Portugal

Estudantes de Direito manifestam-se contra a xenofobia e o racismo

direito - milenio stadium

 

Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL) vão manifestar-se em frente à instituição, esta terça-feira, contra a xenofobia e o racismo. A ação surge no seguimento de alegados comentários xenófobos proferidos por um aluno contra colegas brasileiros.

Durante uma reunião geral de alunos da FDUL, a 20 de abril, um estudante terá, alegadamente, proferido comentários xenófobos em relação aos colegas brasileiros. Embora considerem que esta não é uma prática recorrente na faculdade, os estudantes afirmam que quando acontecem situações semelhantes são sempre “escondidas”. “Quando isto acontece, existe a tendência de passar o pano”, afirma Carlos Diego, aluno da FDUL.

A situação motivou várias notas de repúdio e levou à abertura de um processo disciplinar por parte da faculdade ao aluno em causa. Um grupo de estudantes decidiu organizar uma manifestação, que se realizará na terça-feira, em frente à instituição. “Queremos visibilidade para estas situações e fazer pressão para que sejam tomadas as devidas medidas”, assume Carlos Diego.

Um dos tópicos da reunião geral de alunos prendia-se com uma carta que os alunos queriam entregar ao presidente do Brasil, Lula da Silva, na qual expunham algumas das dificuldades sentidas em Portugal. Segundo a ata dessa reunião, um dos alunos terá dito que a carta tinha “vários erros” e “mentiras” em relação aos problemas dos alunos luso-brasileiros em Portugal.

Além disso, e ainda segundo a ata da reunião, o aluno terá dito que a mensagem da carta parecia dizer: “Lula, é só para dizer que Portugal é um país péssimo, somos super mal tratados, mas mesmo assim somos tão burros que continuamos a ir para lá”. O aluno terá ainda feito menção a um situação que ocorreu em 2019, dizendo “as pessoas que escreveram isto mereciam levar com uma pedra”.

“Conduta que envergonha a nossa casa”

O núcleo feminista da faculdade de Direito de Lisboa emitiu uma nota de repúdio às “intervenções xenófobas, proferidas em sede de Reunião Geral de Alunos, assim como o seu apagamento da ata por decisão da Mesa da Reunião Geral de Alunos”. Segundo explicou ao JN, Dejanira Vidal, fundadora do núcleo feminista, as intervenções do colega não tinham sido, num primeiro momento, registadas em ata.

Também os órgãos de gestão da FDUL publicaram nas redes sociais uma nota de repúdio à situação. “Tal comportamento não tem, nem pode ter, espaço na nossa instituição. Trata-se de uma conduta que envergonha a nossa casa e na qual não nos revemos, como temos a certeza de que a Comunidade Académica, discente e docente, também não se revê”. A nota emitida pelos Conselheiros refere que o estudante em causa terá “ameaçado fisicamente um estudante e agredido moralmente outro”.

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