Quando as gastos em Saúde representam mais de 40% do rendimento disponível fala-se em despesa catastrófica. As questões financeiras são a principal barreira no acesso a cuidados de saúde, mas há outras e Portugal não sai bem na fotografia europeia.
Em 2019, cerca de 40% dos portugueses com necessidades de saúde tiveram pelo menos uma situação em que não conseguiram aceder aos cuidados de saúde, muito acima da média europeia (26%).
Segundo a nota informativa, em 2019, 10,6% das famílias reportaram ter tido despesas catastróficas em saúde, das quais 7,2% correspondiam ao grupo dos mais desfavorecidos. Portugal surge, assim, no sexto lugar entre os países europeus que mais reportaram este nível de despesa em saúde.
Por isso, foi usado o indicador das “Necessidades Não Satisfeitas em Saúde”, que permite estimar o peso das pessoas que ficaram de fora do sistema de saúde. Os dois inquéritos europeus que usam aquele indicador “colocam Portugal numa situação desfavorável face à média dos países europeus.
Falta de cobertura na saúde oral e mental
E há diferentes razões que motivam a falta de acesso, com as financeiras à cabeça e a falta de cobertura do SNS em algumas áreas.
As barreiras financeiras no acesso a cuidados médicos e a medicamentos tiveram uma menor relevância (13% e 7%, respetivamente). Adicionalmente, cerca de 30% das pessoas não acederam devido ao tempo de espera (acima da média europeia de 19%).
Os investigadores concluem que “assegurar o acesso a cuidados de saúde passa por endereçar as barreiras identificadas, muitas deles de natureza financeira, permitindo reduzir as necessidades não satisfeitas”.
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