“A tolerância que a sociedade tem ao erro do polícia é muito baixa”, avisa diretor da PSP
O diretor nacional da PSP, Luís Carrilho, aproveitou, esta terça-feira, a tomada de posse do novo comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP), Pedro Teles, para alertar, do púlpito, que a “tolerância” da sociedade ao “erro” de profissionais desta unidade de elite “é nula”.
“Nós, polícias, temos uma responsabilidade essencial ao nível da segurança pública. […] E o facto de sermos polícias, de andarmos com uma farda na rua, de estarmos mais expostos, traz uma grande responsabilidade para cada um de nós. A tolerância que a sociedade tem ao erro do polícia é muito baixa e, aos profissionais da Unidade Especial de Polícia, a tolerância ao erro é nula”, salientou, em Lisboa, o superintendente, exortando cada elemento da força de segurança “a que continuem todos os dias” a dar o seu “melhor pela Polícia de Segurança Pública, por Portugal, pelos portugueses e por quem escolheu Portugal para viver”.
Aos jornalistas, Luís Carrilho justificou a “exigência” com o facto de os polícias estarem “encarregues do exercício da força em nome do Estado”. “O nível de tolerância ao erro do polícia é reduzida. Quando estamos a falar da Unidade Especial de Polícia, o escrutínio é muito maior e o nível de tolerância é zero”, insistiu o diretor nacional da PSP, que, à data da sua nomeação para o cargo, em maio de 2024, comandava precisamente a UEP. O superintendente escusou-se, ainda assim, a comentar casos concretos.
A exigência aos profissionais da UEP foi igualmente uma das tónicas do discurso de tomada de posse de Pedro Teles, de 57 anos, antigo comandante dos comandos distritais de Braga e de Coimbra da PSP, com missões no estrangeiro e, até recentemente, oficial de ligação do Ministério da Administração Interna junto da Embaixada de Portugal em Argel (Argélia), com extensão de funções à Embaixada de Portugal em Tunes (Tunísia).
“Quero uma Unidade Especial de Polícia, confiável e fiel aos princípios da Polícia de Segurança Pública de rigor, disciplina e sentido de dever, humanismo, defesa intransigente da legalidade, isenção da ação policial, rejeição de qualquer forma de extremismo ou discriminação e de compromisso com a missão”, afirmou o superintendente. O novo comandante da UEP, nomeado por um período de três anos, defendeu ainda que a unidade deve ser também “aberta à mudança, responsável, inclusiva e integradora”.
A UEP é considerada uma unidade de elite da PSP, da qual fazem parte o Corpo de Intervenção, o Grupo de Operações Especiais, o Corpo de Segurança Pessoal, o Centro de Inativação de Explosivos e Segurança em Subsolo e o Grupo Operacional Cinotécnico.
JN/MS
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