco, no ano passado 24,2% dos maiores de 65 anos estavam em risco de pobreza. São 1,3 milhões, mais 2,8 pontos percentuais face a 2020. E se atentarmos aos mais de 75 anos, aquela proporção chega já aos 26,7%.
Quanto às crianças (abaixo dos 18 anos), são agora 388 mil em risco de pobreza, com a taxa a subir dos 21,9%, em 2020, para os 22,9%, no ano passado. Esmiuçando por grupos etários, 27,4% das crianças entre os 11 e 15 anos estavam naquela condição, contra 19% dos menores abaixo dos seis anos. Já entre os 18-64 anos, 21,7% estavam em risco de pobreza ou exclusão social (+2,8 pontos percentuais). Numa dimensão que continua mais a pesar sobre as mulheres: no ano passado, 23,5% estavam naquela condição (+2,6 pp), contra 21,2% dos homens (+2,3 pp).
Recorde-se que a primeira meta da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza é tirar daquela condição, até 2030, 660 mil pessoas, das quais 170 mil crianças e 230 mil trabalhadores. O objetivo é baixar a taxa de pobreza para os 10%. Outra das medidas preconizadas naquele documento é a obrigatoriedade de frequência do pré-escolar a partir dos três anos de idade.
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