Hotéis abrem portas a médicos e a doentes
Do Norte ao Sul do país, há hotéis e unidades de alojamento local a disponibilizarem quartos para profissionais de saúde ou doentes.
“Os hotéis foram um dos primeiros setores a sentir o impacto. Com os clientes a diminuir, os cancelamentos a aumentar, achámos que podíamos dar uma nova utilidade à empresa, ajudando os profissionais de saúde ou os próprios doentes”. Júlio Guerra, diretor do ABC Hotel Porto, abriu as portas da unidade “para o que for mais urgente e necessário”, depois de ver a taxa de ocupação a cair 40%.
Ali, há 52 quartos e a administração contactou a Câmara que revelou que, no Porto, já há mais de 180 quartos disponíveis. O objetivo é acolher médicos e enfermeiros que vivam longe, que precisam de estar em quarentena ou que queiram evitar o risco de contágio às suas famílias.
A iniciativa surgiu de forma espontânea e o município está a articular com as administrações hospitalares. Aliás, os anúncios de oferta de alojamento local crescem nas redes sociais e um dos primeiros a surgir, que pediu anonimato, referiu ao JN que tem dois apartamentos T2 para quarentenas ou suspeitas de infeção, além de um T5 e um T6 para profissionais que se encontrem bem.
“Em 48 horas, recebemos 15 pedidos. 80% são profissionais da zona Norte que trabalham nos serviços de primeira linha ou que têm casos de risco em casa”, diz.
Também há hotéis a oferecer unidades inteiras para receber doentes. O Grupo AP Hotels & Resorts, disponibilizou o Cabanas Park Resort, no Algarve. “Esta unidade ficará totalmente à disposição da Direção Geral de Saúde para que possam usá-lo da forma que melhor entenderem”, seja o acolhimento de doentes ou de profissionais de saúde, referiu em comunicado.
Em Santa Maria da Feira, foi a autarquia a negociar com quatro hotéis para oferecer quartos para o descanso dos profissionais. Já há um médico a pernoitar na Residencial dos Loios, com um piso reservado para estes hóspedes. Também a Câmara de Braga disponibilizou o Centro de Juventude (26 quartos com capacidade para 52 pessoa) para alojamento gratuito de profissionais de saúde.
JN
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