Portugal

Estrangeiros são mais instruídos, mas ocupam profissões não qualificadas

Odemira, aumento da população devido aos imigrantes.
Odemira, 14/04/2021 – Reportagem sobre o aumento da população devido aos imigrantes.
Empresa Hortipor.
Imigrantes na apanha do tomate.
(Leonardo Negrão / Global Imagens)

 

As pessoas de nacionalidade estrangeira a residir em Portugal, de acordo com os resultados dos Censos 2021, tinham maioritariamente o ensino secundário ou pós-secundário (39,6%), uma percentagem maior do que a proporção de portugueses com o mesmo nível de formação (30,8%). Ainda assim, grande parte dos estrangeiros ocupa profissões não qualificadas (25,1%).

O Instituto Nacional de Estatística (INE) explica que “os níveis de escolaridade da população em idade ativa (dos 15 aos 64 anos) eram, de um modo geral, mais elevados na população de nacionalidade estrangeira comparativamente com a população portuguesa”. A título de exemplo, e segundo os resultados divulgados esta segunda-feira sobre a população estrangeira residente em Portugal, com base nos Censos 2021, 24,1% dos portugueses tinham um nível de escolaridade inferior ao 3.º ciclo, enquanto nos estrangeiros, a percentagem descia para os 18,4%.

Em proporção, é possível perceber que há estrangeiros mais instruídos do que os portugueses, sendo o ensino secundário e pós-secundário o “mais predominante” na população que não é nacional. Já no ensino superior, as percentagens são “semelhantes”, “com cerca de 24% da população estrangeira e portuguesa a terem concluído esse nível de escolaridade”, explica o INE.

Contudo, o maior nível de escolaridade dos estrangeiros não implica necessariamente trabalhos mais qualificados em Portugal. Na verdade, dos 264 271 estrangeiros com uma profissão em território nacional, a maioria (25,1%) insere-se na categoria de “trabalhadores não qualificados”. Em segundo lugar (23,3%), surgem os “trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores”. O INE revela mesmo que “nestes grupos profissionais a população estrangeira estava sobrerrepresentada”.

Os estrangeiros em Portugal são também mais novos em proporção com os portugueses. “A população idosa na população de nacionalidade estrangeira constituía apenas 8,5% do total, valor que se situava nos 24,3% para a população portuguesa”, aponta o INE.

Vivem em espaços sobrelotados

Ainda de acordo com os resultados dos Censos 2021, sabe-se que residiam 542 165 pessoas de nacionalidade estrangeira em Portugal, no ano passado. O número mais do que quintuplicou em 30 anos: em 1991, havia 106 664 estrangeiros residentes em território nacional. Face aos Censos realizados em 2011, havia mais 37% de estrangeiros em 2021, “um acréscimo nominal de 147 669 pessoas”.

A maior comunidade estrangeira a residir em Portugal é a brasileira, “com 199 810 pessoas (36,9%)”, lê-se na publicação do INE. Apesar de continuar no topo, há outras variações a ter em conta, como a subida de nacionais de outros países da União Europeia (Itália, França e Alemanha), do Reino Unido, do Nepal e da Índia. Se se observar os dados entre 2011 e 2021, verifica-se que os nepaleses a viver em Portugal aumentaram 1278% entre os dois períodos.

Sobre o tema da habitação, a maioria da população estrangeira residente habitava em alojamentos arrendados ou subarrendados (58%). Em proporção com a população portuguesa (19,5%), o número é significativamente superior. Outra realidade bastante díspar entre portugueses e estrangeiros é a lotação das casas. Enquanto a maioria dos imigrantes (37,7%) vivia em espaços sobrelotados, apenas 17,2% dos portugueses vivia em habitações com falta de espaço.

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