Portugal

Aeroporto do Montijo colide com o Pacto Ecológico Europeu, diz estudo

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Investigador da UA é co-autor de um artigo publicado que assinala que o aeroporto no Montijo viola dois dos pilares do Pacto Ecológico Europeu.

A transformação da base aérea do Montijo em aeroporto civil choca com o Pacto Ecológico Europeu. A conclusão está presente num artigo publicado na revista Science e tem como autores o investigador José Alves, da Universidade de Aveiro, e Maria Dias, investigadora da BirdLife International.

“A decisão do estado português em avançar com o aeroporto do Montijo viola dois dos principais pilares do Pacto Ecológico Europeu: combater a mudança climática global e reverter a crise da biodiversidade”, indica o comunicado da Universidade de Aveiro. O artigo revela que há uma “contradição entre a intenção da Comissão Europeia em alterar as economias europeias para modelos mais sustentáveis (Pacto Ecológico Europeu) e a autorização ambiental emitida por um estado membro (Portugal) para a construção do aeroporto do Montijo, no coração da maior zona húmida do país, o estuário do Tejo”.

Os investigadores assinalam ainda que o “estuário do Tejo é um grande hub internacional para as aves migradoras que usam a rota migratória do Atlântico Este, servindo de ponte entre as áreas de reprodução localizadas no hemisfério norte e as áreas de invernada no sul da Europa e em África, estimando-se que seja utilizada por cerca de 300,000 aves aquáticas”.

Perante este cenário, os investigadores apelam “ao Governo que pare o projeto e faça de Portugal um caso de sucesso na implementação do Pacto Ecológico Europeu”. Os investigadores notam que apesar do impacto da covid-19 no tráfego aéreo, “a empresa privada que promove e financia o aeroporto do Montijo anunciou que permanece firme no seu compromisso de avançar com o projeto e o governo Português anunciou publicamente o seu apoio ao mesmo em junho, julho e setembro, quando as consequências da pandemia na indústria da aviação já eram claras”.

José Alves e Maria Dias consideram por isso que “este é um exemplo evidente de uma tentativa de um estado membro em desconsiderar diretrizes de conservação, acordos internacionais de proteção de espécies e habitats e os anúncios que o próprio governo faz na promoção de um futuro mais sustentável e sem emissões de carbono. Dada a função do estuário do Tejo em albergar espécies de toda a rota migratória, incluindo aquelas que beneficiam de programas de conservação financiados publicamente noutros locais da sua área de distribuição, “outros países irão muito provavelmente considerar Portugal como responsável pelas consequências negativas deste desenvolvimento no estuário do Tejo”.

“O estudo de impacte ambiental do aeroporto do Montijo tem sido muito criticado, devido à falta de dados e informação, erros técnicos e adoção de critérios subjetivos”, apontam os biólogos.

JN/MS

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