Portugal

Imigrantes vão ser portugueses e “integração não acaba quando se atribui o passaporte”

Os autores do Barómetro da Imigração, apresentado recentemente, alertaram que muitos dos imigrantes terão acesso à cidadania dentro de poucos anos, aumentando substancialmente a população portuguesa, com novos desafios de integração.

A lei da nacionalidade prevê que cada cidadão com autorização de residência e a viver em Portugal se possa candidatar, cinco anos depois do pedido de regularização do seu processo como imigrante. Isto abrange muitos dos que apresentaram as manifestações de interesse há três ou quatro anos e que só agora têm os seus processos despachados, alerta Pedro Góis, da Universidade de Coimbra e um dos autores do estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, apresentado em dezembro. “Isso poderá ter impacto no aumento grande de novos nacionais nos próximos anos”, apesar de os processos de atribuição de cidadania estarem também muito atrasados. Além destes casos, existem os processos de reagrupamento familiar que irão aumentar esse número total de novos portugueses.

Por seu turno, Rui Costa Lopes, do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, salientou que muitos dos futuros portugueses não pretendem ficar em Portugal, já que optaram pelo país, na sequência de um “maior fechamento de fronteiras na Europa”, em particular no Reino Unido, com o Brexit.

Contudo, o facto de os censos não identificarem origens étnico-raciais vai levar à invisibilidade destes imigrantes que não estão integrados na sociedade, mas que, a partir do momento em que tenham passaporte português, não são considerados mais estrangeiros. Nos próximos anos, o nível de imigrantes em Portugal irá diminuir muito, não porque eles tenham saído do país, mas porque obtiveram a nacionalidade portuguesa.

Segundo o estudo, apresentado em dezembro, 63% dos inquiridos querem uma diminuição dos imigrantes do subcontinente indiano, 68% dos inquiridos consideram que a “política de imigração em vigor em Portugal é demasiado permissiva em relação à entrada de imigrantes”, 67,4% dizem que contribuem para mais criminalidade e 68,9% consideram que ajudam a manter salários baixos. Ao mesmo tempo, 68% concordam que os imigrantes “são fundamentais para a economia nacional”.

No mesmo inquérito em que 42% dos inquiridos sobrestima o número de imigrantes em Portugal, a maioria é favorável à atribuição de direitos, como o direito de voto (58,8%), facilitação da naturalização (51,8%) ou dos processos de reagrupamento familiar (77,4%).

JN/MS

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