Portugal

Chamariz tecnológico reduz insucesso escolar em mais de 50%

Reportagem sobre programa de insucesso na escola
Resende, 25/11/2022 – Reportagem sobre programa de insucesso escolar no Tâmega e Sousa.
Sala do Futuro no Centro Escolar de Resende.
(Artur Machado / Global Imagens)

 

Cerca de 40 medidas foram implementadas em 22 escolas da região do Tâmega e Sousa nos últimos cinco anos. Salas educativas do futuro são um sucesso.

A taxa de abandono escolar na região do Tâmega e Sousa desceu de 12,3% para 5,2%, nos últimos cinco anos. A redução acentuada estará relacionada com os resultados do Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar (PIICIE) implementado pela Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM-TS). “Mais de metade das crianças viram as suas aprendizagens recuperadas”, sublinha a CIM-TS.

Desde 2017 foram implementadas mais de 40 medidas de combate ao insucesso escolar nas áreas da ciência e tecnologia, artes, desporto, psicologia e orientação vocacional, pensamento e cidadania, partilha de boas práticas e experiências.

50 mil de 11 municípios

Os projetos envolveram mais de 50 mil alunos e, sublinha a CIM-TS, atuam como complemento e reforço da política educativa pública nacional e que abrangem os três níveis de escolaridade: educação pré-escolar, Ensino Básico e Secundário.

Uma das ferramentas mais inovadoras do PIICIE foram as salas educativas do futuro, que funcionam como uma espécie de chamariz tecnológico ao estudo, a que as crianças não conseguem resistir e, acredita a CIM-TS, por essa via estes espaços terão sido importantes para a redução do abandono escolar. Ao todo foram espalhadas 22 salas do futuro pelos 11 municípios da região, direcionadas para os diversos níveis de ensino.

“A estatística é o que é e os números estão aí: nos últimos cinco anos, no Ensino Secundário, a taxa de abandono escolar desceu de 12,3% para 5,2%. Não estou a afirmar que isto se deve em exclusivo ao PIICIE, porque se trata de um plano complementar à atividade educativa, mas demonstra que a estratégia para diminuir esta chaga está a ser bem-sucedida “, constata Telmo Pinto, da CIM-TS.

“Deliram”

A primeira sala do futuro foi instalada no Centro Escolar (CE) de Resende, onde Maria, de nove anos, aluna do 4.o ano do Ensino Básico, é “líder digital”. Expressões como “cyberbullying”, “phishing” ou “sheriting” que escondem perigos da navegação na Internet, fazem parte do léxico desta estudante na interação com os colegas. “Prefiro estas aulas. Temos mais jogos, atividades digitais e divertidas. Como líder digital, alerto as pessoas para os perigos da Internet”, explicou ao JN.

Maria é uma das 316 crianças do CE de Resende que “aprendem a aprender” num método de estudo mais cativante que leva os alunos a olhar para a escola com outros olhos. “Quando lhes digo, “vamos para a sala do futuro”, eles deliram”, garante Emília Pimentel, professora da turma de Maria.

“Estes dois anos atípicos [pandemia] foram uma oportunidade para mostrar que este ensino, tendo por base a digitalização, foi estratégico. Só para as salas do futuro foram investidos um milhão de euros, onde o grosso do investimento foi em computadores que na pandemia foram levados para casa para o ensino à distância”, realça Telmo Pinto, da CIM Tâmega.

O PIICIE teve um investimento total de 8,2 milhões de euros financiados por fundos comunitários no valor de sete milhões.

 

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