DGS recomenda vacina da AstraZeneca a pessoas acima dos 60 anos
A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou esta quinta-feira que a vacina da AstraZeneca vai ser dada apenas a pessoas com mais de 60 anos. Quem já tomou a primeira dose deve “aguardar com calma”.
Tal como o JN tinha avançado, Portugal vai seguir os passos dados esta semana por países como Espanha e Holanda e vai impor uma restrição etária à vacina da AstraZeneca, passando a administrá-la apenas a pessoas com mais de 60 anos.
O coordenador da task-force, Henrique Gouveia e Melo, anunciou ainda que, na sequência desta alteração, a vacinação dos professores será adiada uma semana. No entanto, acrescentou, “o plano de vacinação não vai sofrer grandes alterações“.
Segundo o presidente do Infarmed, Rui Ivo, foram identificados em Portugal dois fenómenos tromboembólicos, só um com AstraZeneca. Nenhum deles resultou em morte.
Gouveia e Melo informou também que, neste momento, foram administradas em Portugal 400 mil vacinas da AstraZeneca e o país espera receber mais 1,4 milhões de doses. Já que no segundo trimestre a maior parte dos vacinados tem acima dos 60 anos, as restrições da AstraZeneca terão “impacto reduzido no ritmo de vacinação“.
A decisão surge depois de a Agência Europeia do Medicamento (EMA) ter admitido uma relação de causalidade (embora rara) entre a toma da vacina e a formação de coágulos no sangue duas semanas após a vacinação.
Durante a conferência de imprensa desta quinta-feira, Rui Ivo esclareceu que, segundo os dados da EMA, “acima dos 60 anos, não se identificou ocorrência destes fenómenos trombóticos”. “À medida que a idade avança, o risco de complicações da covid-19 aumenta e os riscos pela inoculação diminuem. Nos mais jovens, o risco de complicação da covid é mais baixo e pela inoculação da vacina da AstraZeneca é maior“, explicou, justificando assim a alteração de critérios nesta vacina.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, deixou ainda uma palavra de tranquilidade às pessas com menos de 60 anos que já tomaram a primeira dose da vacina, recordando que as reações adversas “são extremamente raras”.
“No entanto, entre o 7.º e o 14.º dias após a administração da vacina, devem estar atentas a sintomas como dores de cabeça persistentes, hematomas, manchas vermelhas na pele e sintomias semelhantes a um AVC. Nestes casos, devem contactar de imediato o médico“, referiu.
Quanto às segundas tomas, acrescentou, Portugal “está a aguardar dados a nível europeu”.
“Esta vacina tem um intervalo entre doses que é grande. Nestes três meses vamos ter informação adicional, quer da firma produtora, quer da Agência Europeia do Medicamento (EMA), e agiremos em conformidade“, assegurou.
A responsável da DGS aconselhou ainda os portugueses a manterem a confiança no processo de vacinação, garantindo que cada pessoa vai receber a vacina que lhe for mais adequada. “Ninguém pode escolher vacinas“, sustentou.
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