Vítor M. Silva

Respeitar a experiência

 

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Estão na ordem do dia dois casos em Portugal e no Canadá com semelhanças e com o mesmo denominador comum, a idade. Dois casos em que duas profissionais de excelência deixaram de aparecer no pequeno ecrã como nos habituaram ao longo dos anos. Lisa LaFlame aqui no Canadá e Judite de Sousa em Portugal. Lisa tem 58 anos e Judite tem 61 anos. Todas as classificações mostram que o noticiário da CTV onde Lisa La Flamme era a apresentadora era um daqueles que tinha maior audiência e era mesmo reconhecido como um dos mais populares.

A Bell Media decidiu simplesmente acabar com o contrato após 35 anos de ligação. Ainda por cima esta decisão foi recebida com surpresa e choque por parte da conhecida apresentadora. E claro que eles justificam com “uma direção diferente”, mas todos sabemos que ela foi afastada pela idade, 58 anos. Ainda há pouco tempo, em 2019, ganhou um prémio que a distinguiu como a melhor apresentadora de informação.

A jornalista Judite Sousa, com 61 anos, abandonou a CNN Portugal/TVI sete meses depois do arranque do canal em Portugal. Deixaram que fosse para o cenário de guerra na Ucrânia, sem sequer um seguro de saúde e sem contrato.

Neste caso, a Media Capital desfez-se de um quadro da informação admirado por Portugal inteiro. Descobriu-se que Judite de Sousa estava ligada ao Grupo com recibos verdes, o mais precário vínculo laboral que existe em Portugal.

Perante estes dois exemplos, o que queremos? Modelos com idades entre os 25 e os 35 anos a apresentar as notícias dos diferentes espaços informativos de preferência em fato de banho?

Isso não é usar o corpo de uma mulher como negócio? Não se justifica nos dias que correm prescindir de alguém pela idade. Numa altura em que querem aumentar a idade da reforma e os diversos governos continuam a fazê-lo não demorando muito tempo para chegar aos 70. Estas duas situações não têm lógica. Onde ficam os direitos conquistados pelas mulheres. Devem ser preservados. E um bom corpo deve ser mais valorizado que um bom cérebro?

Falo de duas mulheres que mereciam ser tratadas com mais respeito, mas a sociedade consumista de hoje está cada vez mais a acabar com conquistas e valores consolidados ao longo dos anos. Vamos tentar em nossas casas, nas nossas associações, nos nossos trabalhos mostrar que a Bell Media e a Media Capital estão com caminhos errados de desrespeito por seres humanos e eles deveriam ter em atenção o que alguém disse que todos nós, ao longo da vida, deveríamos olhar para quatro direções. Em frente, para sabermos onde vamos, para trás, para nos lembrarmos de onde viemos, para baixo, para não pisarmos ninguém e para os lados para vermos quem nos acompanha em momentos difíceis.

“Quando as pessoas superarem o preconceito, praticarem a empatia e o respeito ao próximo independentemente de qualquer fator, talvez o mundo seja um lugar melhor, as pessoas mais evoluídas e as relações sociais um pouco mais humanas.” – Iedda Carolina

Vítor M. Silva/MS

 

 

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